No mundo grego, as mulheres eram colocadas quase no mesmo
nível que os escravos e, tanto pelo costume quanto pela lei, estavam sob
controle de seus maridos.
Na sociedade romana, a mulher gozava de maior liberdade, na
prática, senão na lei. Ela compartilhava a vida do marido e tinha liberdade de
aparecer com ele em público. Com essa emancipação parcial, veio maior lassidão
moral que incluía o divórcio mais frequente. O estoicismo tendia a elevar a
posição das mulheres e buscava indicar um alto padrão ético; por outro lado, as
religiões romanas, muitas vezes, incluíam vícios vergonhosos que em muito
degradava sua posição.
No judaísmo, a posição das mulheres era regulada pela Torah.
No lar, sua posição era de dignidade e responsabilidade (Pv. 31). Os filhos
ficavam sob a responsabilidade especial da mãe (Êx. 20.12; 21.15; Lv. 19.3). Comparada
com a visão do resto do mundo, a posição da mulher, dentro do judaísmo, era de
privilégios e reconhecimento.
Tal privilégio pode ser observada numa leitura mais cuidadosa
da narrativa da criação, algo que poucos cristãos fazem. A respeito da Criação,
a Bíblia afirma que Deus criou o mundo em 6 dias e, ao final de cada dia, viu
Ele que tudo “era bom”. Porém, lendo com óculos de grau, qualquer pessoa verá
que algo não “era bom”, mesmo antes do pecado. Gênesis 2.18 afirma: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Deus, que criou e
organizou todas as coisas, sabia que o homem, sozinho, não seria grande coisa.
Deu-lhe a mulher para que sua humanidade (do homem) alcançasse toda a sua
potencialidade.
O Senhor Jesus ensinava as mulheres e recebia o serviço
delas. Em Suas parábolas, Jesus, frequentemente, incluía referências ao
cotidiano da mulher (Mt. 13.33; Lc. 15.8ss). Nosso Senhor não fez distinção
entre homem e mulher no que concerne aos privilégios espirituais.
A verdade é que a mulher é uma das mais belas obras de Deus.
O rei Salomão escreveu: “Quem encontra
uma esposa (mulher) excelente coisa encontra e alcançou a benevolência do
SENHOR” (Pv. 18.22). Apesar de Salomão chamar de “coisa”, tem-se de
observar que é uma “coisa excelente”. Brincadeira à parte, a ordem planejada
por Deus estabelecia que a felicidade plena se daria na vida em família, homem
e mulher.
Ter um dia especial para homenagear às mulheres à luz da
Bíblia não é algo que deva ser avaliado como certo ou errado. Porém, à luz das
Escrituras, uma “coisa” tão excelente, quanto a mulher, deveria ser honrada e
homenageada todos os dias do ano.
Enfim, a visão cristã a respeito da mulher eleva-a e a
entende não como inferior, mas, de fato, igual e essencial ao homem. Sem ela,
certamente, não conheceríamos a felicidade planejada por Deus.
Feliz Dia Internacional da Mulher.
Rev. Renato Arbués.