Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

domingo, 17 de julho de 2011

ASSE SUA COMIDA!

Na última quarta, tive uma crise de pressão alta. Como parte dos cuidados, minha alimentação praticamente não continha um grama de sal. Tente imaginar o prazer que senti ao tomar uma xícara de caldo de carne. Sem sal. Bom, obviamente, não foi. Mas me fez muito bem. Além disso, me deu a introdução para esta pastoral.
Você gosta de refeições mal cozidas? Felizmente, nossa cultura não possui esse hábito. Pra nós – e para os hebreus também – comida crua além de péssimo gosto revela falta de paciência, de habilidade ou de planejamento do cozinheiro. Falta de planejamento, sim, pois, quando não se sabe como fazer alguma coisa, faz-se mal, sem paciência, sem prazer.
Assim pensava o rei Salomão. Ele disse: “O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente” (Pv. 12.27). Preste atenção no contraste estabelecido por Salomão entre o preguiçoso, que não assa o seu alimento, e o diligente. O uso que o escritor bíblico faz do termo “diligência” é bastante peculiar. A diligência é uma habilidade adquirida que combina persistência criativa, esforço inteligente, planejado e executado de forma honesta com competência e eficácia.
Repare que a diligência é adquirida. É preciso certo esforço para alcançá-la e ser abençoado por ela. Mas a diligência, na verdade, é uma combinação de três outras virtudes: Persistência, Esforço e Execução.
Persistência é a capacidade de persistir, de continuar tentando mesmo quando tudo conspira para você parar, desistir. A fim de evitar a insistência em conseguir algo de um jeito que não dá certo, é que a persistência tem que ser criativa. Quando se tem um objetivo lícito, correto, bom, é preciso insistir na tentativa de torná-lo real. Se não der de um jeito, tente de outro. Seja criativo. Mas, jamais desista.
Em seguida, o esforço é a próxima virtude. Algumas pessoas são abençoadas por Deus com inteligência. Mas são preguiçosas, relaxadas. Por isso, nunca conseguirão ir além do mediano. Jamais farão diferença, pois não se esforçam, não se dedicam a alguma coisa com seriedade. Salomão diz que o esforço deve ser inteligente e planejado. Uma pessoa esforçada, inteligente e que planeja bem os seus passos, certamente, será bem-sucedida.
Por fim, a execução. Não adianta persistir nem se esforçar por algo que não se pretende realizar. Repare que a execução, no entanto, deve ser de forma honesta, com competência e eficácia. Fazer as coisas só visando ao lucro, sucesso e glória pessoal não é atitude digna de um cristão. Precisamos ser-para-o-outro também.
Levar a imagem de Deus requer que nossas obras dignifiquem o ser de Deus. Portanto, asse bem a sua carne. Aplique esses conselhos ao seu casamento, ao seu trabalho à sua vida estudantil.
Lembre-se: Comida sem sal, mesmo para um doente, é um problema!

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

TODOS CERTOS?


Jair Messias Bolsonaro está cumprindo o 6º mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Em sua home page, ele se posiciona abertamente na defesa dos direitos dos militares, dentre os quais ele se destaca. Condecorado com várias medalhas, é um saudosista do velho regime ditatorial, o qual, segundo ele, garantiria a estabilidade da família, a segurança, a punição devida aos criminosos, entre outras benesses sociais.

O deputado Bolsonaro participou de um quadro no programa CQC, da Band, no dia 28 de março. Perguntado sobre como reagiria se seu filho fosse homossexual, respondeu: “Não corro esse risco. Meu filho foi bem educado”. Outro telespectador quis saber que providências o deputado tomaria se descobrisse que o filho fosse usuário de drogas. “Bateria nele”, foi a resposta. Bolsonaro ainda disse que não aceitaria votos de homossexuais (depois voltou atrás), não permitira que seu filho se casasse com uma negra e que a Preta Gil não era um bom exemplo (bem, as palavras não foram essas exatamente).

Resultado: Integrantes da Unegro (União dos Negros pela Igualdade) e representantes de movimentos GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais), pediam respeito à igualdade. E tome processo. Preta Gil também anunciou que o processará. A OAB vai processá-lo também. Bem que os mais velhos já diziam: “Quem fala demais, acaba dando bom dia ao cavalo” ou, no caso, “acaba sendo processado”.

Dificilmente o deputado encontrará alguém que concorde com ele, exceto, talvez, entre alguns militares de sua geração. A Igreja também não pode apoiar declarações de ódio, que incitem a violência contra qualquer grupo social ou promovam a falsa idéia de que uma raça seja superior a outra apenas pela cor. É preciso repudiar veementemente tal comportamento.

É correta a atitude da corregedoria da câmara dos deputados, que abriu inquérito para apurar se houve ou não quebra do decoro parlamentar.

Infelizmente, esse episódio promove ainda mais o erro. Todo tipo de erro. O erro do extremista, que crê apenas na força e na agressão e não nos argumentos para defender suas opiniões; o erro dos homossexuais, que aproveitam esse tipo de incidente para se colocarem de vítimas da sociedade, quando, na verdade, são vítimas de alguns extremistas, e exigirem “seus direitos” em detrimento dos direitos dos outros; o erro da igreja, que mais uma vez apenas reage ao debate, ao invés de promovê-lo de forma madura e equilibrada.

Ao mesmo tempo em que é um absurdo um deputado federal expressar tais opiniões, também é sintomático que esse mesmo homem esteja em seu 6º mandato (praticamente 24 anos), representando uma parcela considerável da população fluminense. Só pra informar: Jair Bolsonaro foi o 11º deputado federal mais votado, com quase 121 mil votos, o que equivale a 1,5% do eleitorado do Rio de Janeiro (www.planetaosasco.com).

O que está acontecendo com o nosso mundo? Estamos perdendo os fundamentos, trocando-os por um novo paradigma moral em que tudo é permitido e incentivado. Onde vamos chegar?

É preocupante constatar que as palavras de Oséias continuam atuais: “os seus príncipes amam apaixonadamente a desonra” (Os. 4.18).

Somos sal e luz do mundo. Precisamos mostrar ao mundo que o estilo de vida cristão não é apenas o melhor: É o único legítimo, pois se fundamenta na Palavra naquele que é o Autor da vida. Vamos, pois, testemunhar as maravilhosas virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz.
Rev. Renato Arbués.