Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

domingo, 17 de março de 2013

HABEMUS PAPAM?


O mundo parou para ver a chaminé colocada sobre a Capela Sistina. Se a fumaça fosse preta, decepção. Se fosse branca, habemus papam. E assim, no dia 13/3/2013, pela primeira vez a Igreja Católica tem um Papa oriundo do continente americano. O argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 226º mandatário da Igreja Romana, após 5 votações, um dos conclaves mais rápidos da história.

O Papa escolheu o nome de Francisco. Fomos informados que para os católicos romanos há pelo menos 9 santos com o nome de Francisco. A escolha de Bergoglio foi em homenagem a Francisco de Assis, o jovem italiano que aos 24 anos abriu mão da fortuna da família para se dedicar aos pobres.               Seu nome é sinônimo de fraternidade e símbolo de humildade. São Franscisco de Assis é conhecido como protetor dos animais.

O que nós, protestantes, temos com a escolha de um novo Papa? Nada, seria a primeira resposta. Não estamos sob a autoridade do Papa, não o reconhecemos como sucessor de Pedro e não somos ligados à Igreja Católica Apostólica Romana. Portanto, se o Papa é argentino ou brasileiro, se Francisco ou João Paulo, se conservador ou reformista, pra nós, honestamente, não faz a menor diferença.

No entanto, há se de considerar que o Papa é líder de uma igreja com mais de 1 bilhão de fiéis e que, para todos os efeitos, é uma igreja cristã. Então, alguma coisa nós temos, sim, com ele. De certa forma, o mundo o reconhece como um porta-voz legítimo do pensamento da cristandade. Logo, o que o Papa diz, diz em nome de “todos” os cristãos. Pelo menos é assim que governos, intelectuais e pessoas simples escutam as palavras de Francisco.

E o que Francisco diz? Muito pouco. Claro, o homem é Papa há menos de uma semana. Contudo, provavelmente, ele não mudará de posição acerca de assuntos polêmicos, sobre os quais já se posicionara, como o aborto e o homossexualismo. Sobre o aborto, ele afirma ser crime. Sobre o outro tema, ele disse: “O plano de Deus para a família é que ela seja feita a partir de um homem e de uma mulher”.

Vê-se, por essas declarações, que alguma coisa nós temos com o Papa. E não é a coragem nem a coerência. Alguns cristãos reformados acham normal o casamento homossexual (é direito deles, dizem) e não poucas mulheres defendem o direito ao aborto. Temos em comum com o Papa a visão sobre o aborto e sobre a homossexualidade.

E daí? Pergunta você. Quer dizer que por isso, a partir de agora, serei mais um defensor do Papa? Com certeza, não. Continuamos sem ter nada que nos ligue com o papado romano. Mas, uma coisa podemos aprender com ele: É preciso defender com mais veemência nosso pensamento, nossa fé, nossa cosmovisão.

Será que, para o mundo conhecer o pensamento cristão sobre temas polêmicos, precisaremos continuar dependendo da proclamação Habemus Papam?

Deus queira que não.


Rev. Renato Arbués.