Vez
ou outra, cientistas sociais se debruçam sobre os regimes de governo.
Monarquia, Aristocracia, Democracia? Qual seria o melhor? Com melancólica
resignação, a frase mais ouvida ao fim da discussão é: “A democracia não é perfeita, mas é o melhor sistema que temos”.
A
palavra democracia é oriunda da língua grega, sendo a junção dos termos demos (povo, grupo) e Kratos (poder). Democracia, portanto, é
o poder do povo. A formulação clássica da ciência política ensina que, na democracia,
o poder é oriundo do povo, exercido pelo povo e para o povo. Isso significa que nos países democratas – como o
Brasil – todos os agentes do governo estão a serviço da população. São
empregados do povo. Assim, garantir segurança, moradia, emprego, comida, lazer,
saúde, educação, liberdade de culto, proteção à família e todas as demais
coisas de que o povo precisa, não é favor que um governante faz, mas, sim, sua
obrigação. Aliás, quando um funcionário do povo não age na defesa dos
interesses do povo, deve ser substituído imediatamente.
Até
aqui, tudo bem. O problema começa quando um governante bem intencionado procura
ouvir as demandas do povo. Provavelmente, ele ficará maluco ao saber que o
povo, na verdade, não é homogêneo. O povo são muitos. E suas necessidades e
desejos também. Como exemplo simples, o povo de São Paulo quer água, mas
reclama por segurança, transporte público, saúde... O povo do Nordeste sofreu
tanto por falta d’água que aprendeu a viver quase sem ela. E agora quer
emprego, conforto, educação superior. Já o povo de Senhor do Bonfim, bem, os
bonfinenses reivindicam desde um redutor de velocidade até um hospital de
verdade. Enfim, a que povo um governante deve atender? Que demanda tem
prioridade? O que a democracia pode fazer por pessoas tão diferentes?
Chega-se
por essa via à conclusão definitiva: Não há sistema capaz de satisfazer os
homens. Nem governantes. Apenas Deus é capaz de nos dar “infinitamente mais” do
que precisamos. Ele nos criou e conhece nossas diferenças. O Senhor sabe quais
as nossas reais necessidades, além de saber o único modo de atendê-las.
Obviamente, não está se propondo uma teocracia (Teo = Deus + Kratos = poder),
na verdade, o que se faz necessário é a conversão de cada indivíduo. Conversão
significa mudar o rumo. O homem precisa mudar o rumo de suas decisões, de suas
prioridades, de suas relações. Sem isso, essa insatisfação continuará até nos
destruir.
Não
precisamos de água ou de hospitais mais do que da salvação e de uma nova vida.
A água não lava pecados nem os hospitais podem remover as cicatrizes deixadas
em nossa vida pelo pecado. Não há poder neste mundo que dê jeito nos estragos
que a natureza corrupta produz nas relações familiares, nos grupos sociais, no
ambiente de trabalho, no próprio homem.
O
homem fará bem a si mesmo se aprender a confiar nas palavras do apóstolo Paulo:
“Porque não me envergonho do evangelho,
porque é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê, primeiro do judeu e
também do grego” *(Rm. 1.16).
Democracia
só dá certo se vier acompanhada por uma boa dose do evangelho!
Rev. Renato Arbués.
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