Talvez você ainda não tenha ouvido falar sobre a necessidade de um coração
unificado. Embora seja uma expressão estranha aos nossos ouvidos, a ideia que
ela encerra é comum nas Escrituras Sagradas. Ter um coração unificado significa
não ter a atenção dividida entre dois objetos.
Aliás, querer duas coisas diferentes parece ser próprio da natureza humana.
E isso não é bom. A palavra “dilema”, de acordo com o dicioniário Houaiss significa “a necessidade de
escolher entre duas saídas contraditórias e igualmente insatisfatórias”.
Perfeita definição. Quando ficamos em dúvida entre dois caminhos, o que na
verdade estamos assumindo é que nenhum dos dois nos satisfaz. Uma pessoa que
ora está firme na igreja, ora com os dois pés no mundo, implicitamente revela
que não está totalmente feliz com as opções que o mundo oferece. E por isso não
se afasta do convívio eclesiástico. Por outro lado, essa mesma pessoa também
está demonstrando que não está satisfeita com o caminho que a igreja lhe
oferece e, por essa razão, não consegue abandonar definitivamente o mundo.
Dilema!
Eis porque se faz necessário ter um “coração unificado”: Na maior parte do
tempo, o homem não sabe decidir. Isso pode ser visto nas pequenas coisas do dia
a dia, como não saber se usa uma roupa branca ou preta, se troca de celular ou
não, se come carne ou peixe. Entretanto, nas grandes decisões a dubiedade se manifesta
também. Como escreveu Calvino, “o coração
do homem está cheio de tumulto, arrebatado e, por assim dizer, disperso em mil
fragmentos” (Comentário ao Livro dos Salmos).
E como ter um coração unificado? O coração, à luz da psicologia bíblica, é
a sede das emoções, dos desejos, dos sentimentos. Então, o primeiro passo será
enchê-lo de pensamentos santos, emoções e sentimentos cristãos. Afinal, “do coração procedem os maus pensamentos,
mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”
(Mt. 15.19). Portanto, se você quiser parar de oscilar entre dois caminhos,
dois estilos de vida, dois deuses, coloque no seu coração apenas um tipo de
pensamento. Alimente-o com as coisas “lá do alto”. Sendo redudante: Leia a
Bíblia, ore, frequente a igreja, seja batizado (se ainda for) e participe
sempre da Santa Ceia do Senhor.
Em segundo lugar, para ter um coração unificado, tome a decisão de querer o
bem e rejeitar o mal. “Aparta-te do mal e faze o bem”, disse o salmista (Sl.
34.14). O profeta Amós, que era boiadeiro de profissão, foi mais incisivo sobre
esse ponto. Ele disse aos israelitas: “Odiai
o mal, e amai o bem” (Am. 5.15). A menos que você tome a decisão de odiar o
mal, seu coração jamais será unificado. Como uma pessoa que sai de uma reunião
de oração e, logo que chega a sua casa, liga a tv e enche a cabeça (e o coração)
de pornografia, de violência, de desonestidade, pretende agradar a Deus? Como
uma pessoa dessa acha que vai alcançar um coração digno do reino dos céus?
Enfim, escolha ser uma pessoa que agrada a Deus, que viva de acordo com os
santos padrões bíblicos. Ore com o salmista: “Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me
o coração para só temer o teu nome” (Sl. 86.11).
Tenha um coração unificado para as coisas de Deus!
Rev. Renato Arbués.
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