Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012



Um célebre ateu, concluindo uma conferência em certa povoação, desafiou qualquer pessoa presente a rebater os argumentos que acabara de apresentar. Quem havia de levantar a luva do desafio senão uma velha, arcada sob o peso de muitos anos, a qual disse ao conferencista:

- Senhor, tenho a lhe fazer uma pergunta.

- Pois não, minha boa senhora.

- Há dez anos tive a infelicidade de enviuvar, ficando sem arrimo no mundo, tendo oito filhos, todos pequenos, para sustentar e criar, na pobreza mais aflitiva que se pode imaginar. Salvo umas coisas velhos, o único objeto de valor que possuía era a minha Bíblia. Animada pelas promessas divinas deste Livro, revesti-me de forças, e pude sustentar e criar perfeitamente os meus oito filhos. Já sou velha, com o pé na cova, poucos dias me restam de peregrinação neste mundo, mas ando com perfeita alegria, porque tenho experimentado o amor de Deus e sei que Ele existe, e morro na firme esperança de uma vida de imortalidade no Céu com Jesus. Agora diga-me: O seu modo de pensar, que benefícios lhe tem trazido?

- Ora essa!, - volveu o conferencista - não quero de modo nenhum desmanchar o conforto que a senhora diz ter achado na sua religião; mas...

- Ah! - interrompeu a velha - não é disso que se trata; faça o favor de não se afastar do ponto em discussão. Quero saber que benefício lhe tem reportado seu ateísmo?
De novo o ateu quis desviar a discussão, porém os assistentes perceberam a coisa e romperam em aplausos frenéticos à mulher.

O conferencista, desorientado, retirou-se do lugar.

Do livro “Mil Ilustrações Selecionadas”, 1966.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O CONHECIMENTO DE DEUS!




“Para que fomos feitos? Para conhecer a Deus. Que alvo devemos estabelecer para nós na vida? Conhecer a Deus. O que é a "vida eterna" dada por Jesus? O conhecimento de Deus. "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17:3).

Qual é a melhor coisa na vida, que traz alegria, prazer e contentamento acima de todas as outras? O conhecimento de Deus. "Assim diz o Senhor: 'Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor" (Jr 9:23, 24a).

Das situações em que Deus vê o homem, qual lhe dá mais prazer? O conhecimento dele. "... quero [...] conhecimento de Deus, mais do que holocaustos", diz Deus (Os 6:6; ra).

Dissemos muitas coisas nestas poucas sentenças. O ponto que queremos evidenciar é aquele que aquece o coração de cada cristão, embora o adepto da religião apenas formal não seja afetado por ele. (Justamente por este fato evidencia sua condição não-regenerada.) O que dissemos proporciona instantaneamente o alicerce, a forma e o alvo de nossa vida, além de um princípio de prioridades e uma escala de valores.

Uma vez que você se convença de que a principal razão de sua estada aqui é conhecer a Deus, muitos dos problemas da vida se enquadrarão devidamente. O mundo está cheio de vítimas do mal devastador que Albert Camus denominou absurdismo ("a vida é uma piada sem graça") e da doença que chamaremos "febre de Maria Antonieta" ("nada tem gosto"), já que foi ela que encontrou essa frase para descrevê-la.

Essas enfermidades prejudicam toda uma vida: tudo de repente se torna um problema e um aborrecimento, porque nada parece valer a pena. Mas os vermes do absurdismo e a "febre de Maria Antonieta" são doenças às quais, pela própria natureza, o cristão está imune, exceto por momentos ocasionais de perturbação, quando o poder da tentação deforma-lhe a mente; mas estes, graças a Deus, não duram muito.

O que dá valor à vida é ter um grande objetivo, alguma coisa que prenda nossa imaginação e conserve nossa fidelidade; e isto o cristão tem como ninguém. Pois haverá objetivo mais alto, mais exaltado e mais estimulante que conhecer a Deus?”

J. I. Packer
Trecho do cap. 3 do livro “O Conhecimento de Deus”.
Editora Mundo Cristão

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

POR QUE O MUNDO ACABOU?

Reflexão sobre Gênesis 4.8-24

O que está acontecendo com o nosso mundo? O que se passa na cabeça de nossos jovens? Por que tanto ódio, tanta violência? Quais as causas de tantos crimes absurdos cometidos por homens contra homens?

O texto de Gênesis 4.8-24 apresenta-nos o começo da vida organizada socialmente. As primeiras relações familiares e os primeiros contatos entre membros de uma comunidade maior, uma tribo.

Caim, após assassinar Abel, seu irmão, teve que sair de perto de seus pais. Foi expulso por Deus e se instalou na região de Node, ao oriente do Éden, onde deu início ao seu reino. Quando matou Abel, Caim, inconscientemente, cavou trincheiras ao lado de Satanás na luta contra Deus. Desse ponto em diante, a história da humanidade será manchada por ódio, vingança e sofrimento.

No livro do Gênesis, Moisés nos informa como o homem conseguiu dominar os animais, desenvolver a arte, trabalhar o bronze e o ferro. Infelizmente, esse mesmo homem não teve a mesma habilidade para dominar a si mesmo. Não conseguiu refrear sua inclinação para o mal.

O fim dessa seqüência narrativa será o dilúvio. Toda uma geração condenada e perdida. E por quê? Ao respondermos essa pergunta, traçaremos alguns paralelos com os nossos dias, e veremos que nossa geração caminha a passos largos para o mesmo fim.

Em primeiro lugar, aquela geração foi destruída porque perdeu o respeito pela vida.

Na Bíblia, a vida é associada à luz, à alegria, à plenitude e à atividade. Ser vivo é ser ativo, é participar dinamicamente das relações com o mundo e com as pessoas. A vida é, pois, um bem supremo dado por Deus ao ser humano. Um bem que deve ser desfrutado nas interações com outros homens e com o restante da criação de Deus.

Por ser um bem tão importante, há um mandamento específico referente a ele: Não matarás! (Êx. 20.13). Mas, o que lemos acerca de Caim e de seu descendente Lameque é uma total desconsideração ao valor da vida humana. Ambos mataram. E mataram pela mesma motivação: vingança! Eles se sentiram, de alguma forma, prejudicados por alguém e determinaram eliminar o problema. Rebelião e desafio caracterizam a atitude e as ações de Caim e Lameque.

Caim matou o irmão após ambos oferecerem oferta ao Senhor. A oferta de Abel foi aceita; a de Caim, rejeitada. Lendo essa história, no capítulo 4 de Gênesis, encontramos uma frase interessante no verso 7 (o seu desejo será contra ti). A seqüência dos fatos revela-nos que, o que perturbou Caim, não foi o fato de haver sido rejeitado por Deus. Não. O que realmente indignou a Caim foi o sucesso de Abel.

Concluímos isso porque, no nosso entendimento, se a tristeza de Caim houvesse sido causada pela rejeição de Deus à sua oferta, sua atitude teria sido outra. Ele se adequaria aos padrões de Deus e O cultuaria adequadamente. Mas não foi isso que Caim fez. Por quê? Porque esse não era o verdadeiro problema.

O verdadeiro problema era aceitar a angustiante verdade de que seu irmão foi bem-sucedido, enquanto ele, não. Deus disse a Caim: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.

São palavras reveladoras, as que Deus diz para Caim: “o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”. Qual era o desejo de Caim? Destaque, proeminência. Ele queria superar o irmão. Caim deveria ser honrado; Abel, não.

Como não conseguiu alcançar o seu desejo, nem dominá-lo, Caim decidiu matar. Séculos mais tarde, o apóstolo João advertiu seus leitores a agirem “não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1 Jo. 3.12).

O caso de Lameque foi muito parecido (Gn. 4.23). Ele matou um rapaz porque se sentiu ofendido. O que o rapaz fez? Pisou o seu pé.

Eis a completa banalização da vida.

Pergunta-se: vivemos dias diferentes? Somos melhores que nossos antepassados? Basta uma rápida folheada nos jornais e testemunharemos que não. Na verdade, não temos nos comportado de forma muito diferente da de Caim e Lameque: Um homem mata a companheira para criar o filho de ambos com uma outra; Rapaz é preso por assassinar o pai; Jovem mata “amigo” com 20 facadas numa briga de bar.

Os diálogos entre pais e filhos são pontuados por agressões de ambas as partes. Marido e mulher se agridem por palavras diante de seus filhos. Nas escolas, crianças ameaçam crianças por coisas de crianças. No trânsito, os semblantes se transfiguram: pessoas irritadas, com dois ou três palavrões soltos na boca e jogados no primeiro que, por descuido, ou por “barbeiragem”, cruzar o caminho. Nas filas dos bancos, reclamações, zombarias, constrangimentos, porque quem nos antecede está demorando.

Onde vamos chegar?

Os cientistas estão preocupados com os efeitos do aquecimento global. Estudos mostram que, a continuar nesse ritmo, em quarenta ou cinqüenta anos, o planeta Terra não será mais um bom lugar para se viver. Mas, o planeta Terra é, hoje, um bom lugar para se viver?

O aquecimento que está condenando as pessoas é o aquecimento de suas emoções. Por qualquer palavra, por qualquer ato, disparamos um canhão carregado de impropérios, xingamentos, ódio e muita, muita ira.

A história de Caim e Lameque nos ensina que o erro não está somente na ação de matar. Está também na atitude, no desejo, no pensamento de destruir o semelhante.

Por conhecer o coração do homem, Deus encheu Sua Palavra de advertências contra a disposição de ofender ou agredir a quem quer que seja. Deus proibiu a mentira, a calúnia e a difamação (Êx. 20.16), as mães de todas as discórdias. Deus ainda proibiu a vingança (Lv. 19.18). E Jesus proibiu até mesmo brincadeiras inconvenientes (Mt. 5.21-22).

Todas essas precauções foram tomadas para que o homem jamais perdesse o respeito pela dignidade da vida humana, pois, a perda do respeito pela vida foi a primeira causa do fim do mundo para a geração de Caim.

Rev. Renato Arbués.

(Continua)