Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

domingo, 28 de agosto de 2011

FALTA DE SORTE OU DE VERGONHA?


Foi trágico. E irônico. Mas, também foi revelador desses nossos tempos. Aliás, tempos confusos, esses! As agências de notícias deram destaque a um caso de traição. Coisa, a bem da verdade, corriqueira hoje em dia. Porém, o trágico está no fato de que uma mulher casada resolveu se prostituir. E pôs anúncio num jornal oferecendo seu corpo. O que leva uma mulher a se prostituir? Pior, o que leva uma mulher casada à prostituição? Trágico demais.

A tragédia não termina. Um homem casado procurou seus serviços. A mesma indignação deve ser direcionada contra esse senhor. Por que um homem comprometido com alguém pelos votos do matrimônio procuraria uma prostituta? Estarão os laços da casamento tão frágeis assim? As promessas feitas diante de Deus e dos homens, as juras de amor, os votos, perderam o valor? Ou nunca tiveram valor?

Mas foi irônico. O homem em questão, que ligou para uma profissional do sexo, não sabia que do outro lado da linha estava – pasmem – sua própria esposa! Pois é. Você vai dizer que os dois se merecem, não é mesmo? Na opinião do marido, é a esposa que não tem pudor nem vergonha. Ele tentou agredi-la com uma barra de ferro. Foi um escândalo em Blumenau, Santa Catarina.

Entrevistada, a mulher declarou que “não tinha sorte na vida”. Vou contextualizar à custa da redundância. Ela lamentava o fato de que, em duas tentativas, não conseguir efetivar o adultério. Por isso, se considerava sem sorte. No caso, sorte ela teria se tivesse conseguido êxito na prostituição.

Você está entendendo? Em que mundo uma mulher que consegue trair o marido pode se considerar sortuda? Bem, de acordo com o apóstolo Paulo, este mundo existe. E, exatamente para nos proteger dele, foi que Deus nos orientou pelas Escrituras Sagradas. O que para nós é trágico e inusitado, para o Espírito Santo é próprio da natureza humana. Por isso, ele disse: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio coro em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus.” (1 Ts. 4.3-5).

De acordo com o Espírito Santo, a história dessa mulher não é trágica nem irônica. Ela é a pura confirmação do efeito do pecado na natureza humana. O pecado denigre a dignidade, a santidade, a imagem de Deus no homem. Uma mulher querer trair o marido ou um marido desejar enganar a esposa é fruto do pecado. É a tendência natural de todo homem que se encontra afastado de Deus e vendido à iniquidade.

O cristão é diferente, “porquanto Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação” (1 Ts. 4.7). O homem temente a Deus vive em obediência a Ele, sabe respeitar os compromissos e honra a santidade do corpo, do seu e da esposa. Para ele, uma história dessa não tem graça.

Nenhuma.

Rev. Renato Arbués.

sábado, 20 de agosto de 2011

O Deus desconhecido!

O título remete ao apóstolo Paulo em Atenas. Enquanto esperava por Silas e Timóteo, dissertava na sinagoga e na praça todos os dias. Além de judeus e gentios piedosos, na platéia de Paulo encontravam-se também filósofos epicureus (buscavam prazeres moderados) e estóicos (propunham viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselhavam a indiferença em relação a tudo o que é externo ao ser). Estes últimos levaram o apóstolo até o Areópago (Colina de Ares), um antigo tribunal, repleto de imagens de deuses. O texto bíblico relata o desconforto de Paulo ante a idolatria dominante na cidade (At. 17.16). Até que uma imagem chama a sua atenção.

Era a imagem dedicada ao Deus desconhecido (At. 17.23). No afã de agradar a todos os deuses, os gregos decidiram dedicar um monumento a uma possível divindade cujo nome lhes era desconhecido. Veja você, caro leitor, o zelo do povo que nos legou, entre outras coisas, a filosofia e a democracia, não lhes permitia ignorar um elemento vital da constituição humana: a alma.

Alma que anda muito negligenciada em nossos dias. As pessoas modernas não têm tempo pra essas bobagens de religião. Estão realizando projetos excelentes, estão construindo um futuro melhor, futuro este, ressalte-se, que propiciará banda larga de graça, estádios modernos, tv digital, educação de qualidade... Tudo sem a menor necessidade de Deus ou da “famigerada” religiosidade.

Já há setores trabalhando nisso. Veja uma novela, por exemplo. Você sabe qual o segredo de um personagem (às vezes, tem-se que esperar até o último capítulo), qual o sexo, quais as intenções, quais os amigos, onde mora, como mora, onde trabalha, quem são os inimigos, enfim, sabe tudo, menos a religião. Porque numa novela não há espaço para essas coisas de religião.

O apresentador Datena foi processado pela Associação dos Ateus por declarar que uma pessoa sem Deus é capaz de matar. Um pastor também foi processado, e condenado, junto com a rede TV, a indenizar pessoas que se sentiram ofendidas por declarações contra o ateísmo. Resultado: Ninguém mais pode falar o que nossos avós já diziam sobre quem não tem Deus. Você sabe bem, mas, tem coragem de dizer bem alto?

E assim vamos vivendo numa sociedade com tantos deuses e ao mesmo tempo sem deus nenhum. A arte, antes agente de divulgação das obras divinas, hoje trabalha para destruir ou apagar a imagem divina de nossas vidas.

E as igrejas? Haveria ainda igrejas que preservam o culto à divindade? Outro dia ouvi um pastor falar que odiava a Teologia da Prosperidade. Segundo ele, a Teologia da Prosperidade não oferece Deus para as pessoas. Na verdade, o que a Teologia da Prosperidade oferece, oferece ao homem natural. Quem precisa nascer de novo para querer ser rico ou prosperar? Quem precisa ter um novo coração (no sentido espiritual) para querer ter saúde? Ninguém. Pois é. Infelizmente, o deus oferecido nas igrejas de hoje está interessado na demanda do homem moderno, que quer tudo, menos Deus.

Fico pensando se, daqui a alguns anos, não teremos de erguer um monumento ao Deus que, a cada dia, vai ficando mais desconhecido.

Rev. Renato Arbués.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

REBELDIA ONTEM, TRISTEZA HOJE!


A rebeldia sempre foi associada ao espírito jovem. Se havia um “espaço” para que a atitude contestadora se manifestasse, sem dúvida nenhuma, esse seria a juventude. Não por acaso, o rock, rebelde por nascimento, tem nos jovens o seu maior público.

Acontece que, com o tempo, as reivindicações dos jovens rebeldes começaram a ser atendidas. Queriam sexo, inventaram a pílula anticoncepcional, o preservativo (masculino e feminino), a pílula do dia seguinte; queriam drogas, receberam o LSD, a cocaína, a maconha, o crack, tudo, com o perdão do trocadilho, a preço de farinha; queriam rock, deram-lhes o punk rock, estilo que exige basicamente 3 acordes e vocalistas desafinados, porém, com atitude (cabelos extravagantes, jaquetas de couro e calça jeans rasgadas). E agora, querem o quê?

Roger Moreira, músico dos anos 80, captou essa sensação de “satisfação”. Os jovens tinham tudo o que queriam. A música “Rebelde sem causa”, do Ultraje a Rigor, traz a seguinte letra (trechos): “Meus dois pais me tratam muito bem [...]. Meus dois pais me dão muito carinho [...]. Minha mãe até me deu essa guitarra, ela acha bom que o filho caia na farra. E o meu carro, foi meu pai quem me deu [...]. Meus pais não querem que eu fique legal. Meus pais não querem que eu seja um cara normal. Não vai dar, assim não vai dar. Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar. Não vai dar, assim não vai dar. Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar”. Jovem sem rebeldia, de acordo com a música, não amadurece. Pronto, os jovens não tinham mais uma razão para viver.

Hoje, porém, aqueles jovens dos anos 80 cresceram. São pais. O dilema agora é outro. Eles continuam frustrados porque sentem que estão diante do mesmo vazio que o perseguiram durante a juventude. É o mesmo sentimento. Queriam uma família, conseguiram uma. E agora não se realizam mais com o cônjuge. Os filhos cresceram e dão mais preocupação que alegria. E se perguntam intimamente: Valeu a pena ter me casado? Vale a pena continuar casado?

E o vazio continua.

Não acham mais graça em nada do que fazem. Igreja, trabalho, estudo. Nada realiza, nada satisfaz, nada responde às inquietações de fim de noite. O que fazer? Por que fazer alguma coisa? Entra dia e sai dia, sempre a mesma coisa. Desistir? Alguns deixam tudo pra trás e recomeçam, de forma egoísta, a vida com outra pessoa; outros preferem a saída mais curta e vexatória, o suicídio.

Na verdade, a única pergunta que realmente importa não está sendo feita. Ou seja, você está disposto a fazer o necessário para vencer essa crise? Honestamente, é difícil acreditar que a resposta tenha sido um “sim”. Porque o necessário é simples e claro. Aliás, a dúvida não é minha. A dúvida foi proposta pelo Senhor Jesus Cristo, quando disse: “Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo. 5.40).

A rebeldia é o melhor caminho para chegar ao desespero e à frustração. Jesus é o única caminho para superar essas enfermidades espirituais.

O que você quer?


Rev. Renato Arbués.

domingo, 17 de julho de 2011

ASSE SUA COMIDA!

Na última quarta, tive uma crise de pressão alta. Como parte dos cuidados, minha alimentação praticamente não continha um grama de sal. Tente imaginar o prazer que senti ao tomar uma xícara de caldo de carne. Sem sal. Bom, obviamente, não foi. Mas me fez muito bem. Além disso, me deu a introdução para esta pastoral.
Você gosta de refeições mal cozidas? Felizmente, nossa cultura não possui esse hábito. Pra nós – e para os hebreus também – comida crua além de péssimo gosto revela falta de paciência, de habilidade ou de planejamento do cozinheiro. Falta de planejamento, sim, pois, quando não se sabe como fazer alguma coisa, faz-se mal, sem paciência, sem prazer.
Assim pensava o rei Salomão. Ele disse: “O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente” (Pv. 12.27). Preste atenção no contraste estabelecido por Salomão entre o preguiçoso, que não assa o seu alimento, e o diligente. O uso que o escritor bíblico faz do termo “diligência” é bastante peculiar. A diligência é uma habilidade adquirida que combina persistência criativa, esforço inteligente, planejado e executado de forma honesta com competência e eficácia.
Repare que a diligência é adquirida. É preciso certo esforço para alcançá-la e ser abençoado por ela. Mas a diligência, na verdade, é uma combinação de três outras virtudes: Persistência, Esforço e Execução.
Persistência é a capacidade de persistir, de continuar tentando mesmo quando tudo conspira para você parar, desistir. A fim de evitar a insistência em conseguir algo de um jeito que não dá certo, é que a persistência tem que ser criativa. Quando se tem um objetivo lícito, correto, bom, é preciso insistir na tentativa de torná-lo real. Se não der de um jeito, tente de outro. Seja criativo. Mas, jamais desista.
Em seguida, o esforço é a próxima virtude. Algumas pessoas são abençoadas por Deus com inteligência. Mas são preguiçosas, relaxadas. Por isso, nunca conseguirão ir além do mediano. Jamais farão diferença, pois não se esforçam, não se dedicam a alguma coisa com seriedade. Salomão diz que o esforço deve ser inteligente e planejado. Uma pessoa esforçada, inteligente e que planeja bem os seus passos, certamente, será bem-sucedida.
Por fim, a execução. Não adianta persistir nem se esforçar por algo que não se pretende realizar. Repare que a execução, no entanto, deve ser de forma honesta, com competência e eficácia. Fazer as coisas só visando ao lucro, sucesso e glória pessoal não é atitude digna de um cristão. Precisamos ser-para-o-outro também.
Levar a imagem de Deus requer que nossas obras dignifiquem o ser de Deus. Portanto, asse bem a sua carne. Aplique esses conselhos ao seu casamento, ao seu trabalho à sua vida estudantil.
Lembre-se: Comida sem sal, mesmo para um doente, é um problema!

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

TODOS CERTOS?


Jair Messias Bolsonaro está cumprindo o 6º mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Em sua home page, ele se posiciona abertamente na defesa dos direitos dos militares, dentre os quais ele se destaca. Condecorado com várias medalhas, é um saudosista do velho regime ditatorial, o qual, segundo ele, garantiria a estabilidade da família, a segurança, a punição devida aos criminosos, entre outras benesses sociais.

O deputado Bolsonaro participou de um quadro no programa CQC, da Band, no dia 28 de março. Perguntado sobre como reagiria se seu filho fosse homossexual, respondeu: “Não corro esse risco. Meu filho foi bem educado”. Outro telespectador quis saber que providências o deputado tomaria se descobrisse que o filho fosse usuário de drogas. “Bateria nele”, foi a resposta. Bolsonaro ainda disse que não aceitaria votos de homossexuais (depois voltou atrás), não permitira que seu filho se casasse com uma negra e que a Preta Gil não era um bom exemplo (bem, as palavras não foram essas exatamente).

Resultado: Integrantes da Unegro (União dos Negros pela Igualdade) e representantes de movimentos GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais), pediam respeito à igualdade. E tome processo. Preta Gil também anunciou que o processará. A OAB vai processá-lo também. Bem que os mais velhos já diziam: “Quem fala demais, acaba dando bom dia ao cavalo” ou, no caso, “acaba sendo processado”.

Dificilmente o deputado encontrará alguém que concorde com ele, exceto, talvez, entre alguns militares de sua geração. A Igreja também não pode apoiar declarações de ódio, que incitem a violência contra qualquer grupo social ou promovam a falsa idéia de que uma raça seja superior a outra apenas pela cor. É preciso repudiar veementemente tal comportamento.

É correta a atitude da corregedoria da câmara dos deputados, que abriu inquérito para apurar se houve ou não quebra do decoro parlamentar.

Infelizmente, esse episódio promove ainda mais o erro. Todo tipo de erro. O erro do extremista, que crê apenas na força e na agressão e não nos argumentos para defender suas opiniões; o erro dos homossexuais, que aproveitam esse tipo de incidente para se colocarem de vítimas da sociedade, quando, na verdade, são vítimas de alguns extremistas, e exigirem “seus direitos” em detrimento dos direitos dos outros; o erro da igreja, que mais uma vez apenas reage ao debate, ao invés de promovê-lo de forma madura e equilibrada.

Ao mesmo tempo em que é um absurdo um deputado federal expressar tais opiniões, também é sintomático que esse mesmo homem esteja em seu 6º mandato (praticamente 24 anos), representando uma parcela considerável da população fluminense. Só pra informar: Jair Bolsonaro foi o 11º deputado federal mais votado, com quase 121 mil votos, o que equivale a 1,5% do eleitorado do Rio de Janeiro (www.planetaosasco.com).

O que está acontecendo com o nosso mundo? Estamos perdendo os fundamentos, trocando-os por um novo paradigma moral em que tudo é permitido e incentivado. Onde vamos chegar?

É preocupante constatar que as palavras de Oséias continuam atuais: “os seus príncipes amam apaixonadamente a desonra” (Os. 4.18).

Somos sal e luz do mundo. Precisamos mostrar ao mundo que o estilo de vida cristão não é apenas o melhor: É o único legítimo, pois se fundamenta na Palavra naquele que é o Autor da vida. Vamos, pois, testemunhar as maravilhosas virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz.
Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Eu sou bom?

Num mundo competitivo como o nosso, é natural que as pessoas se sintam cada vez mais pressionadas para conquistar espaço. O resultado disso é percebível a olhos nus: stress, brigas, rivalidade, ambiente de trabalho hostil, pressão, pressão, pressão. Afinal, ninguém pode vacilar. Há sempre alguém tão bom ou melhor que nós ansioso pelo nosso lugar.

Essas circunstâncias se repetem na família também. Certamente você já se questionou se é tão bom pai quanto deveria ser ou uma boa esposa, um bom filho. Estamos nós cumprindo bem o nosso papel familiar?

E como cidadãos, somos exemplos para nossos filhos? O ministro Antônio Palocci multiplicou por 20 o seu patrimônio em quatro anos. Você se importa com isso? O deputado federal Jean Willys prometeu dedicar o seu mandato na luta contra a influência do cristianismo na sociedade até, se possível, eliminá-la. Isso é da sua conta? Em nossa cidade, Senhor do Bonfim, não há médico legista. Você sabia?

Tudo isso e outras coisas nos fazem pensar na pergunta título desta reflexão: eu sou bom? Antes de responder, pense no significado do adjetivo “bom”.

Na narrativa bíblica da criação, ao final de cada dia, Deus imprimia um selo de qualidade à Sua obra. Ao concluir a obra diária, o texto sagrado diz: “Viu Deus que tudo era bom”. Ou seja, a coisa criada (a luz, os céus, os animais, as árvores) correspondia à idéia divina, por isso era bom.

Teologicamente, portanto, pode-se dizer que “bom” é aquilo que cumpre o propósito para o qual foi criado, projetado. Uma boa cadeira não é necessariamente uma cadeira nova, mas, sim, uma cadeira que serve ao propósito de dar-nos um assento; um carro bom é um carro que “anda”, quer dizer, que me leva de um ponto ao outro. Enfim, tomando emprestada uma forma filosófica de expressão,  diga-se que bom é aquilo que é o que deve ser.

Chegamos ao ponto em que a Teologia é a única disciplina que pode nos conduzir com segurança a uma resposta adequada à pergunta “eu sou bom?” E a Teologia, para nos auxiliar, recorrerá ao texto sagrado. Vamos a ele, pois.

Em Gênesis 1.26 está escrito: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”. Uma palavra, como você percebeu, precisa ser enfatizada: Domínio. O homem foi criado para dominar o mundo que Deus criou.

O domínio ao qual o Gênesis se refere implica a idéia de administrar, governar, cuidar, preservar. É isso o que os homens têm feito? Você tem cuidado do mundo da forma como Deus desejou?

Mais à frente, lê-se: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea” (Gn. 2.18). O plano de Deus para o homem inclui as relações familiares. O Senhor viu que não seria bom que o homem vivesse só e lhe deu a família. A idéia de Deus, portanto, era de comunhão, felicidade, cumplicidade, amor. Essas coisas são prioridades em suas relações familiares?

O profeta Miquéias é bem didático ao nos informar o que Deus intentava ao nos formar: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o que é o que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Mq. 6.8). Creio que o texto fala por si: Deus quer que o homem seja justo, misericordioso e humilde. Você é assim?

Se sua resposta foi sim, parabéns, você é realmente um homem bom, uma pesoa boa! Se a resposta foi não, calma, ainda há tempo para tentar melhorar. Querer já é um bom começo.

Pense nisso.

Rev. Renato Arbués

sábado, 28 de maio de 2011

NOSSO CONFORTO!


Romanos 14.8: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.

O apóstolo Paulo está escrevendo suas últimas recomendações aos cristãos romanos. Ele estava preocupado com a tendência que os seres humanos têm de se separarem por qualquer motivo. Não era diferente na Igreja. Alguns cristãos simplesmente deixavam de relacionar-se com outros apenas por questões sobre o comer carne ou beber vinho ou guardar este ou aquele dia da semana.

O argumento de Paulo passa por frases marcantes como a do verso 7: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si”. Quer dizer, somos parte de algo maior; somos parte de uma família, da família de Deus. E tudo que fazemos deve levar em conta essa relação harmoniosa e fraternal com os demais filhos de Deus.

De fato, a realidade que importa é a de que todos os crentes não pertencem a si mesmos, nem uns aos outros primeiramente: eles pertencem a Deus. Eles são do Senhor, quer estejam vivendo quer estejam morrendo!

Essas palavras de Paulo foram dadas para confortar e consolar os filhos de Deus que seriam perseguidos e teriam, dentro em breve, de enfrentar torturas e condenações. Essas palavras foram tão poderosas que, ao longo da história, elas amenizaram a dor e o sofrimento de diversos cristãos à beira da morte.

Tal consolo, infelizmente, não é desfrutado pelos sábios e poderosos, pelos proeminentes e eruditos. Não, essas palavras são para os que fazem parte da família de Deus.

A escritora Rachel de Queiroz escreveu: “Morrer, só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro, ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha”. Coitada. Dá pra sentir a tristeza e a decepção dessa senhora quando escreveu essas palavras. Para que você, meu caro amigo, perceba a diferença de atitude ante a morte, vou citar um trecho de um discurso de Benjamin Franklin: “O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera”.

Há um antigo e conhecido Catecismo da Igreja Protestante, o Catecismo de Heidelberg, que afirma: “O meu único conforto é que - corpo e alma, na vida e na morte – não pertenço a mim mesmo, mas ao meu fiel Salvador, Jesus Cristo, que, ao preço do seu próprio sangue pagou totalmente por todos os meus pecados e me libertou completamente do domínio do pecado...”.

Na próxima semana, comemoraremos 490 anos da Reforma Protestante. Dentre as várias realizações daqueles grandes homens que eu poderia considerar, escolhi compartilhar com você, meu amigo, um pouco da confiança que eles tinham, confiança que lhes permitiu enfrentar reis, príncipes, exércitos. Simplesmente, porque sabiam que vivendo ou morrendo, eram do Senhor.

Martinho Lutero, diante da dieta de Worms, foi pressionado a negar sua fé e acatar a antiga tradição que ele professava. Sua resposta, dada diante do imperador, de autoridades da Igreja, de soldados e de uma grande platéia, foi: “A não ser que os senhores me provem pela Escritura e pela razão que eu estou errado, não poderei e não me disporei a voltar atrás. Minha consciência está sujeita à Palavra de Deus. Ir contra a consciência não é direito nem seguro. Aqui fico. E que Deus me ajude. Amém”. Na noite anterior, Lutero não conseguira dormir, de tanta apreensão. Mas, naquele momento, foi tomado pela paz, pela certeza de vivo ou morto, ele era do Senhor.

Um outro reformador, inglês, Thomas Cranmer, o arcebispo de Henrique em Cantuária, foi preso pela rainha Maria, a Sanguinária. Foi condenado à fogueira com mais 330 protestantes ingleses. Foi colocado na prisão e torturado durante meses, até que concordou em escrever um documento no qual renunciava à fé. Os perseguidores prometeram que iriam soltá-lo. Mentira. Quando ele soube que seria morto, pediu papel e caneta e escreveu outro documento pedindo desculpas aos cristãos. Quando foi levado à fogueira, estendeu a mão direita na direção das chamas e gritou: “Posto que a minha mão ofendeu, escrevendo contrário ao meu coração, minha mão será punida primeiro por isso; pois seja eu levado ao fogo, será queimada primeiro”.

Você dirá: belos casos de heroísmo. Eu direi: Não foi apenas o heroísmo, mas a confiança em Deus que sustentou todos esses homens e continua sustentando o povo de Deus hoje.

Eu sei que muitos crentes deixaram de pensar em coisas como o céu ou o inferno. Eles estão interessados na vitória contra o desemprego, contra as crises, contra a solidão. Eles não estão dispostos mais a sofrer por Cristo, quanto mais a morrer por Ele. Que pena! O amor a Deus foi substituído pelo amor às coisas de Deus.

Mas, você que está lendo essas palavras, atente para as palavras de Paulo. Espero que Deus não precise que você enfrente nenhuma dessas situações, nem que precise ficar doente como Jó e perder todos os bens. Mas, se você, meu amigo, estiver enfrentado uma doença, se você estiver triste por algum problema, talvez maior do que suas forças, se você estiver chorando, sentindo-se pressionado pelas circunstâncias da sua vida, console-se nas palavras de Deus, ditas por meio do apóstolo Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.

Deus nos protege tão bem que, contra a vontade do Pai celestial, não perderemos sequer um fio de cabelo, porque tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.

Conheçamos a verdade, e a verdade nos libertará da ignorância, da tristeza, do medo. Amém!
Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CRISTÃO MESMO

Uma das sensações mais desagradáveis é a de ser enganado. Já aconteceu com você? Comprar um produto esperando uma coisa e descobrir que ele não faz nada do que lhe foi prometido? Casar-se com uma pessoa e conviver com outra? Enfim, é frustrante a sensação de ter comprado gato por lebre. Você conhece a expressão “dourar a pílula”? Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. Assim a expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

Quantas vezes as pessoas melhoram a aparência de um produto para que pareçam melhor do que de fato é! Mas o ruim mesmo é quando as pessoas cometem o pior tipo de engano: enganar a si mesmas.

Não é diferente no cristianismo. É comum homens e mulheres pensaram de si que são crentes quando, na verdade, não o são. Há alguns testes que podem nortear a reflexão do crente sincero a esse respeito. Vejamos alguns deles:

1. Que lugar o seu cristianismo ocupa em seu coração?
Embora o ateísmo esteja ganhando novos adeptos, é fato que a maioria das pessoas crêem na existência de Deus. No entanto, não basta crer na verdade ou professá-la; não é suficiente que algumas vezes essa verdade produza emoções fortes no íntimo. Porque, o que importa é o que essa verdade produz no seu coração!

O verdadeiro cristianismo governa o coração, controla os sentimentos, orienta a vontade, direciona os gostos, as escolhas e as decisões. Essa mudança é tão evidente que o cristão dirá juntamente com Paulo: “logo, já sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2.20)!

Como é o seu coração? Do que ele gosta? Quem governa o seu coração: você ou Deus?

2. Como você encara o pecado?
Salomão escreveu em Pv. 14.9 que “apenas os loucos zombam do pecado”. Essa tem sido uma atitude comum em nossos dias. Fala-se de erro, de temperamento forte, de direito de escolha quando, na verdade, deveria se falar de pecado.

O homossexualismo tornou-se opção sexual; o egoísmo virou capricho; a vaidade é chamada de moda; a desobediência tornou-se natureza difícil e por aí vai. Os homens criam homem menos desagradáveis para o pecado.

A verdade é que o pecado é algo infeliz coloca os pecadores debaixo da ira de Deus e culpados, perdidos e sujeitos à condenação ao inferno. O pecado é a causa de toda a infelicidade do mundo, pois ele arruinou a boa criação de Deus. O profeta Isaías disse que: “os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus” (Is. 59.2).

Como você encara o pecado? Quando você assiste uma novela em que o adultério, a mentira, o engano são incentivados você se sente mal ou indiferente? Você evita agir como um egoísta ou arrogante? Você evita a mentira?

3. Como você se sente em relação aos meios de graça?
Deus deixou-nos instrumentos para nosso crescimento espiritual. A maioria dos homens, porém, os ignora irresponsavelmente. Algumas pessoas ficam em casa no Dia do Senhor, quando deveriam estar na companhia dos outros filhos de Deus orando, adorando, servindo e ouvindo a Palavra. Não são poucos os homens que passam dias e dias sem se aproximarem da Bíblia e não se importam em ficar distantes da Santa Ceia do Senhor.

Pra você, essas coisas são importantes? Você ora em casa e faz a leitura da Bíblia? Você procura a comunhão dos filhos de Deus na Igreja? Você tem prazer no serviço de Deus? Você se agrada de ouvir a Palavra que pode transformar a vida do pecador?

Não se trata de ser uma pessoa boa, moralmente irrepreensível, honesta. Pílulas douradas por vezes escondem remédios amargos. Você pode parecer bem e bom para os padrões dos outros homens, mas você é realmente um cristão?

Cuidado. É ruim a sensação de ser enganado. Mas é eternamente pior enganar-se a si mesmo!

Rev. Renato Arbués.


Adaptado do livro “Fé Genuína”, de J. C. Ryle, editora Fiel.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Idéias Humanas sobre Deus!



A Igreja Presbiteriana tem suas raízes na Reforma Protestante. Todos sabem que Martinho Lutero foi o homem usado por Deus para iniciar o movimento reformado.
Igreja Católica reagiu à Reforma. A reação dela é conhecida como "A Contra-Reforma" que, dentre as muitas frentes de combate, criou a Companhia de Jesus, cujos membros ficaram conhecidos como os Jesuítas, que tiveram um papel relevante na nossa história, sobretudo, educacional.
Mas, durante a efervescência do movimento reformado, quando Lutero estava em destaque, pregando e ensinando as verdades bíblicas que “descobrira”, a Igreja Católica destacou um grande homem para debater com Lutero: Erasmo de Roterdã. As cartas trocadas entre os dois estão entre os mais importantes documentos da fé cristã.
Numa carta em que Lutero responde a Erasmo, há um trecho interessante. Lutero diz assim: “As tuas idéias sobre Deus são demasiado humanas”. Conta-se que Erasmo ficou tão irado que deixou escapar alguns termos não muito adequados para um cristão.
O episódio, além de cômico, é revelador de uma tendência que ainda hoje se faz notar: “Idéias sobre Deus são muito humanas”. Pregadores e crentes de nossos dias também têm idéias muito humanas de Deus. É comum ouvirmos afirmações que, a pretexto de engrandecer a Deus, o máximo que conseguem é desonrá-lo.
Há quem diga que o que move a Deus são os sentimentos e não os princípios. Frases como: “Deus é pai não é padrasto”, querem dizer o quê? Que Deus é bonzinho e faz tudo o que nós, crianças mimadas, queremos?
Outros dizem que Deus é poderoso, mas que o Diabo pode atrapalhar os seus planos. Ouvi de um irmão o seguinte: “Pastor, Deus tinha uma bênção pra mim, mas o Diabo atrapalhou e eu perdi a bênção”. Eita, Satanás danado!
Ainda uns afirmam que Deus decretou todas as coisas e, portanto, sabe todas as coisas que vão acontecer. Mas o homem tem livre-arbítrio para escolher o que é fazer. Ou seja, Deus me manda ir pra igreja, mas eu prefiro ir pra o bar. Vou pra onde? Pra o bar, claro, porque tenho livre-arbítrio, e minha vontade é mais forte que a de Deus!
Até a invencível obra do Espírito Santo é menosprezada. A Bíblia afirma que o E. S. é quem faz a obra em nossa vida, aplicando a justiça de Cristo em nosso ser. Mas os crentes de hoje dizem: “Deus quer salvar o pecador, mas se o pecador não quiser ser salvo, não será”. Quer dizer, até o E. S. depende da vontade do homem, pode?
Pois é. Lutero estava certo ou não? As idéias de certas pessoas sobre Deus são muito humanas!
Qual o modo correto de se pensar sobre Deus. Resposta: Deve-se pensar sobre Deus aquilo que Ele mesmo revelou sobre Si. E onde está essa revelação? Na Bíblia, claro. Vamos a ela.
1 Cr. 29.11-12: “Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glórias vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; e contigo está o engrandecer e a tudo dar força”.
Você ouviu a frase: “tu dominas sobre tudo”? Dominar significa exercer comando, controlar, dirigir. Deus domina sobre tudo quer dizer, Deus controla, dirige a minha e a sua vida; Deus controla a chuva que cai, o sol que brilha, o frio, o vôo do pássaro, o choro do bebê... Tudo! Tudo – inclui até o diabo. Lutero um dia disse: “O Diabo? Ora, o diabo é o diabo de Deus”. O que Lutero queria dizer? Que o diabo é feroz, é valente, tem poder, é feio, pode destruir, pode matar, pode roubar, pode muitas coisas – Mas, só pode as muitas coisas que Deus permitir que Ele faça! O diabo é um cão raivoso, cuja corrente é segurada e controlada pelo Deus que a tudo domina!
Em 2 Cr. 20.6: “E disse: Ah! Senhor, Deus de nossos pais, porventura, não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na tua mão, está a força e o poder, e não há quem te possa resistir”.
Não há quem possa resistir, o que significa isso? Significa que, se Deus quer que eu vá para a igreja, não existe força em mim ou fora de mim que me leve para outra direção. O diabo quis “peneirar” Pedro, mas Jesus não permitiu.
Uma pergunta: E se Deus quiser que você faça alguma coisa contra a sua vontade, o que acontecerá? Vamos ver a resposta bíblica? Jó 23.13: “Mas, se Ele (Deus) resolveu alguma coisa, quem o pode impedir? O que Ele deseja, isso fará”.
O filósofo francês, Voltaire, não acreditava em Deus e odiava o cristianismo. Antes de morrer, ele disse: “o cristianismo daqui a 50 anos será extinto”. Ele morreu e menos de 15 anos depois, a Sociedade Bíblica Francesa usava a sua casa como depósito de Bíblia! Outro homem inteligente foi o filósofo Nietzsche. Ele declarou a morte de Deus! Como ele morreu em 1900 eu não sei o que resta dele, mas de Deus, todos nós sabemos, Ele continua sendo o Eterno e Poderoso Deus. Como escreveu Salomão: “Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o Senhor” (Pv. 21.30).
Graças a Deus, nosso país há muito não sabe o que é uma guerra. Israel ainda hoje vive em conflito. Nos dias de Moisés, as coisas não eram diferentes. Deus, então ordenou aos israelitas celebrarem 3 festas por ano. Nelas, os homens tinham de ir a Jerusalém e deixavam em casa, sozinhos, suas esposas e filhos. Que bela oportunidade para o inimigo, não é mesmo? Mas reparem na promessa de Deus em Êx. 34.24: “Porque lançarei fora as nações de diante de ti e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua terra quando subires para comparecer na presença do Senhor, teu Deus, três vezes no ano”. Leia a história de Israel e você verá que o território israelita nunca foi atacado nessas ocasiões.
Meu caro amigo, de fato, as idéias de hoje acerca de Deus são muito humanas. Diferentes das que acabamos de ler nas Escrituras Sagradas.
Lembre-se de uma coisa: um deus cuja vontade é impedida (pelo homem ou pelo diabo), cujos desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, não é digno de ser cultuado. Um deus assim merece desprezo!
Não é esse o Deus a quem amamos e pregamos. Como disse Davi: “Nos céus está o nosso Deus, e tudo faz como lhe agrada” (Sl. 115.3).
Rev. Renato Arbués*
* (Adaptado do livro “Os Atributos de Deus”, de A. W. Pink, editora PES, 1995).

terça-feira, 19 de abril de 2011

A FIRME VONTADE DE DEUS!


“Tudo quanto o Senhor quis, ele o fez, nos céus e na terra, o mar e em todos os abismos”.
O salmo 135 é um louvor a majestade de Deus. O salmista convida todos os que assistem na casa do Senhor a louvar o Seu bendito nome porque Ele é o grande Deus. No verso 5, ele afirma: “Com efeito, eu sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses”. Em seguida, uma série de ações divinas são mencionadas para confirmar a verdade de que não há ninguém que possa contrariar o desejo de Deus. Nações são destruídas juntamente com suas divindades porque a vontade do Senhor o quis.

Mas, afinal, o que quer dizer vontade? Um forte desejo ou uma determinação? Quando falamos da vontade de Deus, queremos dizer que ela não é senão expressão do seu Ser onipotente e onisciente. Se Deus é onipotente, Ele realizará tudo o que está incluído nos Seus propósitos; e se Ele é onisciente, não cometerá erros nos seu plano original, nem terá necessidade de alterar o seu propósito original.

De acordo com Benjamim Warfield: “Na infinita sabedoria do Senhor de toda a terra, cada evento se realiza com precisão no seu próprio lugar. Nada, por pequeno e estranho que seja, ocorre sem estar prescrito, ou fora do controle de Deus”.

Assim, o que quer que aconteça na história da humanidade, acontece em virtude do fato de estar de acordo com o eterno plano de Deus. Pense comigo: “Se alguma coisa ocorre contra a vontade de Deus, então Satanás e o homem devem ser iguais ou superiores ao Criador!”. Sim, porque imagine uma situação: Deus ordena uma coisa, mas eu faço outra. Isso quer dizer que eu tenho poder para contrariar uma ordem divina. Logo, parece que meu Deus não é tão onipotente e poderoso como dizem as Escrituras Sagradas.

Mas alguém pode objetar que um Deus assim não pode ser bom, pois Ele permite que muita coisa ruim aconteça e que muitas pessoas boas morram e vão para o inferno. O que podemos dizer? À luz da Bíblia, Deus será visto de modo perfeitamente consistente tanto quanto condena uns, como quando perdoa outros; tanto quanto revela seu soberano juízo e justiça sobre os pecadores que não se arrependem, como quando declara Sua graça soberana, perdoando livremente àqueles que escolheu em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo.

Neste momento, convém ler o que Paulo escreveu aos romanos, no capítulo 9.15: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e me compadecerei de quem me aprouver ter compaixão”. Ora, como alguém pode argumentar contra a Palavra de Deus?

Novamente, alguém poderá objetar: “Mas, pastor, Deus pode até chamar uns para o céu, mas não posso aceitar que Ele escolha alguém para o inferno!”. Pra uma pessoa que pensa assim, eu tenho uma palavra. Aliás, uma confissão. Eu também tive muita dificuldade para aceitar essa verdade. Até que percebi que, antes de aceitar alguma coisa, eu preciso entender. Não é uma atitude sábia rejeitar antes de conhecer. Para facilitar o entendimento dessa verdade, vamos ler mais um texto de Paulo.

Rm. 9.10-13: “E não ela somente, mas também Rebeca ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que se chama), já lhe fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”.

Em outras palavras: Sem levar em conta o bem ou o mal em relação aos dois homens (Jacó e Esaú), Deus fez de Jacó o objeto do seu amor e Esaú o objeto de sua ira. Por quê? Para que seu propósito divino, de acordo com a eleição (ou escolha de pessoas ou eventos que realizam sua vontade), “ficasse firme”.

O Deus das Escrituras não se desculpa pelo fato de ter determinado deixar a maioria dos homens passar a eternidade sob o seu juízo, dando-lhes exatamente aquilo que merecem, ao mesmo tempo em que, também, determinou ordenar para a salvação alguns que, igualmente, são merecedores do juízo, porque é do seu agrado agir assim para mostrar sua natureza de graça, misericórdia e amor na presença dos anjos eleitos.

Mais uma vez, vamos ao texto sagrado: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5.9).

Em suma, a vontade de Deus prevalece em tudo, incluindo na vida e na morte, na salvação ou condenação.

Rev. Renato Arbués.

Adaptado do livro “TULIP”, Duane Edward Spencer, Casa Editora Presbiteriana, 1992.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

VIDA CRISTÃ


Sob o título “vida cristã” pode-se falar de diversas coisas: testemunho, mordomia, fidelidade, evangelizar etc. A expressão é carregada de sentidos e, não por acaso, é uma das preferidas no meio eclesiástico, servindo a toda e qualquer situação: “Precisamos viver a vida cristã plenamente”, “É necessário cuidado com a vida cristã”, “A vida cristã é uma bênção de Deus”.

Pra mim, o problema com essa expressão é que, na verdade, ela não quer dizer nada. Pelo menos, não do jeito que é utilizada pelos evangélicos de nossos dias. Enquanto é dita em tom solene e grave, no fundo, no fundo, serve apenas para dar algum tipo de satisfação a muitas consciências presas a um estilo de vida que pode ser designado por diversos títulos, menos aquele que dá título a esta pastoral.

Paulo afirma que aquele que está em Cristo é nova criatura (2 Co. 5.7). Um pouco antes, em Rm. 6.4, o apóstolo exorta-nos a vivermos em “novidade de vida”, uma vez que fomos sepultados com Cristo no batismo. Assim, fica claro que por vida cristã, o escritor bíblico não está se referindo à “vida perfeita”; mas, a uma vida nova, um modo de viver caracterizado pela tentativa de aproximação ao estilo de vida do Mestre.

Sinceramente, não consigo ver na maioria das pessoas o sincero desejo e a motivação real de amoldar o seu estilo de música, de vestir-se, de falar, de brincar – enfim, seu estilo de vida ao estilo de vida de Cristo. É irônico, portanto, ler (e ouvir) que a Igreja Cristã tem se desenvolvido sobremaneira, que o número de crentes aumenta consideravalmente a cada ano, enquanto, ao mesmo tempo, os divórcios têm aumentado, a imoralidade é consumida passivamente nos lares por meio de novelas e programas que “vendem” o estilo de vida mundano e obsceno; filhos não respeitam os pais, maridos não amam suas esposas e estas, por sua vez, não agem com sabedoria e decoro para ganharem os esposos incrédulos... Ou seja, que vida cristã é essa que não produz fruto digno do nome do Senhor?

Falar muito sem dizer nada, eis a principal característica dos demagogos. Geralmente, eles eram encontrados na política, hoje, porém, podem ser achados em igrejas cristãs espalhadas por nossas cidades.

E você, meu caro irmão, como está a sua vida cristã?

Rev. Renato Arbués.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Há alguma coisa errada!

Alexander Fleming formou-se em medicina, pela universidade de Londres, em 1906. Seu laboratório era conhecido por ser o “mais bagunçado” da universidade. Em setembro de 1928, ele saiu de férias e deixou umas placas com culturas de microorganismos no laboratório. Quando voltou, elas haviam sido tomadas pelo poderoso fungo penicilium, que matou todas as bactérias que havia em volta. Assim foi descoberta a penicilina, feito que valeu o Nobel de Fisiologia/Medicina para Fleming em 1945.
Honestamente, creio que a providência divina agiu nessa história. Não só nessa, mas em várias outras que, apesar de começarem da forma errada, terminaram bem. Contudo, não acho prudente que adotemos o erro como um meio legítimo de alcançarmos bons resultados.
Na Bíblia, pecar é errar. Isso, pra mim, é suficiente para evitar, na medida do possível, todo e qualquer tipo de erro. Não é fácil. Mas é o procedimento padrão para os filhos de Deus: “fugi da aparência do mal (do erro)” (1 Ts. 5.22).
Infelizmente, o que temos visto hoje na igreja é a opção pelo erro. Senão, vejamos:
- A pregação tem se convertido numa conversa “legal” entre o pastor e a congregação;
- a música da igreja é cada vez mais mundana, secular;
- casais cristãos em crise preferem não participar dos encontros de casais;
- jovens cristãos procuram jovens não cristãos para serem seus melhores amigos e/ou namorados(as);
- as reuniões de oração são os cultos menos frequentados pelos que afirmam ser adoradores de verdade;
- leitura? Só de revistas, Harry Potter, Cury ou didáticos. A Bíblia? Ora, a Bíblia...;
- serviço cristão virou “serviço? Não!”;
- culto doméstico é substituído por “briga doméstica”; etc.
Enfim, é difícil acreditar que igrejas que desejam agradar a Deus corretamente consigam fazê-lo optando pela forma errada!
Queira Deus que a mesma providência que atuou em tantas ocasiões possa operar milagrosamente em nossa época, oferecendo-nos um avivamento em que a igreja seja levada a adorar em espírito e em verdade.
É a nossa oração.

Rev. Renato Arbués.

quarta-feira, 30 de março de 2011

22 ANOS PARA A GLÓRIA DE DEUS!


No último fim de semana, a Igreja Presbiteriana Conservadora de Conceição da Feira, BA, comemorou 22 anos de organização. Foi uma festa linda! Toda a igreja esteve reunida desde a sexta-feira, 25, quando a programação foi aberta com uma palestra realizada pelo Rev. Renato Arbués. No sábado, 26, novamente o Rev. Renato falou à congregação reunida sobre como lidar com as emoções à luz das Escrituras Sagradas. Finalmente, no domingo, 27, o Rev. Antônio Luiz, pastor da IPC de Feira de Santana, apresentou a mensagem do Senhor com muita propriedade e clareza, exortando ao povo de Deus que buscasse nas promessas divinas a orientação e o consolo para suas vidas.

Em todas as noites, houve participação dos membros: grupos, coral, quinteto, solos, cânticos congregacionais, enfim, foram dias muito especiais, que nos aproximaram mais uns dos outros, e todos de Deus.

A IPC de Conceição da Feira vive dias difíceis. Sem um pastor efetivo, ela recebe, uma vez por mês, a visita do Rev. Renato, a fim de ministrar a Palavra e os Sacramentos, bem como reunir o conselho e tratar de assuntos referentes à obra local.

Que os irmãos conservadores orem por nós. Suas orações nos têm sustentado e mantido a nossa confiança na Providência do Senhor da Seara. Certamente, no tempo certo, Ele suprirá as nossas necessidades.

Fiquem com Deus!

Rev. Renato Arbués.

terça-feira, 22 de março de 2011

ANIVERSÁRIO DA IPC DE CONCEIÇÃO DA FEIRA

No próximo fim de semana, a IPC de Conceição da Feira comemorará mais um aniversário. Vamos orar por aquela igreja. Ela precisa muito do nosso carinho e da nossa contribuição.
O pastor participará da comemoração. Os trabalhos da nossa Congregação serão dirigidos pelos seguintes irmãos:
Escola Bíblica Dominical: Sr. Antônio Medeiros
Culto Solene:
Dirigente Litúrgico: Janilton Damasceno
Pregador: Sem. Vitor.
Todos na igreja!

domingo, 13 de março de 2011

Congregando?

P

A Igreja é a Casa Deus. Estar na casa de Deus é estar na presença dEle. Não há outro lugar em que um cristão deveria se sentir melhor do que no Templo. No Templo, adoramos ao Senhor, oramos, ouvimos a Leitura da Santa Palavra, aprendemos por meio da pregação, compartilhamos experiências, enfim, congregamos, juntos, sob a orientação e bênção divina.
Apesar de tudo isso, por que será que tantos cristãos negligenciam a Casa de Deus? Por que, para muitos, estar em casa é melhor do que estar no Templo?
"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor".
Amém.