Na última quarta, tive uma crise de pressão alta. Como parte dos cuidados, minha alimentação praticamente não continha um grama de sal. Tente imaginar o prazer que senti ao tomar uma xícara de caldo de carne. Sem sal. Bom, obviamente, não foi. Mas me fez muito bem. Além disso, me deu a introdução para esta pastoral.
Você gosta de refeições mal cozidas? Felizmente, nossa cultura não possui esse hábito. Pra nós – e para os hebreus também – comida crua além de péssimo gosto revela falta de paciência, de habilidade ou de planejamento do cozinheiro. Falta de planejamento, sim, pois, quando não se sabe como fazer alguma coisa, faz-se mal, sem paciência, sem prazer.
Assim pensava o rei Salomão. Ele disse: “O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente” (Pv. 12.27). Preste atenção no contraste estabelecido por Salomão entre o preguiçoso, que não assa o seu alimento, e o diligente. O uso que o escritor bíblico faz do termo “diligência” é bastante peculiar. A diligência é uma habilidade adquirida que combina persistência criativa, esforço inteligente, planejado e executado de forma honesta com competência e eficácia.
Repare que a diligência é adquirida. É preciso certo esforço para alcançá-la e ser abençoado por ela. Mas a diligência, na verdade, é uma combinação de três outras virtudes: Persistência, Esforço e Execução.
Persistência é a capacidade de persistir, de continuar tentando mesmo quando tudo conspira para você parar, desistir. A fim de evitar a insistência em conseguir algo de um jeito que não dá certo, é que a persistência tem que ser criativa. Quando se tem um objetivo lícito, correto, bom, é preciso insistir na tentativa de torná-lo real. Se não der de um jeito, tente de outro. Seja criativo. Mas, jamais desista.
Em seguida, o esforço é a próxima virtude. Algumas pessoas são abençoadas por Deus com inteligência. Mas são preguiçosas, relaxadas. Por isso, nunca conseguirão ir além do mediano. Jamais farão diferença, pois não se esforçam, não se dedicam a alguma coisa com seriedade. Salomão diz que o esforço deve ser inteligente e planejado. Uma pessoa esforçada, inteligente e que planeja bem os seus passos, certamente, será bem-sucedida.
Por fim, a execução. Não adianta persistir nem se esforçar por algo que não se pretende realizar. Repare que a execução, no entanto, deve ser de forma honesta, com competência e eficácia. Fazer as coisas só visando ao lucro, sucesso e glória pessoal não é atitude digna de um cristão. Precisamos ser-para-o-outro também.
Levar a imagem de Deus requer que nossas obras dignifiquem o ser de Deus. Portanto, asse bem a sua carne. Aplique esses conselhos ao seu casamento, ao seu trabalho à sua vida estudantil.
Lembre-se: Comida sem sal, mesmo para um doente, é um problema!
Rev. Renato Arbués.