Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

CONGRESSO DE JOVENS CONSERVADORES!

Nossa Congregação tem a alegria de sediar o IV Congresso de Jovens Presbiterianos Conservadores da Bahia. Damos as boas-vindas a todos os rapazes e moças aqui presentes, bem como aos demais irmãos e amigos de outras denominações que prestigiam este evento. Destacamos, ainda, a presença abençoadora do Rev. Antônio Marcus, pastor da IPB de Campo Formoso, responsável pela ministração da Palavra do Senhor.

E quanto ao Congresso? Bem, é impossível não fazer menção a algo que parece inusitado: jovens reunidos num final de semana para ouvirem os ensinamentos do Senhor Deus. Inusitado, por quê? Por várias razões. Jovens não gostam muito de reunião, a não ser que seja para, nas palavras deles, “curtir”. E ler a Bíblia, obviamente, não faz parte da idéia deles de curtição.

Outra coisa, é um congresso de jovens presbiterianos. Os presbiterianos são famosos por algumas de suas doutrinas. Geralmente não são bem compreendidos, ou não se fazem compreender pelos demais grupos protestantes. Eles têm fama de frios, sérios, ortodoxos demais. Também o que esperar de jovens que priorizam o estudo da Palavra em detrimento de horas e horas de louvor? Seus cultos são muito silenciosos, suas orações parecem ter sido escritas antes, seu comportamento é reverente demais. E reunir esses jovens num Congresso não parece boa idéia, não é mesmo?

Mais. Trata-se de jovens presbiterianos conservadores. Já não bastava ser presbiterianos, tinham de ser conservadores? Haja tradicionalismo! Não batem palmas, não gritam amém, não dão “uma salva de palmas para Jesus”... Credo, o que esse povo faz? Essa é fácil de responder: Eles conservam! Conservam uma liturgia bíblica, reverente, racional e espiritual; conservam a leitura e a exposição das Escrituras Sagradas como o centro do culto; conservam a “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”.

É ou não é inusitado?

Certamente que não. A Igreja de Deus se manifesta sob várias ramificações, das quais a Igreja Presbiteriana Conservadora é apenas mais uma. Não é melhor, não é pior, não é diferente. É mais uma igreja de Cristo, cujas práticas litúrgicas, doutrinárias, devocionais são tão legítimas quanto às das denominações comprometidas com o Reino de Deus.

Os jovens presbiterianos conservadores não são frios nem tradicionalistas. Não são apegados a práticas litúrgicas como um fim em si, mas como meios para um objetivo maior: a glorificação de Deus, a edificação dos eleitos e a salvação dos perdidos. Jovens presbiterianos conservadores fazem um culto alegremente reverente ou reverentemente alegre. E nossa congregação tem muito orgulho e alegria pela presença deles, ainda que somente por um final de semana.

Sejam bem-vindos, jovens. Sejam bem-vindos, irmãos e amigos de outras igrejas irmãs. E que a Palavra de Deus seja o elo entre nós!
Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

“A tua própria boca testificou contra ti”

Há dois dias Davi estava em Ziclague, descansando da última batalha. Ao terceiro dia, chega um homem ao arraial “com as vestes rotas e terra sobre a cabeça”. Era um amalequita que havia conseguido fugir do arraial de Israel, devastado pelos filisteus. O homem trazia uma notícia: o rei Saul e seu filho, Jônatas, estavam mortos. Ele os havia matado.

A ironia da história fica por conta do desfecho. Ele aguardava ser recompensado por Davi. Com a morte de Saul, Davi poderia reinar sobre Israel. “Davi vai ficar tão feliz, que me presenteará com ouro, roupas finas e, quem sabe, um cargo no palácio”, deve ter pensado o amalequita. Ao invés disso, Davi chamou um de seus soldados e deu a seguinte ordem: “Vem, lança-te sobre esse homem”. O soldado feriu o mensageiro, e este morreu. Essa história pode ser lida nos seus detalhes no Segundo Livro de Samuel, capítulo 1.

O rei Davi não suportou a impertinência de um homem que havia acabado de matar o “Ungido do Senhor” e, ainda por cima, se vangloriava de tal fato. Quem conhece a história sabe que o amalequita estava mentindo. Saul havia cometido suicídio. O futuro rei de Israel – Davi – ficou tão furioso que ordenou a morte do mentiroso. Foi então que Davi pronunciou as palavras que dão título a essa mensagem: “A tua boca testificou contra ti” (2 Sm. 1.16).

É impossível ler essa história e não meditar nas inconseqüências de nossas palavras. Por razões diferentes das do amalequita, os homens têm falado coisas que testificam contra si mesmos. São promessas não cumpridas, votos desfeitos, compromissos ignorados, juras falsas, calúnias, mentiras, ofensas...

Não faz muito tempo, um senhor de meia-idade teve de ouvir de um comerciante a seguinte frase: “Você? Você se diz crente? Mentira!”. A surpresa do comerciante se deveu ao não pagamento de uma dívida e à tentativa, por parte do “crente” de adquirir mais uns produtos.

“Você se diz crente?”, como deve ser constrangedor ouvir isso!

É bom que se afirme que vida cristã não é vida perfeita. Não se está defendendo aqui a absoluta necessidade de conduta perfeita a fim de evidenciar-se cristão. Isso seria uma mistura de legalismo com farisaísmo.

Como calvinistas, afirmamos as verdades bíblicas como às da Depravação Total e Pecaminosidade Humana. Além, claro, da maravilhosa doutrina da Graça Irresistível de Deus e da Santidade dos crentes. E como calvinistas cremos tanto na Soberania de Deus quanto na Responsabilidade dos Homens. Nossa santificação vem de Deus, mas isso não elimina nossa responsabilidade de buscá-la e vivê-la na obediência aos preceitos cristãos.

O apóstolo Paulo, como bom calvinista, equilibrava essas duas verdades com uma naturalidade desconcertante para alguns: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Co. 15.10).

Os crentes de hoje se vêem numa guerra. Estamos, sim, combatendo o bom combate. Mas, quem são os nossos inimigos? Satanás, o mais forte deles; o mundo, o mais “tristemente prazeroso”; e, a carne (a natureza humana), a quem somos mais vulneráveis. Se empenharmos todas as nossas forças na luta contra um desses inimigos – Satanás, por exemplo – ficamos expostos aos outros dois. Logo, precisamos, como ensinou Jesus, “vigiar e orar, para que não entreis em tentação”.

Portanto, tomemos cuidado a fim de não sermos derrotados por nós mesmos, sim, pela nossa própria boca. Falemos sempre a verdade, cumpramos sempre a nossa palavra, sejamos leais e honestos, esforcemo-nos para sermos achados fiéis à Palavra que professamos.

Talvez se o amalequita tivesse vivido alguns anos mais tarde, nos dias de Salomão, e tivesse ouvido e obedecido os conselhos do Sábio Rei, quem sabe, não teria tido uma morte tão ingrata: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus [...]; Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. [...] Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertência...” (Ec. 5.1-6).
Rev. Renato Arbués.