No livro “As cidades Invisíveis” (Cia. das Letras, 2000), Ítalo Calvino põe em cena Marco Pólo descrevendo para Kublai Khan as cidades que visitou em missões diplomáticas. São cidades, como o título do livro sugere, fictícias. Todas elas têm nomes femininos, mas não se trata de nenhuma crítica às mulheres; antes, o jovem navegador “humaniza” cada cidade de tal forma que é impossível não reconhecer nelas algumas de nossas próprias características ou traços comportamentais.
Uma das cidades é Leônia. Marco Pólo diz que a paixão dos leonianos “é desfrutar coisas novas e diferentes”. A cada manhã eles “vestem roupas novas em folha, tiram latas fechadas do mais recente modelo de geladeira, ouvindo jingles recém-lançados na estação de rádio mais quente do momento”. Durante o relato, Marco Pólo admite não saber se o prazer dos leonianos é desfrutar de coisas novas ou “expelir, descartar, limpar-se de uma impureza recorrente”. Como você deve ter concluído, os arredores de Leônia são um caos. Montanhas de lixo se acumulam e os moradores ficam “ilhados”, pois “uma fortaleza de dejetos indestrutíveis cerca a cidade, dominando-a de todos os lados, como uma cadeia de montanhas”.
O fato é que em Leônia não há lugar para nada. Tudo está cheio. As casas são mobiliadas ao limite. Não podem comprar um só objeto sem que antes não tenham de descartar um outro. É assim também com as pessoas. Em Leônia há um rígido controle de natalidade. As pessoas precisam pedir permissão para terem filhos. Lá também não há lugar para visitantes: onde seriam colocados? E, claro, já era de se esperar, em Leônia também não espaço para os que não podem consumir. Os leonianos não ouvem a mensagem de Marco Pólo de que “à medida que a cidade se renova a cada dia, ela preserva totalmente a si mesma na sua única forma definitiva: o lixo de ontem empilhado sobre o lixo de anteontem e de todos os dias e anos e décadas”.
Essa descrição da cidade fictícia de Leônia, sugere uma reflexão oportuna: Leônia se parece ou não com sua casa, caro ouvinte? Será que você não é, na verdade, é um cidadão leoniano?
O Natal é uma ótima época para respondermos a essas perguntas. Queremos comprar uma TV nova, um sofá novo, roupas novas, bicicletas novas, mas, precisamos mesmo de televisores novos, de sofás novos, de roupas novas, de coisas novas? Precisamos mesmo de tantas “comprinhas para o natal”? O que fazemos com o “que ficou velho” em nossa casa e que até ontem nos servia tão bem? Jogamos fora? Acumulamos?
Algo muito triste também está acontecendo em nossos dias. Assim como os leonianos, estamos nos acostumando a descartar pessoas também! Nossas cidades vivem cercadas não só de montanhas de lixo, mas de montanhas de gente, que empurramos para longe porque não há espaço para todos no mundo consumista, novo, confortável.
Essa é a triste condição de nossos dias, na comemoração do Natal. O Sr. Jesus Cristo, pasmem, também não encontrou lugar em muitas casas. Elas estavam cheias de comida, de presentes, de alegria, de pessoas, que não sobrou lugar para uma manjedoura velha e um menino recém-nascido! Isso não é novidade, afinal, o “aniversariante” principal da semana nasceu no seguinte contexto: “Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela (Maria) deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc. 2.6-7). Pois é, a hospedaria estava tão cheia de pessoas nobres, importantes, fregueses pontuais, que não sobrara lugar para Jesus Cristo!
Meu caro ouvinte, houve lugar para Jesus em sua vida durante este ano? Se não, por quanto tempo você vai permitir que essa situação perdure? Use coisas, ame pessoas. E, mais importante, busque ao SENHOR enquanto se pode achá-lO.
Feliz Natal, próspero ano novo!
E pense nisso.
Uma das cidades é Leônia. Marco Pólo diz que a paixão dos leonianos “é desfrutar coisas novas e diferentes”. A cada manhã eles “vestem roupas novas em folha, tiram latas fechadas do mais recente modelo de geladeira, ouvindo jingles recém-lançados na estação de rádio mais quente do momento”. Durante o relato, Marco Pólo admite não saber se o prazer dos leonianos é desfrutar de coisas novas ou “expelir, descartar, limpar-se de uma impureza recorrente”. Como você deve ter concluído, os arredores de Leônia são um caos. Montanhas de lixo se acumulam e os moradores ficam “ilhados”, pois “uma fortaleza de dejetos indestrutíveis cerca a cidade, dominando-a de todos os lados, como uma cadeia de montanhas”.
O fato é que em Leônia não há lugar para nada. Tudo está cheio. As casas são mobiliadas ao limite. Não podem comprar um só objeto sem que antes não tenham de descartar um outro. É assim também com as pessoas. Em Leônia há um rígido controle de natalidade. As pessoas precisam pedir permissão para terem filhos. Lá também não há lugar para visitantes: onde seriam colocados? E, claro, já era de se esperar, em Leônia também não espaço para os que não podem consumir. Os leonianos não ouvem a mensagem de Marco Pólo de que “à medida que a cidade se renova a cada dia, ela preserva totalmente a si mesma na sua única forma definitiva: o lixo de ontem empilhado sobre o lixo de anteontem e de todos os dias e anos e décadas”.
Essa descrição da cidade fictícia de Leônia, sugere uma reflexão oportuna: Leônia se parece ou não com sua casa, caro ouvinte? Será que você não é, na verdade, é um cidadão leoniano?
O Natal é uma ótima época para respondermos a essas perguntas. Queremos comprar uma TV nova, um sofá novo, roupas novas, bicicletas novas, mas, precisamos mesmo de televisores novos, de sofás novos, de roupas novas, de coisas novas? Precisamos mesmo de tantas “comprinhas para o natal”? O que fazemos com o “que ficou velho” em nossa casa e que até ontem nos servia tão bem? Jogamos fora? Acumulamos?
Algo muito triste também está acontecendo em nossos dias. Assim como os leonianos, estamos nos acostumando a descartar pessoas também! Nossas cidades vivem cercadas não só de montanhas de lixo, mas de montanhas de gente, que empurramos para longe porque não há espaço para todos no mundo consumista, novo, confortável.
Essa é a triste condição de nossos dias, na comemoração do Natal. O Sr. Jesus Cristo, pasmem, também não encontrou lugar em muitas casas. Elas estavam cheias de comida, de presentes, de alegria, de pessoas, que não sobrou lugar para uma manjedoura velha e um menino recém-nascido! Isso não é novidade, afinal, o “aniversariante” principal da semana nasceu no seguinte contexto: “Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela (Maria) deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc. 2.6-7). Pois é, a hospedaria estava tão cheia de pessoas nobres, importantes, fregueses pontuais, que não sobrara lugar para Jesus Cristo!
Meu caro ouvinte, houve lugar para Jesus em sua vida durante este ano? Se não, por quanto tempo você vai permitir que essa situação perdure? Use coisas, ame pessoas. E, mais importante, busque ao SENHOR enquanto se pode achá-lO.
Feliz Natal, próspero ano novo!
E pense nisso.
Rev. Renato Arbués.