3. Considere a gravidade do
pecado:
A terceira pergunta de Deus foi tão constrangedora
quanto às demais. Porém, ela acrescenta um grau de desconforto terrível, pois
Deus ignora, momentaneamente, o peso da ação da Serpente e de Satanás, e
responsabiliza Adão pelo erro.
É fato que os homens gostam de compartilhar a culpa ou
atribuí-la a outros. O adúltero sempre culpa as circunstâncias pela queda; O
ladrão justifica seus delitos a partir da situação social; O pecador em geral
costuma dizer: “fiz porque todo mundo
faz”. É impressionante a capacidade que os homens têm para tentar amenizar
a responsabilidade por seus atos. E isso, ressalte-se, bem antes de Freud!
Contudo, Deus é objetivo e direto. Confronta a mulher,
tête-à-tête, como diriam os
franceses: “Que é isso que fizeste?”
(Gn. 3.13).
Esta é uma pergunta que requer uma confissão. Eles
haviam quebrado o pacto. Tinham colocado a sua própria vontade acima da vontade
de Deus. O momento era de humilhação, de reconhecimento, de penitência.
O pecado traz, ao longo de nossa existência, várias
consequências ruins: alienação, dor, medo, vergonha, conflitos. O pecado é um
inimigo tão terrível, que o rei Salomão disse que “apenas os loucos zombam do pecado” (Pv. 14.9). Mas a pior consequência,
de longe, é a confrontação com Deus! É inevitável.
Nesse sentido, um dos textos que mais me impressionam,
é o que narra a advertência de Deus, feita por meio de Amós aos israelitas: “Prepara-te para te encontrares com o teu
Deus” (Am. 4.12). O autor de Hebreus diz-nos que “terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb. 10.31).
Por tudo isso, eu considero uma bênção quando a
Palavra de Deus nos confronta hoje. Porque podemos considerar a gravidade de
nosso pecado e confessá-lo e abandoná-lo, enquanto ainda é tempo de perdão!
O pecado faz separação entre nós e Deus. Separou Adão
e Eva de tudo o que o SENHOR havia preparado para eles. É bom que consideremos
quão terrível é escolher o pecado!
Assim, pergunto:
I. Você se encontra separado de Deus? Adão e Eva procuraram se esconder atrás de
árvores. Será que você também não está procurando “árvores” para se esconder de
Deus? No mundo moderno, o trabalho, o lazer, o cansaço, o stress – tudo isso cumpre o papel de “árvore” para que o homem se
esconda de Deus. Será esse o seu caso?
II. Você tem considerado as
consequências de suas escolhas? Você recebeu de Deus muita dignidade. Você recebeu o Seu Espírito Santo,
recebeu um novo coração, recebeu um novo nome, recebeu uma nova família,
recebeu, afinal, a vida eterna. No entanto, algumas escolhas podem tirar de
você a alegria e a segurança de desfrutar de todas essas bênçãos. Considere os
amigos que você escolhe, as palavras que você usa, os caminhos que você trilha,
considere suas escolhas. Quem te fez saber certas coisas? Quem te fez escolher
certas coisas?
III. Você tem considerado a gravidade
do pecado? Dizem que o mal
do século é a depressão. Ela não é nada comparada com o mal do homem: o pecado.
A depressão pode levar você para um consultório ou para uma cama e, em casos
extremos, para uma cova. O pecado, porém, pode levar você para longe de Deus,
durante toda a eternidade. Não se engane. O pecado não é seu amigo. Ele não
quer o seu bem. Ele pode saciar um desejo momentâneo seu, mas o preço é alto
demais. Considere o perigo do pecado e fuja dele.
Quem conhece a história dos 4 primeiros capítulos de
Gênesis deve se impressionar com o enredo. Da mais alta posição, de imagem e
semelhança de Deus, o homem foi derrubado para um nível baixo demais. Mas não
foi deixado lá. Quase o mesmo que aconteceu com Cristóvão Colombo, de “ídolo” a
“esquecido” numa vida.
Mas, no caso de Adão, Deus veio até ele a fim de
levá-lo a considerar seus caminhos, sua vida e experimentar a restauração
divina. Considere, pois, as questões levantadas por Deus. Elas podem salvar a
sua alma da destruição!
Rev. Renato Arbués.