Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Idéias Humanas sobre Deus!



A Igreja Presbiteriana tem suas raízes na Reforma Protestante. Todos sabem que Martinho Lutero foi o homem usado por Deus para iniciar o movimento reformado.
Igreja Católica reagiu à Reforma. A reação dela é conhecida como "A Contra-Reforma" que, dentre as muitas frentes de combate, criou a Companhia de Jesus, cujos membros ficaram conhecidos como os Jesuítas, que tiveram um papel relevante na nossa história, sobretudo, educacional.
Mas, durante a efervescência do movimento reformado, quando Lutero estava em destaque, pregando e ensinando as verdades bíblicas que “descobrira”, a Igreja Católica destacou um grande homem para debater com Lutero: Erasmo de Roterdã. As cartas trocadas entre os dois estão entre os mais importantes documentos da fé cristã.
Numa carta em que Lutero responde a Erasmo, há um trecho interessante. Lutero diz assim: “As tuas idéias sobre Deus são demasiado humanas”. Conta-se que Erasmo ficou tão irado que deixou escapar alguns termos não muito adequados para um cristão.
O episódio, além de cômico, é revelador de uma tendência que ainda hoje se faz notar: “Idéias sobre Deus são muito humanas”. Pregadores e crentes de nossos dias também têm idéias muito humanas de Deus. É comum ouvirmos afirmações que, a pretexto de engrandecer a Deus, o máximo que conseguem é desonrá-lo.
Há quem diga que o que move a Deus são os sentimentos e não os princípios. Frases como: “Deus é pai não é padrasto”, querem dizer o quê? Que Deus é bonzinho e faz tudo o que nós, crianças mimadas, queremos?
Outros dizem que Deus é poderoso, mas que o Diabo pode atrapalhar os seus planos. Ouvi de um irmão o seguinte: “Pastor, Deus tinha uma bênção pra mim, mas o Diabo atrapalhou e eu perdi a bênção”. Eita, Satanás danado!
Ainda uns afirmam que Deus decretou todas as coisas e, portanto, sabe todas as coisas que vão acontecer. Mas o homem tem livre-arbítrio para escolher o que é fazer. Ou seja, Deus me manda ir pra igreja, mas eu prefiro ir pra o bar. Vou pra onde? Pra o bar, claro, porque tenho livre-arbítrio, e minha vontade é mais forte que a de Deus!
Até a invencível obra do Espírito Santo é menosprezada. A Bíblia afirma que o E. S. é quem faz a obra em nossa vida, aplicando a justiça de Cristo em nosso ser. Mas os crentes de hoje dizem: “Deus quer salvar o pecador, mas se o pecador não quiser ser salvo, não será”. Quer dizer, até o E. S. depende da vontade do homem, pode?
Pois é. Lutero estava certo ou não? As idéias de certas pessoas sobre Deus são muito humanas!
Qual o modo correto de se pensar sobre Deus. Resposta: Deve-se pensar sobre Deus aquilo que Ele mesmo revelou sobre Si. E onde está essa revelação? Na Bíblia, claro. Vamos a ela.
1 Cr. 29.11-12: “Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glórias vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; e contigo está o engrandecer e a tudo dar força”.
Você ouviu a frase: “tu dominas sobre tudo”? Dominar significa exercer comando, controlar, dirigir. Deus domina sobre tudo quer dizer, Deus controla, dirige a minha e a sua vida; Deus controla a chuva que cai, o sol que brilha, o frio, o vôo do pássaro, o choro do bebê... Tudo! Tudo – inclui até o diabo. Lutero um dia disse: “O Diabo? Ora, o diabo é o diabo de Deus”. O que Lutero queria dizer? Que o diabo é feroz, é valente, tem poder, é feio, pode destruir, pode matar, pode roubar, pode muitas coisas – Mas, só pode as muitas coisas que Deus permitir que Ele faça! O diabo é um cão raivoso, cuja corrente é segurada e controlada pelo Deus que a tudo domina!
Em 2 Cr. 20.6: “E disse: Ah! Senhor, Deus de nossos pais, porventura, não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos dos povos? Na tua mão, está a força e o poder, e não há quem te possa resistir”.
Não há quem possa resistir, o que significa isso? Significa que, se Deus quer que eu vá para a igreja, não existe força em mim ou fora de mim que me leve para outra direção. O diabo quis “peneirar” Pedro, mas Jesus não permitiu.
Uma pergunta: E se Deus quiser que você faça alguma coisa contra a sua vontade, o que acontecerá? Vamos ver a resposta bíblica? Jó 23.13: “Mas, se Ele (Deus) resolveu alguma coisa, quem o pode impedir? O que Ele deseja, isso fará”.
O filósofo francês, Voltaire, não acreditava em Deus e odiava o cristianismo. Antes de morrer, ele disse: “o cristianismo daqui a 50 anos será extinto”. Ele morreu e menos de 15 anos depois, a Sociedade Bíblica Francesa usava a sua casa como depósito de Bíblia! Outro homem inteligente foi o filósofo Nietzsche. Ele declarou a morte de Deus! Como ele morreu em 1900 eu não sei o que resta dele, mas de Deus, todos nós sabemos, Ele continua sendo o Eterno e Poderoso Deus. Como escreveu Salomão: “Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o Senhor” (Pv. 21.30).
Graças a Deus, nosso país há muito não sabe o que é uma guerra. Israel ainda hoje vive em conflito. Nos dias de Moisés, as coisas não eram diferentes. Deus, então ordenou aos israelitas celebrarem 3 festas por ano. Nelas, os homens tinham de ir a Jerusalém e deixavam em casa, sozinhos, suas esposas e filhos. Que bela oportunidade para o inimigo, não é mesmo? Mas reparem na promessa de Deus em Êx. 34.24: “Porque lançarei fora as nações de diante de ti e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua terra quando subires para comparecer na presença do Senhor, teu Deus, três vezes no ano”. Leia a história de Israel e você verá que o território israelita nunca foi atacado nessas ocasiões.
Meu caro amigo, de fato, as idéias de hoje acerca de Deus são muito humanas. Diferentes das que acabamos de ler nas Escrituras Sagradas.
Lembre-se de uma coisa: um deus cuja vontade é impedida (pelo homem ou pelo diabo), cujos desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, não é digno de ser cultuado. Um deus assim merece desprezo!
Não é esse o Deus a quem amamos e pregamos. Como disse Davi: “Nos céus está o nosso Deus, e tudo faz como lhe agrada” (Sl. 115.3).
Rev. Renato Arbués*
* (Adaptado do livro “Os Atributos de Deus”, de A. W. Pink, editora PES, 1995).

terça-feira, 19 de abril de 2011

A FIRME VONTADE DE DEUS!


“Tudo quanto o Senhor quis, ele o fez, nos céus e na terra, o mar e em todos os abismos”.
O salmo 135 é um louvor a majestade de Deus. O salmista convida todos os que assistem na casa do Senhor a louvar o Seu bendito nome porque Ele é o grande Deus. No verso 5, ele afirma: “Com efeito, eu sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses”. Em seguida, uma série de ações divinas são mencionadas para confirmar a verdade de que não há ninguém que possa contrariar o desejo de Deus. Nações são destruídas juntamente com suas divindades porque a vontade do Senhor o quis.

Mas, afinal, o que quer dizer vontade? Um forte desejo ou uma determinação? Quando falamos da vontade de Deus, queremos dizer que ela não é senão expressão do seu Ser onipotente e onisciente. Se Deus é onipotente, Ele realizará tudo o que está incluído nos Seus propósitos; e se Ele é onisciente, não cometerá erros nos seu plano original, nem terá necessidade de alterar o seu propósito original.

De acordo com Benjamim Warfield: “Na infinita sabedoria do Senhor de toda a terra, cada evento se realiza com precisão no seu próprio lugar. Nada, por pequeno e estranho que seja, ocorre sem estar prescrito, ou fora do controle de Deus”.

Assim, o que quer que aconteça na história da humanidade, acontece em virtude do fato de estar de acordo com o eterno plano de Deus. Pense comigo: “Se alguma coisa ocorre contra a vontade de Deus, então Satanás e o homem devem ser iguais ou superiores ao Criador!”. Sim, porque imagine uma situação: Deus ordena uma coisa, mas eu faço outra. Isso quer dizer que eu tenho poder para contrariar uma ordem divina. Logo, parece que meu Deus não é tão onipotente e poderoso como dizem as Escrituras Sagradas.

Mas alguém pode objetar que um Deus assim não pode ser bom, pois Ele permite que muita coisa ruim aconteça e que muitas pessoas boas morram e vão para o inferno. O que podemos dizer? À luz da Bíblia, Deus será visto de modo perfeitamente consistente tanto quanto condena uns, como quando perdoa outros; tanto quanto revela seu soberano juízo e justiça sobre os pecadores que não se arrependem, como quando declara Sua graça soberana, perdoando livremente àqueles que escolheu em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo.

Neste momento, convém ler o que Paulo escreveu aos romanos, no capítulo 9.15: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e me compadecerei de quem me aprouver ter compaixão”. Ora, como alguém pode argumentar contra a Palavra de Deus?

Novamente, alguém poderá objetar: “Mas, pastor, Deus pode até chamar uns para o céu, mas não posso aceitar que Ele escolha alguém para o inferno!”. Pra uma pessoa que pensa assim, eu tenho uma palavra. Aliás, uma confissão. Eu também tive muita dificuldade para aceitar essa verdade. Até que percebi que, antes de aceitar alguma coisa, eu preciso entender. Não é uma atitude sábia rejeitar antes de conhecer. Para facilitar o entendimento dessa verdade, vamos ler mais um texto de Paulo.

Rm. 9.10-13: “E não ela somente, mas também Rebeca ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que se chama), já lhe fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”.

Em outras palavras: Sem levar em conta o bem ou o mal em relação aos dois homens (Jacó e Esaú), Deus fez de Jacó o objeto do seu amor e Esaú o objeto de sua ira. Por quê? Para que seu propósito divino, de acordo com a eleição (ou escolha de pessoas ou eventos que realizam sua vontade), “ficasse firme”.

O Deus das Escrituras não se desculpa pelo fato de ter determinado deixar a maioria dos homens passar a eternidade sob o seu juízo, dando-lhes exatamente aquilo que merecem, ao mesmo tempo em que, também, determinou ordenar para a salvação alguns que, igualmente, são merecedores do juízo, porque é do seu agrado agir assim para mostrar sua natureza de graça, misericórdia e amor na presença dos anjos eleitos.

Mais uma vez, vamos ao texto sagrado: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5.9).

Em suma, a vontade de Deus prevalece em tudo, incluindo na vida e na morte, na salvação ou condenação.

Rev. Renato Arbués.

Adaptado do livro “TULIP”, Duane Edward Spencer, Casa Editora Presbiteriana, 1992.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

VIDA CRISTÃ


Sob o título “vida cristã” pode-se falar de diversas coisas: testemunho, mordomia, fidelidade, evangelizar etc. A expressão é carregada de sentidos e, não por acaso, é uma das preferidas no meio eclesiástico, servindo a toda e qualquer situação: “Precisamos viver a vida cristã plenamente”, “É necessário cuidado com a vida cristã”, “A vida cristã é uma bênção de Deus”.

Pra mim, o problema com essa expressão é que, na verdade, ela não quer dizer nada. Pelo menos, não do jeito que é utilizada pelos evangélicos de nossos dias. Enquanto é dita em tom solene e grave, no fundo, no fundo, serve apenas para dar algum tipo de satisfação a muitas consciências presas a um estilo de vida que pode ser designado por diversos títulos, menos aquele que dá título a esta pastoral.

Paulo afirma que aquele que está em Cristo é nova criatura (2 Co. 5.7). Um pouco antes, em Rm. 6.4, o apóstolo exorta-nos a vivermos em “novidade de vida”, uma vez que fomos sepultados com Cristo no batismo. Assim, fica claro que por vida cristã, o escritor bíblico não está se referindo à “vida perfeita”; mas, a uma vida nova, um modo de viver caracterizado pela tentativa de aproximação ao estilo de vida do Mestre.

Sinceramente, não consigo ver na maioria das pessoas o sincero desejo e a motivação real de amoldar o seu estilo de música, de vestir-se, de falar, de brincar – enfim, seu estilo de vida ao estilo de vida de Cristo. É irônico, portanto, ler (e ouvir) que a Igreja Cristã tem se desenvolvido sobremaneira, que o número de crentes aumenta consideravalmente a cada ano, enquanto, ao mesmo tempo, os divórcios têm aumentado, a imoralidade é consumida passivamente nos lares por meio de novelas e programas que “vendem” o estilo de vida mundano e obsceno; filhos não respeitam os pais, maridos não amam suas esposas e estas, por sua vez, não agem com sabedoria e decoro para ganharem os esposos incrédulos... Ou seja, que vida cristã é essa que não produz fruto digno do nome do Senhor?

Falar muito sem dizer nada, eis a principal característica dos demagogos. Geralmente, eles eram encontrados na política, hoje, porém, podem ser achados em igrejas cristãs espalhadas por nossas cidades.

E você, meu caro irmão, como está a sua vida cristã?

Rev. Renato Arbués.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Há alguma coisa errada!

Alexander Fleming formou-se em medicina, pela universidade de Londres, em 1906. Seu laboratório era conhecido por ser o “mais bagunçado” da universidade. Em setembro de 1928, ele saiu de férias e deixou umas placas com culturas de microorganismos no laboratório. Quando voltou, elas haviam sido tomadas pelo poderoso fungo penicilium, que matou todas as bactérias que havia em volta. Assim foi descoberta a penicilina, feito que valeu o Nobel de Fisiologia/Medicina para Fleming em 1945.
Honestamente, creio que a providência divina agiu nessa história. Não só nessa, mas em várias outras que, apesar de começarem da forma errada, terminaram bem. Contudo, não acho prudente que adotemos o erro como um meio legítimo de alcançarmos bons resultados.
Na Bíblia, pecar é errar. Isso, pra mim, é suficiente para evitar, na medida do possível, todo e qualquer tipo de erro. Não é fácil. Mas é o procedimento padrão para os filhos de Deus: “fugi da aparência do mal (do erro)” (1 Ts. 5.22).
Infelizmente, o que temos visto hoje na igreja é a opção pelo erro. Senão, vejamos:
- A pregação tem se convertido numa conversa “legal” entre o pastor e a congregação;
- a música da igreja é cada vez mais mundana, secular;
- casais cristãos em crise preferem não participar dos encontros de casais;
- jovens cristãos procuram jovens não cristãos para serem seus melhores amigos e/ou namorados(as);
- as reuniões de oração são os cultos menos frequentados pelos que afirmam ser adoradores de verdade;
- leitura? Só de revistas, Harry Potter, Cury ou didáticos. A Bíblia? Ora, a Bíblia...;
- serviço cristão virou “serviço? Não!”;
- culto doméstico é substituído por “briga doméstica”; etc.
Enfim, é difícil acreditar que igrejas que desejam agradar a Deus corretamente consigam fazê-lo optando pela forma errada!
Queira Deus que a mesma providência que atuou em tantas ocasiões possa operar milagrosamente em nossa época, oferecendo-nos um avivamento em que a igreja seja levada a adorar em espírito e em verdade.
É a nossa oração.

Rev. Renato Arbués.