Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sem medo de piratas!

Apesar do que os filmes nos fizeram acreditar, os piratas não costumavam obrigar suas vítimas a caminharem sobre uma prancha para se afogarem ou serem devoradas por tubarões. Oficialmente, há apenas um relato de um jornal de 1829 em que um prisioneiro foi condenado a caminhar sobre uma prancha e, consequentemente, cair no mar. Isso de maneira alguma deve nos fazer pensar que os piratas eram bonzinhos, pelo contrário, os castigos mais comuns que eles infligiam eram a tortura, a queima e a mutilação. Pobre de quem caísse nas mãos desses bárbaros do mar.

Não por acaso, alguns mestres da escrita costumam comparar as agruras da vida com o tratamento que os corsários dispensavam às suas vítimas. Há momentos em que sentimos que a nossa jornada está nos levando a uma queda da qual não levantaremos mais. Sentimos como se fôssemos vítimas de um torturador, um sádico, que pretende, antes de nos destruir, propiciar o máximo de sofrimento que suportarmos. Não estamos sozinhos nesse ponto. Grandes homens de Deus também experimentaram essa aflição corrosiva. Davi, por exemplo, teve a convicção de que Deus havia se esquecido dele (Sl. 13). Jó, por 16 vezes, perguntou a Deus por que estava passando por toda aquela calamidade (morte dos filhos, perda dos bens e incompreensão da esposa) e não obteve resposta alguma. Pra mim, o homem que mais exemplifica o sentimento de angústia e depressão foi Elias, que pediu: “Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs. 19.4). A vida é o pirata cruel que tortura qualquer um que ousar desafiá-lo.

Você já se sentiu – ou está se sentindo – assim?

As vítimas dos piratas invariavelmente eram torturadas até à morte. Não havia esperança. Entretanto, conosco não precisa ser assim. Aliás, não é assim. Nosso Senhor prometeu jamais Se afastar de nós: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt. 28.19). Depreende-se dessa promessa de Jesus que você e eu nunca estaremos sozinhos. O “depressivo” Davi venceu a tristeza firmando seu pensamento na verdade de que Deus jamais Se afasta de Seu povo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo...(Sl. 23.4). A mesma esperança salvou a vida de Jó e de Elias. Portanto, para nós, a morte não é uma realidade a ser temida: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo. 5.24).

Mas, dirá você, e por que então tanto sofrimento, tanta aflição? Talvez você não goste da resposta, no entanto, informo que não é minha, é do Espírito Santo. O motivo de sermos provados tão intensamente enquanto neste mundo é um só: Nossa alegria! Isso mesmo. Você chora, sente tristeza, medo, pensa em fugir, desistir, tropeça, se envergonha (e envergonha os outros), sente culpa, desespero, por uma razão apenas, a saber, ser feliz. Duvida?

Considere o que Tiago escreveu: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz esperança. Ora a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg. 1.2-4). Você crê na Bíblia? Se sua resposta for sim, atente a um último conselho: Jamais perca a esperança! Deus nunca vai abandonar você.

Rev. Renato Arbués.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

De peixe pra peixe

Um homem é preso sob a acusação de ter arquitetado a morte da namorada e de seus filhinhos gêmeos. Testes revelarão se as crianças – um menino e uma menina – eram filhas dele. Um policial atira contra pessoas dentro de um carro, matando um rapaz, como desfecho de uma discussão ocorrida momentos antes. No povoado da Tiquara, um homem disparou cinco tiros contra outro. Enquanto recarregava sua arma, os amigos da vítima o lincharam. O que está acontecendo?

A disciplina que estuda a dinâmica das relações pessoais é a Sociologia. Desde que Augusto Comte, no século XIX, incutiu que era possível descrever as leis que regem a sociedade da mesma forma que os físicos descrevem as leis da natureza, pensadores têm se revezado nessa árdua missão. Destaco Émile Durkheim (1858-1917). Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a Sociologia uma ciência. Sua obra é extensa e interessante, proveitosa em muitos aspectos. Ele também discutiu a violência.

Émile Durkheim elaborou o conceito de anomia, uma “desorganização tal da sociedade que enfraqueceria a integração dos indivíduos que não sabem que normas devem seguir” (Dressler e Willis Jr, 1980). Mais adiante, os autores citados afirmam que “quando as regras sociais e os valores que guiam as condutas e legitimam as aspirações dos indivíduos se tornam in­certos, perdem o seu poder ou, ainda, tornam-se incoerentes ou contraditórios devido às rápidas transformações da sociedade; resulta daí um quadro de desarranjo social denomi­nado anomia.”

Etimologicamente, a palavra anomia significa “ausência de lei” (a = não, sem + nomos = lei, norma). Portanto, quando as pessoas perdem qualquer referência de valores, passando a conduzir suas vidas de acordo com suas motivações e aspirações pessoais, faz-se o estado de anomia.

Durkheim acerta o diagnóstico, porém, erra o remédio. Sua descrição do problema do homem, a meu ver, beira à perfeição. Mas não há Deus em sua sociologia. O que ele propõe é uma (re)adequação às normas. Como fazer isso? Ele não pode dizer. Nesse ponto, não consigo evitar a comparação com Paulo Freire e seu discurso acalorado em favor da “libertação” do homem. Freire insiste em que o homem se liberte das opressões da sociedade, do capital, das ideologias... Como? Pela educação. Educação formulada por quem? Baseada em quais princípios? Ora, os princípios e a base são aqueles construídos pelo próprio homem! Soa como se alguém dissesse a um peixe que, para se livrar da condição de peixe, deveria recorrer aos conselhos de outros peixes. Não por acaso, alguém chamou Paulo Freire de “o teólogo sem Deus”.

O ponto é que Durkheim e Freire não conheceram o Espírito Santo. O problema do homem não é falta de normas ou de educação. É falta de Deus: “Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo. 5.40). A violência habita o mundo desde o dia em que Adão e Eva desobedeceram ao conselho divino. Caim matou Abel por desobediência e distanciamento de Deus. O que acontece hoje, infelizmente, é a mesma coisa: O homem se afastou de Deus!

Leia Durkheim e Freire e veja o quanto o homem está perdido e precisando desesperadamente de ajuda. Leia a Bíblia e veja quão maravilhosa fonte de ajuda está disponível aos miseráveis pecadores que, tristemente, preferem ouvir os peixes.

Rev. Renato Arbués.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Firme, porque bem acompanhado!


Josias reinou em Judá no período de 640 a 609 a. C. Seu avô, Manassés, reinara por 55 anos. Manassés promoveu intensa perseguição contra as pessoas piedosas e reprimiu violentamente a verdadeira religião em Judá. O filho de Manassés e pai de Josias, Amom, também foi um homem corrupto. Sua maldade era tão gritante que, dois anos após assumir o trono, foi assassinado por seus súditos, que não suportavam mais as crueldades do rei. Josias foi aclamado como o novo monarca.

O texto sagrado diz: “Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar e reinou trinta e um anos em Jerusalém...” (2 Rs. 22.1). Como uma criança poderia governar um país após 57 anos de atrocidades? Levaria adiante o legado de seus ancestrais ou romperia com o ciclo de impiedade e buscaria novamente a Lei do SENHOR? “E fez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em todo o caminho de Davi e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda.” (2 Rs. 2.2). Eis a resposta.

Josias procurou uma referência e a encontrou em Davi. Que belo exemplo da soberania da graça divina. O pai passou e pereceu em seus pecados, e o filho é um vaso escolhido. Mas isso se deu porque Josias, repito, seguiu os caminhos de Davi.

Ao nos salvar, Deus nos faz membros de um povo, de uma família. Não somos chamados para a solidão ou para o isolamento. A esse povo a Bíblia nomeia Igreja. E, na igreja, somos fortalecidos com a companhia dos demais e estimulados a seguir as referências de homens e mulheres que foram fiéis a Deus. Quando Paulo exortava os orgulhosos e vaidosos coríntios, disse: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores” (1 Co. 4.16).

Outro “segredo” de Josias foi cercar-se de boas companhias. Tarefa difícil, considerando que este mundo jaz no maligno (1 Jo. 5.19), porém, facilitada se procurarmos no lugar certo. E onde é o lugar certo? Ora, na Igreja! Quer dizer que todos na igreja são boas companhias? Gostaria muito de responder afirmativamente, mas não posso. No entanto, na Bíblia lemos que há joio no meio do trigo, mas não lemos que há trigo no meio do joio. O que quero dizer é que é possível que ímpios vivam entre nós, filhos de Deus. Mas, com toda certeza, os filhos de Deus não conseguirão viver entre os ímpios. Eles procurarão a companhia dos salvos, a “congregação dos justos” (Sl. 1.4). Foi o que Josias fez. E encontrou Hilquias, o sumo sacerdote que o apresentou à Lei do SENHOR.

Você pode ser Josias ou Hilquias, não importa. Talvez você precise de força para continuar fiel ao Senhor. Se for esse o seu caso, procure na igreja alguém como referência, se aproxime, converse, ore com essa pessoa e faça dela uma companhia frequente.

Ou você pode ser um Hilquias na vida de alguém. Veja quem precisa de auxílio na vida cristã, apresente a Lei do Senhor com sabedoria e piedade e não meça esforços para amparar e sustentar essa pessoa.

O que não dá é pra viver sozinho!

Rev. Renato Arbués.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Neemias e as gerações Y, Z...

De Neemias, certamente, você já ouviu alguma coisa: O copeiro do rei Artaxerxes, que, por volta do século V a. C., foi o instrumento do SENHOR para reformar os muros de Jerusalém. E das gerações Y e Z, você já ouviu falar?

De acordo com os estudiosos do comportamento humano, os nascidos nos anos 90 formam a geração Y, indivíduos “antenados” com o mundo digital, autocentrados, egoístas e dinâmicos. A partir desse grupo, surge a geração Z, uma amplificação dos sintomas da geração anterior. Algo que os une é a capacidade de realizarem multitarefas. Seu filho deve ser assim: Assiste a TV, fala ao celular, abre um livro e ainda interage com quem estiver perto! Você também tem um pouco disso. Afinal, vai dizer que não faz duas coisas ao mesmo tempo (desde que não seja assobiar e chupar cana).

O interessante é que Neemias, que viveu mais de 400 anos de Cristo, conseguiu um grupo de pessoas multitarefas para ajudá-lo na difícil tarefa de reconstruir os muros de Jerusalém, destruídos após a invasão babilônica, ocorridaa mais de 100 anos antes de Neemias. O mais espetacular dessa história é que os muros foram reconstruídos em apenas 52 dias! Incrível, não?

Como Neemias conseguiu isso?

Em primeiro lugar, ele contava com a bênção de Deus. Neemias servia a Deus não apenas com palavras vazias, mas com disposição. Em troca, o Senhor o abençoava e o fazia prosperar. De escravo a copeiro era um caminho muito longo. Foi contando com o auxílio de Deus que Neemias logrou êxito. Aliás, a providência divina dirigiu os eventos para que no momento certo, Neemias estivesse no lugar certo e agisse da maneira certa para a restauração de Jerusalém.

Em segundo lugar, Neemias contou com uma equipe engajada. No livro, há uma passagem reveladora: “Os carregadores, que por si mesmos tomavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a arma” (Ne. 4.17). Você percebeu? Os homens faziam duas coisas ao mesmo tempo: Vigiavam e trabalhavam. Agindo assim, em 52 dias reedificaram muros caídos há mais de 100 anos.

Não somos Neemias. Muitos de nós não pertencemos às gerações Y ou Z (alguns, sim). Mas todos desempenhamos várias funções na vida: Trabalhamos, estudamos, compramos, vendemos, lemos, criamos filhos, administramos, “navegamos” (net), vemos televisão... Fazemos tudo muito bem. A prova é que estamos aqui, agradecendo a superação de mais um ano e reivindicando as bênçãos divinas para um uma nova etapa.

Vamos aproveitar e incluir nas muitas tarefas que realizamos o serviço ao SENHOR, como os construtores dos dias de Neemias. Há muita coisa para ser feita. Obviamente, todos nós estamos muito ocupados, e temos pouquíssimo tempo disponível. Mas, a bem da verdade, a obra de Deus nunca foi feita por desocupados e ociosos. Jesus chamou homens que estavam trabalhando (pescando) para auxiliá-lo. “Deus não quer preguiçoso em sua obra”.

Então, convido a você, pessoa ocupada que é, a continuar com uma mão nas tarefas cotidianas e colocar a outra na obra de Deus. É incrível o que Ele pode fazer com tão pouco, desde nos entreguemos de coração ao serviço.

Não se esconda no trabalho ou nas demais ocupações. Isso nunca impediu aos verdadeiramente comprometidos com Deus!

Que você tenha muito trabalho!

Rev. Renato Arbués.