Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

VOCÊ CONHECE O SENHOR DEUS?


As pessoas gostam de dizer que conhecem a Deus. Elas dizem que Deus é grande em sabedoria, maravilhoso em poder, cheio de misericórdia, amor; contudo, são poucos os que chegam a um conhecimento adequado do Ser de Deus, de Sua Natureza, de Seus atributos, como estão revelados nas Escrituras Sagradas. Os autores bíblicos sabiam bem quem era Deus. Como Moisés que escreveu: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Êx. 15.11).

Você já pensou sobre Deus? Você acha que conhece o Senhor? Se você alguma vez pensou sobre quem é Deus, você deve ter considerado que houve tempo, se é que se pode chamar “tempo”, em que Deus habitava só. Não existia o céu, não existia a terra, não existiam os anjos, nem o universo. Não havia nada, nem ninguém, senão Deus.

Durante uma eternidade passada, Deus esteve só: completo, suficiente, satisfeito em Si mesmo, de nada necessitando. Se universo, seres humanos, anjos, lhe fossem necessários, teriam sido chamados à existência desde toda a eternidade. Ao serem criados, nada acrescentaram a Deus essencialmente. A glória de Deus não pode ser aumentada nem diminuída: “Eu o Senhor não mudo...” (Ml. 3.6). Pense comigo: O que é perfeito é completo. Como você pode pensar que Deus é perfeito se lhe falta alguma coisa? Como Deus poderia ser melhor porque nós o adoramos? Ora, se Deus puder ser melhorado, Ele não seria perfeito, concorda?

Isso significa que Deus não estava sob coação, nem obrigação, nem necessidade alguma de criar o mundo. Resolver criar o mundo foi um ato puramente soberano de Sua parte. Se você estiver pensando: “bom, então por que Deus criou o mundo, se Ele não ganhou nada com isso?”. Calma! Quem vai responder a essa pergunta será o próprio Deus. Leia atentamente o que Ele mandou Paulo escrever sobre esse assunto: “nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade” (Ef. 1.11).

Entendeu? Deus criou por um ato de vontade. Se você quiser ouvir de maneira mais clara, eu diria: Deus criou porque quis. E pronto! Você vai dizer “ainda não estou convencido!”. Tudo bem, então leiamos mais um texto. O salmista Davi escreveu: “Tudo o que o Senhor quis, Ele o fez, no céu e na terra, no mar e em todos os abismos” (Sl. 135.6). Prestou atenção? O que foi que Deus fez? Ele fez tudo o que quis.

Caro amigo, Deus não ganha nada, nem sequer com a nossa adoração. Deus não precisava das glórias dadas pelos crentes. Ele já era suficientemente glorioso em Si mesmo antes da criação do mundo!

É impossível submeter o Todo-poderoso a quaisquer obrigações para com a criatura. Deus não ganha nada da nossa parte. Preste atenção no seguinte texto bíblico, leia com calma: “Se fores justo, que darás a Deus, ou que receberá Deus da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça aproveitaria a um filho do homem” (Jó 35.7-8).

Nada que o homem faça pode afetar a Deus, que é bem-aventurado em Si mesmo. Nossa obediência não dá nenhum proveito a Deus.

É desonroso ouvir alguém dizendo: “Deus me abençoou por que viu que eu mereço”! Deus viu o que a pessoa merece? Como assim? Eu louvo a Deus porque Ele nunca me deu o que eu merecia. Pelo contrário, Ele sempre me deu o que eu não merecia! Deus me deu vida (o que eu fiz pra merecer nascer?); Ele me deu a salvação em Cristo (o que eu fiz pra merecer ser salvo?); Ele me deu saúde (o que eu fiz pra ser saudável?).

Vou fazer uma pergunta direta a você. Peço apenas que você me responda diretamente. Você é um pecador? Você comete pecado? Não tenho certeza do que você falou. Mas, pelo que dizem as Escrituras, e pra mim elas são a Palavra de Deus, todo homem é pecador.

Pois bem, e o que o pecador merece? Leia comigo: “porque o salário do pecado é a morte...” (Rm. 6.23). Prestou atenção? Sabe o que todo pecador merece? A morte, o inferno! Louvo sempre ao meu Deus porque Ele não me dá o que eu mereço. Ele derrama suas bênçãos incontáveis sobre mim!

Aprenda isso sobre Deus. Ele não ganha nada cuidando de você e de mim. No entanto, Ele o faz. Se faz, faz por amor, por bondade, por prazer! Louve a Deus, meu amigo. Louve sempre a Deus. Porque é Ele quem enche de bênçãos nossas vidas.


Rev. Renato Arbués.

Adaptado do livro “Os Atributos de Deus”, de A. W. Pink.




segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Muros e ansiedade


No mundo antigo, os muros que circundavam uma cidade representavam sua principal defesa. De nada adiantava um exército numeroso, com armas modernas e homens bem preparados, caso suas muralhas estivessem em ruínas. Reis investiam fortunas na construção de paredes sólidas, capazes de suportar os potentes ataques dos aríetes inimigos e proporcionar a sensação de segurança dos habitantes. Não por acaso, Salomão comparou os muros de uma cidade com o domínio próprio: “Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”  (Pv. 25.28).

Domínio próprio é a habilidade que o homem tem de saber-se controlar, de conter seus impulsos para a gula, a inveja, a vingança, o ódio, a imoralidade, o consumismo. Assim, parece natural identificar essa habilidade com a nossa mente. É utilizando a razão que decidimos que determinada atitude é certa ou não; é por ela que escolhemos nossos caminhos e os consequentes resultados. Portanto, ter domínio próprio implica cuidar bem da mente, enchendo-a de parâmetros santos e espirituais.

Uma cidade sem muros deixava os moradores ansiosos. Sem a proteção principal, qualquer inimigo podia prevalecer contra a cidade. Ora, a analogia com o nosso estado de espírito é explícita. Quando perdemos a razão, qualquer pensamento negativo pode produzir ansiedade. Uma pessoa ansiosa não dorme, não tem apetite, não consegue sequer manter sua vida devocional. Perde o domínio.

Com tijolos e cimento pode-se construir um muro. Obviamente, para reconstruir nosso equilíbrio espiritual precisaremos de outros materiais e outras ações. Mas, com que tipo de material é possível reconstruir nossa paz de Espírito? Como restaurar o controle de nossas emoções? É possível desenvolver pensamentos assim como desenvolvemos músculos?

Em primeiro lugar, se quiséssemos fortalecer outras partes do corpo, começaríamos pelos exercícios físicos. Seguindo essa lógica, creio que devemos iniciar exercitando a mente também. A atividade por excelência da razão humana é pensar. Pensamos o dia todo nas mais diferentes coisas. Pensamos em ir a algum lugar, em mudar de casa, em fazer um lanche, em comprar uma roupa etc. Mas, será que temos pensado nas coisas lá do alto?

Os cristãos, há séculos, tentam alcançar a tão sonhada “mente cristã”. O que seria isso? Seria conseguir pensar nos assuntos cotidianos a partir de uma perspectiva bíblica, espiritual. Para isso, é preciso que alimentemos nossa razão com a Teologia, a Ética Cristã, as Virtudes do Espírito. Paulo disse: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento(Fp. 4.8).

Sabemos o nome de dezenas de candidatos. Conseguimos citar nomes e histórias de mais de 20 personagens de novelas. Conhecemos o líder do campeonato brasileiro e projetamos o campeão com base no desempenho de cada time. Mas, a maioria de nós simplesmente não sabe quantas são as bem-aventuranças; poucos conseguem identificar onde na Bíblia se encontra a oração do Pai Nosso; Quem saberia dizer o real significado de guardar o “Dia do Senhor”?

A menos que nos dediquemos e invistamos boa parte do nosso tempo na difícil tarefa de fortalecer nossa vida espiritual, seremos como cidades sem muros, totalmente indefesos diante das investidas mais comuns do nosso inimigo mais forte, o pecado.

“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscais as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, nã nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.” (Cl. 3.1-3).

Confie sempre em Deus e jamais permita que o desespero vença você. Como? Comece cuidando da sua mente: tenha critério quando ligar a sua televisão, comprar um livro, procurar um amigo para conversar. Lembre-se: Se o diabo viesse até nós de chifre e tridente na mão, certamente, correríamos. Por isso, ele vem bem vestido, falando mansamente, nos fazendo rir e demonstrando muita sabedoria (deste mundo, claro).

Cabe a você decidir: Quer ser um vencedor ou derrotado?

Pense nisso.

Rev. Renato Arbués.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

A FIRME VONTADE DE DEUS!


“Tudo quanto o Senhor quis, ele o fez, nos céus e na terra, o mar e em todos os abismos” (Sl. 135.6)
O salmo 135 é um louvor a majestade de Deus. O salmista convida todos os que assistem na casa do Senhor a louvar o Seu bendito nome porque Ele é o grande Deus. No verso 5, ele afirma: “Com efeito, eu sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses”. Em seguida, uma série de ações divinas são mencionadas para confirmar a verdade de que não há ninguém que possa contrariar o desejo de Deus. Nações são destruídas juntamente com suas divindades porque a vontade do Senhor o quis.
Mas, afinal, o que quer dizer vontade? Um forte desejo ou uma determinação? Quando falamos da vontade de Deus, queremos dizer que ela não é senão expressão do seu Ser onipotente e onisciente. Se Deus é onipotente, Ele realizará tudo o que está incluído nos Seus propósitos; e se Ele é onisciente, não cometerá erros nos seu plano original, nem terá necessidade de alterar o seu propósito original.
De acordo com Benjamim Warfield: “Na infinita sabedoria do Senhor de toda a terra, cada evento se realiza com precisão no seu próprio lugar. Nada, por pequeno e estranho que seja, ocorre sem estar prescrito, ou fora do controle de Deus”.
Assim, o que quer que aconteça na história da humanidade, acontece em virtude do fato de estar de acordo com o eterno plano de Deus. Pense comigo: “Se alguma coisa ocorre contra a vontade de Deus, então Satanás e o homem devem ser iguais ou superiores ao Criador!”. Sim, porque imagine uma situação: Deus ordena uma coisa, mas eu faço outra. Isso quer dizer que eu tenho poder para contrariar uma ordem divina. Logo, parece que meu Deus não é tão onipotente e poderoso como dizem as Escrituras Sagradas.
Mas alguém pode objetar que um Deus assim não pode ser bom, pois Ele permite que muita coisa ruim aconteça e que muitas pessoas boas morram e vão para o inferno. O que podemos dizer? À luz da Bíblia, Deus será visto de modo perfeitamente consistente tanto quanto condena uns, como quando perdoa outros; tanto quanto revela seu soberano juízo e justiça sobre os pecadores que não se arrependem, como quando declara Sua graça soberana, perdoando livremente àqueles que escolheu em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo.
Neste momento, convém ler o que Paulo escreveu aos romanos, no capítulo 9.15: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e me compadecerei de quem me aprouver ter compaixão”. Ora, como alguém pode argumentar contra a Palavra de Deus?
Novamente, alguém poderá objetar: “Mas, pastor, Deus pode até chamar uns para o céu, mas não posso aceitar que Ele escolha alguém para o inferno!”. Pra uma pessoa que pensa assim, eu tenho uma palavra. Aliás, uma confissão. Eu também tive muita dificuldade para aceitar essa verdade. Até que percebi que, antes de aceitar alguma coisa, eu preciso entender. Não é uma atitude sábia rejeitar antes de conhecer. Para facilitar o entendimento dessa verdade, vamos ler mais um texto de Paulo.
Rm. 9.10-13: “E não ela somente, mas também Rebeca ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que se chama), já lhe fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
Em outras palavras: Sem levar em conta o bem ou o mal em relação aos dois homens (Jacó e Esaú), Deus fez de Jacó o objeto do seu amor e Esaú o objeto de sua ira. Por quê? Para que seu propósito divino, de acordo com a eleição (ou escolha de pessoas ou eventos que realizam sua vontade), “ficasse firme”.
O Deus das Escrituras não se desculpa pelo fato de ter determinado deixar a maioria dos homens passar a eternidade sob o seu juízo, dando-lhes exatamente aquilo que merecem, ao mesmo tempo em que, também, determinou ordenar para a salvação alguns que, igualmente, são merecedores do juízo, porque é do seu agrado agir assim para mostrar sua natureza de graça, misericórdia e amor na presença dos anjos eleitos.
Mais uma vez, vamos ao texto sagrado: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5.9).
Em suma, a vontade de Deus prevalece em tudo, incluindo na vida e na morte, na salvação ou condenação. Continuaremos esse estudo no próximo programa.

Rev. Renato Arbués.
 Adaptado do livro “TULIP”, Duane Edward Spencer, Casa Editora Presbiteriana, 1992.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ABRAÇO DA JIBÓIA



Conta-se o caso de um artista de circo que treinara uma jibóia a enlaçar-lhe o corpo, desenlaçando-se depois.

Uma noite, durante a apresentação, ele percebeu horrorizado, que o enorme réptil lhe apertava o corpo cada vez mais. O homem gritou por socorro, mas a platéia julgou que isso fizesse parte do show. Só deram pelo fato quando viram o homem desfalecendo e morrer no abraço da serpente.

Ouviu-se depois alguém dizer, ao abandonar o circo:

"Não importa o quanto se conheça esse animal, cobra é sempre cobra".

Reflexão: Da mesma forma, não importa o quanto se conheça o pecado, não se deve brincar com ele. Pecado é sempre pecado e, no fim, ele vai acabar matando quem se envolver com ele. Porque “o salário do pecado é a morte” (Rm. 6.23).

Rev. Renato Arbués.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Como votar


Estamos vivendo dias empolgantes. Nossa cidade vive um autêntico frenesi no que concerne às eleições municipais. “É tempo de mudança!”, grita um candidato. “Precisamos continuar o bom trabalho”, responde o outro. “Diga não a tudo isso. O novo é melhor”, vocifera ainda um terceiro.

O entusiasmo é total. E contagiante, também. A ponto de alguns mais “exaltados” quase chegarem às “vias de fato” na defesa de seu candidato. Há os que, educados demais para trocarem socos e/ou empurrões, preferem ficar na esfera dos argumentos, a favor ou contra, mas sempre de forma cortês, educada.

É flagrante o fato de que se está considerando a disputa para prefeito. Tratássemos dos postulantes ao cargo de vereador e faltaria espaço nesta pastoral para enumerar metade dos slogans empregados na apresentação dos célebres concorrentes.

Se fiz você pensar que o assunto deste texto é eleição, perdoe-me, por favor. Não vou discuti-la sequer por um parágrafo. Não hoje. Hoje, pretendo avaliar a conduta descomedida de uma parte dos eleitores cristãos. Sim, ainda que a ação em pauta seja a escolha de um prefeito ou vereador, seja ela praticada por um filho de Deus, tratar-se-á de uma ação cristã. E como tal deve ser abalizada pelas Escrituras Sagradas.

Quanto à escolha de candidatos, o que dizem as Escrituras? Na época do registro do texto sagrado, claro, não havia eleições para escolha de mandatários. Pelo menos não nos moldes de hoje. Mas há na Bíblia princípios indicativos para que o cristão se posicione quanto esse aspecto importante de sua vida. Vamos a eles.

Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo orienta: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Tm. 2.1). O que essas palavras significam? Significam que nós, cristãos, devemos orar por nossas autoridades (prefeitos, vereadores...). Ora, a depender do critério utilizado na escolha de um candidato, o cristão jamais poderá pedir a Deus que abençoe o mandato de seu representante, caso eleito. Por quê?

Voto dado em troca de favores, trata-se, pela ética cristã, de voto “sujo”, desonesto, corrupto. Portanto, indigno de um filho de Deus. Então, com que cara um adorador pediria ao seu Senhor que abençoasse um homem que o corrompeu? Mais. Jesus ensinou que, aquele que não é fiel no pouco, também não o será no muito. Aplique esse princípio à situação que está sendo considerada. Um político que corrompe um crente ou uma igreja poderá, facilmente e sem escrúpulos, corromper uma cidade toda! Você, cristão, clamaria por bênção em favor de alguém potencialmente tão contrário aos ensinamentos bíblicos?

Em outra ocasião, o mesmo apóstolo Paulo mostrava-se indignado com alguns conflitos vistos dentro de uma igreja. Ele diz que divergência de opinião era até aceitável, uma vez que sua figura predileta para descrever a igreja é a de um corpo. O corpo humano, diz Paulo, tem vários órgãos e cada um com uma função específica. O conjunto de tão diferentes elementos é que dá vida ao ser humano. Essa analogia foi aplicada ao convívio social dos cristãos na cidade de Corinto. Eles estavam brigando. A igreja estava dividida em 3 ou 4 partes distintas! E como o velho apóstolo tratou desse problema? Ele disse: “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?” (1 Co. 3.3).

É incrível como os cristãos de hoje simplesmente ignoram esse texto não o aplicando à realidade atual. Chega a ser uma cena “bisonha” a de dois crentes discutindo apaixonadamente sobre que candidato é melhor. A cena não é ridícula por discutirem a melhor opção para a cidade. Isso é legítimo e correto. A estranheza fica por conta de que tais disputas conseguem “separar” aqueles por quem Cristo morreu.

Você que lê esse texto, responda: É possível cultuar ao Santo Deus, estando irado com o irmão ao lado? E qual o motivo da ira? O simples fato de um votar em X e o outro, em Y. Que isso ocorra, é patético, desalentador, vergonhoso. Pior. É contrário ao que prescreveu Jesus: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mt. 5.23-24). Você consegue enxergar o ponto?

Vote. Procure saber qual o melhor nome para ocupar o cargo de prefeito da nossa cidade. Selecione um bom homem para receber seu voto para vereador. Informe-se, questione, interrogue, procure conhecer projetos e sua viabilidade, estude. Faça tudo o que se espera de um cidadão. Mas não se esqueça: Você é um cidadão cristão!

Pense nisso!


Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Oh, Graça Maravilhosa!


Somos presbiterianos. Nosso sistema doutrinário tem na Soberania de Deus a mais importante de todas as doutrinas. É ela que sustenta todo a nossa fé. É por ela que podemos confiar no Pacto Eterno, na Salvação, na Perseverança dos Santos, na Santa Igreja. Mesmo a Presciência tem seu fundamento nos decretos eternamente planejados e firmados na Soberana decisão do Pai.

Porém, como presbiterianos, também estimamos a Graça Divina. Graça essa soberanamente administrada em nossas vidas, suprindo todas as nossas necessidades, aliviando nossas ansiedades, respondendo as mais íntimas dúvidas que acolhemos. Se a Soberania divina é o alicerce da nossa fé, a graça maravilhosa é o teto, que nos protege das chuvas do desânimo, do calor do orgulho e do frio do egoísmo.

“Sendo justificados gratuitamente por Sua graça” (Rm. 3.24);“Porque pela graça sois salvos” (Ef. 2.8); “Que nos salvou, e nos chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o Seu propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (2 Tm. 1.9). Sem a graça de Deus não seríamos quem somos, não teríamos o que temos, não esperaríamos o que nos está reservado, e não desfrutaríamos da confortante e santa presença do Senhor em nossa vida. Tudo nos vem pela Graça. E só ela nos basta.

A graça. A graça maravilhosa que nos tirou das trevas e nos colocou no reino da luz. A graça que superabundou onde havia pecado. A graça que acalma nosso coração nos momentos de desespero e de dor. É somente pela graça que somos salvos, santificados, amados e, finalmente, glorificados. Como é linda a nossa fé, além de coerente, inteligente, fidedigna, ainda tem o mérito de nos consolar por meio da verdade eterna e redentora, presenteada aos eleitos pelo Santo Espírito de Deus.

Em tempos difíceis, precisamos ouvir o excelente conselho de Jeremias: “Prefiro trazer à memória o que me pode trazer esperança” (Lm. 3.21). Não sei você, mas eu, honestamente, jamais precisei tanto de esperança quanto nesses dias. Sempre que vejo famílias sofrendo por falta de diálogo, de humildade, de submissão à vontade de Deus; sempre que vejo jovens sedentos pelos frutos do pecado, cegos pelo deus deste século; sempre que vejo a desilusão, a fraqueza espiritual, a falta de objetivos; enfim, em cada novo amanhecer, a menos que tenhamos bem firme em nossa memória o que nos pode trazer esperança – a graça de Deus – há muito teríamos desistido.

Como bom presbiteriano, exalto a graça de Deus em minha vida e confesso que, sem ela, não passaria de um simples miserável, condenado justamente pela santidade divina. Contudo, ao Soberano Senhor de todas as coisas aprouve estender Sua compaixão e misericórdia a mim,  me salvando graciosa e gratuitamente. Hoje, “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2.20).

Lembre-se disso, meu irmão. Quando se sentir desanimado, reflita sobre a Graça Maravilhosa. Ela é, sem dúvida, nossa maior fonte de esperança e reavivamento em dias tão difíceis.

Amém.


Rev. Renato Arbués.