Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

sábado, 30 de novembro de 2013

DIA DO SENHOR

Não são poucos os cristãos que cumprem fielmente as orientações escriturísticas a respeito da guarda do Dia do Senhor. Culto público, culto doméstico, leitura da Bíblia, orações, obras de necessidade e misericórdia. É tão estimulante encontrar a igreja cheia no domingo. Claro, Deus Se faz presente onde Seu nome é invocado, seja por um, dois ou três. No entanto, quando o rebanho do Bom Pastor está junto, a adoração é fervorosa, os hinos são mais belos e a voz do Senhor se faz ouvir mais poderosamente.

Louvemos ao Senhor no Dia do Senhor!

IPC de Senhor do Bonfim.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DE ONDE VEM A SUA FORÇA?

Anteu. Filho de Poseidon (deus do mar) e Gaia (terra), Anteu era extremamente forte e quase invencível. Quase, porque, como todo bom herói, ele também tinha um ponto fraco. Bastava levantá-lo da terra e sua força diminuía consideravelmente. Por ser filho de Gaia (Terra), sempre que caía, Anteu recebia da mãe a força necessária para continuar lutando e vencer seus adversários. Assim, toda vez que alguém o jogava no chão, pensando em subjuga-lo, na verdade, o estava fortalecendo.



Super-Homem é outro ser quase invencível. Como Anteu, ele também tem um ponto fraco. Você pensou na kryptonita, não foi? Aquela pedra fictícia, verde, que tem o poder de minar a energia do homem de aço. Pois é, embora a kryptonita tenha o poder de enfraquecer o nosso herói, o que poucos sabem é que a sua força vem do sol. Mais precisamente do sol amarelo(?), o nosso sol. É dele que Clark Kent recebe o seu poder. Se algum vilão conseguir cobrir o sol, mata o Super-Homem. Um dia, Darkseid, um supervilão, deu um soco tão forte no homem de aço que este entrou em órbita. Resultado: Chegou perto do sol, recarregou a bateria e “pei”, acabou com as pretensões do inimigo.



E o Aquaman? A ficha dele registra a capacidade de se comunicar com a vida marinha, respiração debaixo d’água, resistência sobre-humana (pode levar tiros de metralhadora que não morre), pode nadar na velocidade de 3.000 m/s, ver na escuridão e ouvir qualquer som no fundo do mar. Só não pode ficar muito tempo longe da água, fonte de sua força, senão morre.



Talvez você não tenha lido essas histórias durante a infância ou, talvez, nem goste desses personagens. Mas, eu os citei com uma intenção clara de fazer uma analogia entre eles e nós, cristãos.



Não somos heróis, portanto, esse não é o elemento de comparação. Porém, assim como eles, fomos chamados para uma missão, uma grande missão, diga-se de passagem. E, também à semelhança deles, recebemos uma força, uma energia sobrenatural, que nos capacita a grandes realizações. Não é por acaso que os cristãos antigos são chamados de “heróis da fé”. Mais cedo ou mais tarde, eu e você, espero, também seremos chamados assim.



Um dos heróis da fé um dia declarou: “Eu te amo, ó SENHOR, força minha” (Sl. 18.1). Um outro, muito tempo depois, afirmou com confiança: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm. 8.31). Resta claro que, para esses homens, a força deles tinha uma origem comum: Deus! Por isso, não se afastavam do SENHOR. Longe dEle, eles se enfraqueciam!



Você e eu não fomos chamados para fazer um trem parar com a palma da mão ou conversar com baleias no fundo do mar. Não obstante, nossa missão não é fácil: Ser luz para o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura! Jamais teremos êxito se fraquejarmos. Assim, devemos permanecer firmes na fonte de nossa força: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co. 15.58).



Amém!

Rev. Renato Arbués.

domingo, 24 de novembro de 2013

Por onde você anda?

A pergunta do título foi feita pelo Senhor Criador. Um dia, ao passear pelo jardim do Éden, já à tardinha, Deus sentiu a ausência de Adão. Este não estava à espera do Senhor como sempre fazia. O local combinado, no qual sempre se encontravam, estava vazio. O que teria acontecido?

Ora, o resto (e o início) da história, você conhece bem. Adão e Eva desobedeceram ao Senhor. A desobediência trouxe um sentimento de culpa tão grande que eles fugiram da presença de Deus. Ou, pelo menos, tentaram.
É curioso constatar que tanto tempo depois, os filhos de Adão e Eva continuam mantendo o mesmo comportamento. Hereditariedade? Imitação? Qual será a razão para que as pessoas continuem a tentar fugir de Deus? Por que a Santa presença do Criador ainda incomoda tanto?

Uma boa razão é dada pelo profeta Isaías. Ele viveu há cerca de 700 anos antes de Cristo. Eram dias difíceis, em que a nação de Israel se rebelara contra o Senhor. Então, Isaías é chamado para “sacudir” aquele povo. Num dos momentos mais dramáticos de seu ministério, o profeta faz uma declaração avassaladora: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59.1-2).


Que coisa, não? Se essas palavras fossem escritas num gigantesco outdoor, sem menção alguma sobre o autor e os destinatários, elas poderiam fazer referência a qualquer período da história humana, desde Adão até o fim dos tempos.


O ex(?)-papa Bento XVI, em visita a um antigo campo de concentração de judeus, perguntou: “Deus, onde estavas e por que permitiste que tudo isso acontecesse?” O papa fez um pergunta retórica, claro. Ele já sabia a resposta. Eu e você também sabemos. Deus estava (e está) onde sempre esteve: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3).


Mas, o que aconteceu naqueles dias? Aconteceu a mesma coisa que acontece sempre que desobedecemos a “santa e perfeita” vontade de Deus: o homem fugiu da presença do Criador. Fugiu, por quê? Vergonha, remorso, culpa, tristeza, covardia... Sabe-se lá o que passa na cabeça de alguém em rebelião contra Deus!
No entanto, a fuga tem uma finalidade, um objetivo. Adão pensou que, se escondendo, evitaria a indignação divina. Não é o mesmo pensamento que passa na sua cabeça quando o pecado está à porta? Tentar esconder ou negar a culpa é uma atitude muito corriqueira.



O rei Davi também fez uma pergunta retórica. No Salmo 139 ele quer saber: “Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde fugirei da Tua face?” (Salmo 139.7). Davi estava orando. Que bela oração, não é mesmo? Não adianta fugir de Deus. É impossível. Ele está onde sempre esteve. O rei Salomão também afirmou: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Provérbios 15.3).
Você deve estar se perguntando: “Ora, se Deus sabe tudo, por que perguntou onde estava Adão?” Boa pergunta. E, no íntimo, você também sabe como respondê-la. Deus fez uma pergunta retórica. Ele sabia a resposta, mas queria ouvi-la de seu filho.


A história continua a se repetir. Você, por vezes, pode até pensar que, fugindo da presença de Deus, conseguirá viver bem com sua consciência. Não viverá! Santo Agostinho dizia a respeito dos homens: “Fomos criados por Deus e nossa alma só encontrará repouso nEle”.


Não fuja de Deus. Busque-o, aproxime-se dEle e Ele Se achegará a você. Creia nisso porque é uma promessa do Criador. Leia em sua Bíblia, na Carta de Tiago, no capítulo 4, verso 8.
E pare se tentar se esconder de Deus.

Rev. Renato Arbués.

sábado, 23 de novembro de 2013

JUSTIÇA FEITA?

O que significa fazer justiça? Essa dúvida me veio à mente depois do anúncio da prisão de pessoas importantes envolvidas no esquema de corrupção popularmente conhecido como “mensalão”. Enquanto ex-poderosos se entregavam à Polícia Federal, os repórteres se revezavam em narrativas patrióticas em que um mantra era repetido: “A justiça, finalmente, está sendo feita!”

Se entendi bem a opinião dos repórteres, a justiça é feita sempre que há prisões de pessoas condenadas pelos órgãos de justiça. Foi o que houve. Logo, assistimos ao vivo e no conforto de nossa casa, a justiça sendo feita a pessoas que, historicamente, estavam distantes de qualquer noção de justiça.

O que foi o mensalão? Em sua essência, o mensalão consistiu em um esquema bem simples de entender: desvio de recursos para a compra de apoio político e pagamento de dívidas. Que ninguém nos leia, mas, cá pra nós, você acha que esse esquema foi único? Será que em outros tempos e lugares esquemas assim não se multiplicam?

É isso que me deixa duvidoso em aceitar que a justiça foi feita. Talvez devêssemos falar de justiça sendo feita apenas naquele caso  específico, pois,  até onde  minha memória alcança,  não me recordo de políticos sendo presos da forma como aconteceu no último dia da Proclamação da República. Mas, insisto, a justiça foi mesmo feita?

Bem, entre a entrevista do então deputado Roberto Jefferson, detalhando o esquema, e a prisão dos mensaleiros, lá se foram 8 anos. Por oito anos, os corruptos levaram vida normal, viajaram, compraram, passearem, enfim, viveram como se nada tivesse acontecido. Se houve justiça, convenhamos, ela demorou um bocado!

O julgamento se deu no Supremo Tribunal Federal. As mais brilhantes (?) mentes do país analisaram detalhadamente o caso e emitiram o seu parecer. Alguns juízes se mostraram extremamente desconfortáveis em condenar alguns réus, não faltando juiz que até elogiasse a trajetória de condenados. Também fomos apresentados aos tais “embargos infringentes”, deferência aos nobres réus que tiveram no mínimo 4 votos a seu favor. Enfim, se houve justiça, foi aplicada com muita delicadeza.

A sensação é a de que todos são iguais perante a Lei, mas, uns são mais iguais que os outros. Resta, portanto, a fim de que não fique dúvida sobre a justiça, confiar nas palavras do salmista: “Ele mesmo julga o mundo com justiça; administra os povos com retidão” (Sl. 9.8).

A justiça de Deus, essa, sim, é imparcial. E não falha!

Rev. Renato Arbués.

domingo, 10 de novembro de 2013

E você, é quem?

Os defensores do vernáculo que me perdoem, mas eu gosto tanto da fala coloquial que me permiti usar uma frase muito comum para dar título a essa reflexão: “E você, é quem?”. A construção parece esquisita, mas simplesmente quer dizer “Quem é você? O que você faz? Como vive?”.

A Bíblia registra os feitos de grandes líderes do passado. No decorrer das narrativas, podemos saber com certo grau de precisão quem era cada um deles, como era sua personalidade, seus hábitos, seus medos – tudo a partir do modo como realizaram as missões confiadas a eles por Deus. Quero que você passe em revista comigo por alguns personagens do livro dos Juízes e, ao final, tente identificar com qual deles você se parece mais e responda a pergunta do título: “E você, é quem?”.

O primeiro é Baraque. Pouca gente já ouviu falar dele. Sua história está documentada no livro dos Juízes, capítulos 4-5. Os filhos de Israel estavam sendo oprimidos por Jabim, rei de Canaã. Baraque havia sido escolhido por Deus para livrar Israel. Mas não foi. Aí entra em cena a profetisa Débora. Ela manda chamar Baraque e lhe dá um “puxão de orelha”: “Porventura, o SENHOR, Deus de Israel, não de ordem, dizendo:vai, e leva consigo 10.000 homens... e livra a Israel? (Jz. 4.6-7, adaptado). Baraque estava acomodado.

Baraque, então, revela mais um pouco da sua personalidade, sim, porque já vimos que ele era desobediente a Deus. Ele diz: “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei” (Jz. 4.8). Em outras palavras, ele disse: “Sozinho? Nem morto!”. Para Baraque, a ordem de Deus, a garantia divina, vista na palavra profética (e o darei nas tuas mãos), não eram suficientes. Ele precisava da companhia de alguém. Seus temores só seriam desfeitos se tivesse Débora ao seu lado.

É impressionante a semelhança entre Baraque e uma multidão de homens e mulheres cristãos. Eles têm à disposição as grandes promessas de Deus e a certeza de que não estarão sozinhos. Porém, preferem a comodidade e o conforto de seus lares a enfrentarem críticas e oposição. Preferem serem vistos sem serem notados à ter de desagradarem a este ou aquele rebelde. Enfim, se contentam com as frutas caídas no chão porque têm medo dos espinhos na árvore.

São essas pessoas que devem ouvir a profetisa Débora. “Porventura, Deus não lhe confiou uma missão? Então, por que não a realiza? Como você pode ficar aí parado, tendo uma seara imensa pela frente? Por que não colocou a mão no arado ainda”. Na verdade, Baraque sabia que não estaria sozinho. Deus o acompanharia. No entanto, para uma pessoa insegura é mais fácil confiar em carros e cavalos do que no Deus que criou essas coisas!

Meu amigo, não se preocupe com críticas, oposição, desânimo ou qualquer coisa que o valha. Não se contente com uma zona de conforto, na qual você não tem “dor de cabeça” nenhuma. Fazer a obra de Deus exige tempo e dedicação total. Porém, a recompensa é certa. Haverá o dia do descanso eterno, mas até que ele chegue, trabalhemos, pois!

Rev. Renato Arbués.

sábado, 9 de novembro de 2013

PENSAMENTO SOBRE UM CHEQUE DEVOLVIDO

O fato quase passou despercebido. Na verdade, pouca gente ficou sabendo que a Caixa Econômica Federal devolveu dois cheques da Câmara de Vereadores da Prefeitura de Senhor do Bonfim no valor total de R$ 540,00. Mas é verdade. Tudo documentado.

O documento que prova o acontecido foi divulgado pelo próprio banco. Um ofício direcionado à presidência da Câmara de Vereadores e publicado no blog www.maravilhanoticias.blogspot.com. No comunicado, a CEF revelou até o saldo da conta dos nossos ilustres edis. Exatos R$ 153.038,72.

O gerente geral da Caixa, que assina o documento, informou que “problemas tecnológicos” foram os responsáveis pelo lamentável episódio. Atitude bonita, a do gerente. Reconheceu o erro, explicou-o e fez questão de isentar o cliente de qualquer culpa.

Uma vez, eu também tive um cheque devolvido. Por um outro banco, claro. Vou poupar o leitor do constrangimento de ler os valores envolvidos. Posso garantir, entretanto, que o saldo na conta desse redator não chegava ao valor dos cheques que foram emitidos (e não pagos) pela Câmara. Apresso-me, porém, a esclarecer que o cheque que emiti era compatível com minha vocação de pastor e professor, não exigindo, em sua troca, sequer um peixe. Uma onça bastava. Nem peixe nem onça. O sistema (sempre ele) entendeu que não havia “provisão de fundos suficientes” e vupt! Devolveu!

Sabe como descobri? Tranquilo, estava eu a passear no comércio. Interessei-me por um objeto e quis comprá-lo. Se tem uma coisa que um pastor sabe fazer bem é “esperar pacientemente”. Então, pacientemente esperei que a moça do crediário consultasse meus dados, liberando a minha compra. Foi quando ouvi a frase e o sorriso amarelo da moça do crediário. Você conhece? O sorriso é impossível descrever com palavras, mas, a frase é mais ou menos assim: “ÉÉÉÉ, desculpe, senhor... Mas, o senhor está com uma restrição!”

Pensei: “Como assim restrição? Ainda ontem comi um mocotó com pimenta e estou bem! Corro, jogo futebol, leio. De que tipo de restrição essa moça está falando? Alimentar ou física, não é!”

Olhei pra ela e perguntei: “Sim, que restrição?” Ela: “Não sei, senhor. É melhor o senhor procurar o seu banco. Obrigada!”

Esqueci até o que eu queria comprar.

No banco, fui informado que o erro foi do sistema, mas que eles “iam estar resolvendo, num minuto. Pronto. Mais alguma coisa, Sr. Luiz?” Como a maioria dos brasileiros, naquela época eu também não conhecia um fenômeno atual chamado “processo”, deixei pra lá. E só.

Perdõe-me por molestá-lo contando essa história. É que foi inevitável não me lembrar dela, ao ler a notícia mencionada acima. Por que os bancos tratam os clientes de formas tão diferentes? Por que alguns recebem mais gentilezas que outros?

Na verdade, eu e você sabemos as respostas. E saber isso não conforta nem um pouco.

“Dois pesos diferentes e duas espécies de medida são abominação ao SENHOR, tanto um como o outro” (Pv. 20.10).

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CRISTOFOBIA OU FRONEMOFOBIA?

Eu não sei você, mas, eu, honestamente, já estou me aborrecendo com essa história de homofobia, preconceito, PLC 122 e etc. Também já me cansei de ouvir os discursos inflamados do Exmo. Dep. Fed. Jean Wyllys, o mais notório defensor da causa gay no Brasil.

Afinal, o que está em pauta, na verdade? A todo momento, somos convidados a debater o casamento gay. Ótimo, vamos debatê-lo. Sob que perspectiva? Filosófica, antropológica, sociológica, teológica? Nenhuma! Nenhuma porque, se você ousar manifestar uma opinião contrária às pretensões gays, logo é taxado de preconceituoso, ignorante, estúpido, fundamentalista e coisa e tal. Ora, um debate em que se nega a uma das partes o contraditório é, no mínimo, um absurdo! Foge de qualquer definição aceitável de debate.

Que alguém queira defender um comportamento, uma ideia, um princípio, é perfeitamente compreensível e aceitável numa sociedade democrática. No entanto, não se pode classificar como defeito alheio o que, em nós, é virtude. Explico: Um cristão defendendo seu estilo de vida, embasado nas Escrituras Sagradas, é fundamentalista e preconceituoso. Já um homossexual, defendendo seu estilo de vida, embasado na sua ideologia, é intelectual e moderno. Não concordo. Dois pesos, duas medidas?

Um bom exemplo disso, podemos encontrar nas afirmações radicais a respeito da Bíblia por parte de alguns defensores da PL 122: “A Bíblia é ridícula!”, “A Bíblia é machista, arcaica e cheia de erros!”, “A Bíblia deve ser interpretada como mito”. A liberdade de expressão é um direito garantido pela nossa Constituição. Portanto, não há nenhuma ilegalidade nessas afirmações. Porém, se alguém diz que “o casamento gay é uma afronta à família”, “que a homossexualidade é ridícula e abominável”, logo terá negado o direito à liberdade de expressão, sendo imediatamente rotulado como “fomentador do ódio, do preconceito, do fundamentalismo”. Ou seja, a liberdade de expressão pertence a uns e a outros, não?  De novo, não concordo.

Citando um comentário do filósofo Olavo de Carvalho, declarações contra os homossexuais devem ser evitadas, porque todas as pessoas, independentes de qualquer coisa, merecem respeito. Porém, declarações contra cristãos também devem ser evitadas. O preconceito mata. E, se formos colocar os números no papel, não há dúvida de que os cristãos também sofreram muito mais ataques preconceituosos – incluindo o uso da violência – tanto quanto vários outros grupos perseguidos por suas posições.

Não se trata de uma cruzada. Trata-se, na verdade, do exercício de dois dos mais sagrados direitos humanos: O direito de pensar e de expressar o pensamento! Por que temos de aceitar que apenas um grupo tenha o direito de expressar-se? De acordo com Marilena Chauí, a democracia se distingue por ser “a única sociedade e regime que considera o conflito legítimo, como direito a ser reconhecido e respeitado”. O que se propõe hoje, no entanto, é negar o conflito, elegendo apenas um discurso como válido e legal. Mais uma vez, não concordo!

Como diz a Bíblia: “A boca do insensato é a sua própria destruição, e os seus lábios, um laço para a sua alma.” (Pv. 18.7).

Penso, logo digo!


PS: Cristofobia: Medo de Cristo ou do cristianismo; Fronemofobia: Medo de pensar.

Rev. Renato Arbués.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

DE QUE MORREM SEUS HERÓIS?

O cantor Cazuza um dia declarou: “Meus heróis morreram de overdose”. Que herói morre de overdose? Considerando o autor da frase, pode-se supor que ele se referia a músicos, cantores, artistas, pessoas que compunham o meio em que ele se destacou. Mas, como e do que morrem os heróis?

Há alguns meses, duas mortes tiveram intensa repercussão. Primeiro, fomos informados da morte de Hugo Chávez, presidente venezuelano, que lutava contra um câncer havia dois anos. No dia seguinte, o cantor conhecido como “Chorão”, líder da banda Charlie Brown Jr. Chávez tinha 58 anos; Chorão, 42.

Hugo Chávez, em nome de um socialismo populista, aliou-se às figuras mais sinistras da política atual, destacando Saddam Hussein, Mahmoud Ahmadinejad e Bashar Assad.

Chorão, cantor de rock, estava deprimido por causa de um divórcio recente. Fazia uso de medicamentos pesados e, suspeita-se, era usuário de drogas.

A comoção tomou conta da população venezuelana. Pessoas choravam, demonstrando desespero e desalento pela perda do “papai”. Líderes de diversas nações manifestaram pesar com a perda dos venezuelanos. “Era um dos principais líderes da região” (América do Sul), declarou a presidente Cristina Kirchner. O corpo foi velado de terça à sexta-feira. Agora será embalsamado e ficará em exposição “para sempre”.

Já o corpo do “Chorão”, encontrado morto na madrugada de quarta-feira, foi sepultado no dia seguinte. Fãs choraram, apresentadores de programas populares se revelaram admiradores das músicas da banda Charlie Brown Jr. “Uma perda lastimável para o POP brasileiro”, disse um comentarista de cultura da Globo News. Chorão era conhecido como poeta de rua, devido a temática de suas músicas. Frases simples que descreviam namoros, brigas, aventuras e skates. Tudo devidamente recheado com um monte de palavrões. Porque palavrão, segundo dizem, é a linguagem da rua.

Não consegui evitar o paralelo com a morte de Abner. Lembra dele? Ele era um dos soldados de confiança do rei Saul. Quando o rei morreu, Abner declarou apoio ao filho de Saul, Is-Bosete. Numa luta entre as forças de Is-Bosete contra o exército de Davi, Abner matou um irmão de Joabe, general de Davi. Muito tempo depois, Abner se desentendeu com Is-Bosete e procurou a Davi, a quem jurou lealdade. Por ser extremamente respeitado em Israel, Abner representava uma ameaça ao ambicioso Joabe, que nunca o perdoara pela morte do irmão. O que Joabe fez? Covardemente, atraiu Abner e o matou.

Quando essa história aconteceu, não existia TV, rádio ou internet. A imprensa não repercutiu a perda de Israel. Porém, o Espírito Santo fez questão de preservar as palavras do rei Davi sobre o ocorrido: “Então, disse o rei aos seus homens: Não sabeis que, hoje, caiu em Israel um príncipe e um grande homem?” (2 Sm. 3.38).

Antes de ser traído por Joabe, Abner recebeu de Davi a missão de conseguir o apoio da tribo de Benjamim, numa tentativa de unir Israel em torno do reinado davídico. Após a sua morte, Israel aceitou Davi como rei, ou seja, Abner deu a vida por Seu povo.

Abner não foi presidente nem pop star. Foi apenas um soldado fiel e temente a Deus. Para Davi e para o Espírito Santo, no entanto, Abner foi um herói. E sua morte é digna de ser lembrada.

E seus heróis, morrem de quê?

Rev. Renato Arbués.