Relendo
o clássico “Um Guia Seguro Para o Céu”, de Joseph Alleine, deparei-me com a
fantástica descrição que o autor faz de um cristão, logo no início do livro.
Para ele, um cristão é um convertido. Óbvio, não é? Mas, e o que é conversão? É
ser batizado e professar a fé? É manifestar sinais miraculosos? É “sentir” a
presença de Deus em momentos de êxtase espiritual?
Joseph
Alleine começa dizendo o que NÃO é conversão. Segundo ele, conversão não é:
- Professar o cristianismo: O cristianismo é mais que um nome. Paulo disse que o
cristianismo não se fundamenta na palavra (declaração de que se é cristão), mas
no poder: 1 Co. 4.20. Quando
contrapomos 2 Tm. 2.19 ó Tt. 1.16 teremos uma visão do que Paulo entendia como sendo
uma “falsa” conversão.
- Conformidade exterior às normas da
piedade: Pessoas podem ter uma
aparência de piedade (2 Tm. 3.5),
fazer longas orações (Lc. 18.12),
ouvir de bom grado a Palavra (Mc. 6.20)
e serem zelosas no serviço de Deus, e mesmo assim não serem convertidas. Não há
serviço religioso exterior que um hipócrita não possa fazer!
A
conversão, por sua vez, é uma obra que:
Modifica a Mente: Deus e Sua glória excedem o peso de todos os
interesses carnais e mundanos. A atitude é a mesma dos ouvintes de Pedro (At. 2.37). O convertido olhará para
Deus como o mais desejável e conveniente bem: Lm. 3.24; Sl. 73.25-26.
Modifica a inclinação da Vontade: Tanto quanto aos meios como quanto ao fim. O crente
tem novos alvos e projetos: Sl. 119.173.
Modifica os Sentimentos: Suas alegrias foram mudadas, seus sentimentos são
outros, seu amor tem um novo curso. Até suas tristezas são diferentes: 2 Co. 7.9-10. Ver ainda Gl. 2.20.
Converte-nos, Senhor!
Rev. Renato Arbués.