quarta-feira, 1 de julho de 2015

Alegria da salvação

O apóstolo Pedro escreveu que os santos anjos estudam (“perscrutam” é a palavra que ele usa em 1 Pe. 1.12) a respeito da salvação do homem. Cá pra nós, creio que nem sempre os cristãos fazem isso. É tão natural ver-se salvo que, ouso a dizer, são poucos os filhos de Deus que refletem sobre a dádiva maior que receberam do SENHOR: A salvação de suas almas.

Basicamente, há três maneiras de pensar sobre a salvação: 1. Ela é um presente de Deus, a qual o homem recebe passivamente; 2. Ela é fruto do esforço humano; e, 3. Ela é um híbrido de graça e obras. Teologicamente, 2 e 3 se equivalem, ou seja, são a mesma coisa. Dizer que a salvação é fruto do esforço humano total ou parcialmente, é dizer o mesmo: Que, a menos que o homem queira ser salvo, Deus nada poderá fazer a respeito. Em contrapartida, crer numa salvação oriunda da soberana graça de Deus parece fazer jus ao ensino bíblico mais amplo. É assim que eu creio.

O apóstolo Paulo também pensava assim. Quando ele reflete sobre a justificação pela fé, usa o exemplo de Abraão para esclarecer a doutrina. Então, na epístola aos Romanos, capítulo 4, verso 13, ele escreve: “Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da fé”. Eu sublinhei a palavra promessa porque é a palavra que Paulo gosta de usar ao se referir à salvação. No idioma grego, há duas palavras que significam “promessa”. Uma é hiposquesis, que indica uma promessa sujeita a condições, do tipo “eu prometo fazer isso se você prometer fazer aquilo!” Um toma lá dá cá! A outra palavra é epaggelia (lê-se epanguelia), que significa uma promessa feita pela bondade do coração de alguém, e em forma incondional. Adivinha qual palavra o apóstolo usa? Claro, a segunda.

Deus promete amar a Seus filhos, não importa o que eles façam ou sejam. “Na verdade”, escreveu alguém, “amar algumas pessoas é o que faz Deus feliz. Não depende de nosso mérito, mas, sim, da generosidade dEle”.

Mas, frequentemente, Paulo fala da necessidade da fé, que ele logo ensina ser um presente (dom) de Deus. Ora, a fé é a certeza de que Deus é como é. É descansar nEle, sabendo que Ele jamais deixará de cumprir uma só de suas promessas (epaggelia). E Ele prometeu: “Se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-Se a Si mesmo” (2 Tm. 2.13).

Será que os santos anjos entendem isso? Que o Eterno Pai, Criador de todas as coisas, ama pecadores fragéis e culpados como eu e você? E faz isso de graça? Se você me permitir especular, acho que não é por acaso que os anjos estudam isso há tanto tempo. Não dá pra entender um amor tão grande assim.

Fazer o quê? Desfrutar da promessa divina de que somos Seus filhos e Ele é o nosso Deus. Maranata!

Rev. Renato Arbués.

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