Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Igreja que se acostumou sem Deus!

Era uma vez uma igreja. Nela, os irmãos se reuniam regularmente para ler as Escrituras Sagradas, orar, louvar e participar da celebração da Santa Ceia. Tudo em conformidade com a idéia bíblica de igreja, ekklesia, o “ajuntamento daqueles que foram chamados, juntamente com seus filhos, para uma vida de comunhão com Deus”.

Tudo ia bem, até que um membro da igreja, por motivos pessoais, precisou faltar a uma das reuniões. Tempos depois, outro irmão teve um compromisso inadiável e não pôde comparecer a um dos cultos de oração. Logo, outros casos se sucederam. Um irmão teve de trabalhar e perdeu a Escola Dominical; outro precisou fazer compras; um terceiro acordou com dor de cabeça; uma irmã foi fazer uma visita a uma amiga que há muito tempo não via; uma família resolveu preparar um almoço de confraternização e precisou passar a manhã de domingo cozinhando; um adolescente dormiu tarde demais na noite de sábado e não acordou na hora da EBD; e assim foi por vários dias. Sempre um bom motivo impedia um ou outro membro da congregação de participar dos trabalhos regulares daquele outrora tão feliz igreja.

E aí? Bem, e aí, a igreja começou a definhar-se lentamente até o ponto de quase ter de fechar as suas portas. Ninguém sabia explicar como pessoas tão próximas de Deus, agora, estavam tão distantes. Como se acostumaram a viver sem Ele. O culto já não empolgava mais. As reuniões de oração não despertavam o interesse. A Escola Bíblica Dominical perdeu a graça. Os cultos de doutrina já não eram mais necessários. Enfim, a igrejinha foi perdendo o brilho até quase desaparecer.

Alguns poucos que lutavam desesperadamente pela igreja esperavam receber alguma palavra divina que os acalentasse. E ouviram. Deus lhes disse que, à medida que se afastavam dEle, Ele, por sua vez, se afastava deles. Quer dizer, enquanto os membros se distanciavam de Deus, Deus Se distanciava deles a passos largos.

E isso não foi bom. O homem não foi criado para viver como “bicho solto”, sem Deus, sem Lei, sem comunhão com seus iguais. Quando isso acontece, eles sofrem. Vivem vidas vazias. Suas famílias são as primeiras a manifestarem as conseqüências dessa estúpida atitude: brigas, desentendimentos, tristeza, frieza, conflitos, raiva, sentimento de culpa e de vergonha.

Depois, os sintomas se tornam notórios na alma: Não conseguem orar, não sentem prazer na leitura bíblica, não anseiam pela Santa Ceia do Senhor, não se alegram com a companhia dos santos. Estão morrendo espiritualmente sem perceberem.

E Deus? Deus disse à Igreja: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti” (Ap. 3.3).

Pense nisso.

sábado, 13 de novembro de 2010

"Se todos fossem iguais a você..."

A arte é um excelente refúgio. Nela, além da beleza, encontramos alento para as ansiedades e a agitação, constantes em nossa maneira de viver. Quem não se acalma ouvindo uma bela melodia clássica? Quem não “viaja” ao admirar um belo quadro? Enfim, a arte - todo tipo de boa arte – é um presente do bom Deus para a humanidade.
Na arte encontramos temas para reflexão também. A arte, embora não precise ter essa finalidade como principal função, pode transmitir valores morais, pode discutir temas complexos e atuais e, assim, servir-nos de consciência crítica. Para ficar num exemplo, cito o título de uma canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes: “Se todos fossem iguais a você”. Conhece? Se não, aqui vai um trecho da letra:
“Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar [...]
Existiria a verdade,
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você”.
Ler essas palavras produz um efeito paradoxal em mim. De um lado, a admiração pela poesia, pelo capricho na escolha das palavras, pela simplicidade que diz muito, enfim, admiração pelo gênio do artista. Por outro lado, numa leitura mais objetiva, menos idealizada, surge a inquietação: “Se todos fossem iguais a mim seria uma maravilha viver?”.
Nós todos queremos viver bem. Queremos paz, trabalho, segurança, descanso, entre outras coisas. Para conseguir esse objetivo é que nos relacionamos com outras pessoas o tempo todo, no trabalho, em casa, na igreja, na escola, na rua. E aí nasce uma interrogação gigantesca: “Se todos nós queremos viver bem, se todos procuram os mesmos objetivos, por que, então, vivemos tão mal?”
Porque as pessoas são diferentes. Porque a minha idéia de felicidade diverge da sua. Porque sua maneira de analisar os fatos é diferente da minha. Porque vemos o mundo com “óculos” distintos. Às vezes andamos na mesma estrada esperando atingir destinos diferentes; outras vezes, trilhamos caminhos opostos e esperamos chegar ao mesmo lugar. Impossível, não? Então é isso. Nossa vida não é uma maravilha porque somos diferentes.
Mas, e esse “mas” não tem intenção nenhuma de ser chato, se todos no mundo fossem iguais a você? É isso mesmo, e se todas as pessoas do mundo acordassem sendo iguaizinhas a você? Viveríamos maravilhosamente bem? O mundo seria melhor? Ou não?
Imagine se na hora do almoço todas as pessoas comessem como você come. Pense em como seria nosso trânsito se todos dirigissem da mesma forma que você dirige. Você é tímido? Imagine um mundo só de pessoas tímidas? Você fala alto? Imagine uma reunião em que todas as pessoas gritassem o tempo todo? Você é autoritário? Imagine um debate eleitoral em que todos – candidatos e eleitores – defendessem suas idéias e opções do mesmo jeito que você faz. Você é simpático e sorridente? Imagine um jogo de futebol em que os jogadores conversassem mais ou menos assim:
- Por gentileza, poderia tocar a bola pra mim?
- Naturalmente. Assim que conseguir driblar meu oponente e, claro, pedir a ele que não se ofenda com meu drible, passarei a bola para você, meu amigão!
Você conseguiria viver num mundo cheio de você?
Conceda-me o direito à franqueza: É claro que não seria um mundo maravilhoso. Não por todo o mundo ser igual a você, não é isso. É que, na verdade, para sermos felizes, nós precisamos do outro. E precisamos que outro seja diferente para nos completar. Para preencher o que falta em nós. Para corrigir nossos erros ou para ser corrigido. Precisamos do diferente para sermos atraídos por ele; precisamos do outro até para tentar explicar a razão dessa diferença. Enfim, precisamos do outro para vivermos maravilhosamente bem.
Só me resta, desconfortavelmente, pedir desculpa ao poeta – ou à sua memória – por discordar da sua canção. Se todos no mundo fossem iguais a você, o mundo não seria maravilhoso, seria tedioso. Mas que a canção é bonita, ah, isso é!
É maravilhosa essa tal de arte, não?
Pense nisso!
Rev. Renato Arbués.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Esses cristãos...

Em Atos 11.26 os seguidores de Jesus são chamados pela primeira vez de cristãos. Eles estavam em Antioquia, onde Paulo e Barnabé pregaram durante um ano e foram o instrumento divino para a conversão de vários gentios.

Foi um ano intenso. Pregação e testemunho coerente foram os “métodos” desses dois homens na evangelização. O trabalho missionário prosperou de tal maneira que “alguns profetas de Jerusalém desceram para Antioquia” (At. 11.27). O esperado era que membros da igreja de Antioquia fossem para Jerusalém, a fim de ouvirem os profetas.

Chamo a sua atenção para o contraste entre a simplicidade do método e o efeito produzido. Barnabé e Paulo não formaram grupos pequenos de discípulos, não organizaram escolas dominicais, não fundaram sociedades internas nem nomearam ministérios. Nada disso foi feito. O que fizeram foi tão simples e tão eficiente que chega a ser surpreendente: pregaram e testemunharam!

Novidade? Nenhuma. Mas, por que razão, para a igreja de hoje esse método soa tão inadequado? Por que a igreja atual precisa gastar metade do tempo de discipulado ensinando aos novos convertidos como funciona a instituição? Por que precisamos de tantos programas, tantos recursos, tantas reuniões, tantas comissões, tanta coisa... E nossos resultados ficam tão distantes do desejado?

Atribuo isso às duas partes responsáveis pela edificação e pelo crescimento da igreja: liderança e membresia.

Os líderes estão se perdendo em meio a estratégias, dicas, segredos, e passos para o crescimento da igreja. Só para conhecer as últimas novidades nessa área, é preciso ler dois ou três livros. Depois, é necessário convencer algumas pessoas sobre a eficácia da “visão”. Isso leva tempo, tempo que a igreja não tem. Tempo que poderia ser investido em uma pregação melhor, mais fiel, mais preparada. Tempo para viver em meio à comunidade e testemunhar para ela. O pastor tem de mostrar com a prática o que ensina durante horas ao longo da semana. Mas, como fazer isso se estão preocupados no último programa de crescimento da igreja, na última autoproclamação de mais um apóstolo?

E a membresia? Muitos estão lutando para não perderem o emprego, outros estão desesperados com a vida conjugal. Não faltam os que vivem crises existenciais, os que estão com dúvidas quanto à fé. Os que não têm tempo para a igreja e o que já não se lembram da última vez que leram a Bíblia ou oraram formam uma categoria à parte.

Enfim, o que é simples, e funciona, não atrai os “atarefados” pastores nem ocupa a mente dos “sofridos” cristãos de nossos dias.

É isso. Ainda bem que “pela graça sois salvos, e isso não de vós, é dom de Deus” (Ef. 2.8).

Rev. Renato Arbués.

sábado, 6 de novembro de 2010

Diretório para o Culto Público!

Um diretório para a Oração Pública, Leitura das
Escrituras, Canto de Salmos, Pregação da
Palavra, Administração dos Sacramentos,
e outras partes do Culto Público
de Deus, Ordinário
e Extraordinario

(um dos documentos produzidos pela Assembléia de Westminster).

Da Reunião dos Crentes da Igreja e seu Comportamento no Culto Público de Deus:
Quando a Igreja se reúne para o Culto Público, as pessoas (tendo antes preparado seus corações para o mesmo) devem todas vir, e tomar parte; não se ausentando das Ordenanças Públicas por negligência, ou por pretexto de reuniões particulares.
Que todos entrem no recinto da Reunião, não com irreverência, e sim de maneira comedida e decorosa, tomando seus lugares sem Mesuras (comprimentos) em direção a um ou outro lado, ou outros movimentos de Adoração.
Os fiéis estando reunidos, o Ministro, depois de convocá-los solenemente à adoração do grande nome de Deus, deverá começar com Oração.
Uma vez começado o Culto Público, as pessoas deverão dirigir toda sua atenção a este culto, evitando ler qualquer coisa que não seja o que o Ministro está lendo ou citando no momento; e abstendo-se sobretudo de todos os cochichos, consultas, saudações, ou cumprimentos particulares a quaisquer pessoas presentes, ou que estejam entrando; como também de todos os olhares fixos, cochilos, e outro comportamento indecoroso, que possam perturbar o Ministro ou as pessoas, ou impedir a si mesmo ou a outros de cultuar a Deus.
Se por necessidade as pessoas forem impedidas de estarem presentes no início, não devem, ao entrar na Igreja, se entreter em devoções pessoas, e sim reverentemente se comporem para se unir com a congregação, para a Ordenança de Deus que esteja ocorrendo no momento.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Você tem consciência?

Consciência. Há muito tempo não se ouvia tanto essa palavra. Na política, a ordem é “votar com consciência”. Na família, “seja consciente”. Na igreja, “tenha consciência de seus compromissos”. É muita consciência para tão pouco tempo.

Mas a pergunta que não quer calar é: Será que as pessoas estão sendo mais conscientes em seus atos?

Para um bom entendimento, ter consciência significa “honradez, retidão, probidade”. Trata-se da “faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados”. Julgamentos dos próprios atos, não atos alheios.

Esclarecimentos feitos, vamos às questões práticas: Você é uma pessoa consciente? Tem consciência do que tem feito à sua família? Tem consciência do modo como tem tratado à sua Igreja? Tem consciência das escolhas que tem feito? É importante ter uma boa resposta a essas perguntas. Por quê?

Porque, primeiramente, você é avaliado o tempo todo por Deus: “Para onde fugirei da tua presença?” (Sl. 139.7). Deus olha pra você. Ele sabe por onde você tem andado e o que tem feito. Deus vê o seu modo de falar, de tratar as pessoas, de sorrir. Mas, é claro, você tinha consciência disso, né?

Em segundo lugar, as pessoas não sabem o que você pensa; elas sabem o que você faz. E é por seus atos que você é avaliado pelos que estão à sua volta. “Pelos seus frutos os conhecereis!” (Mt. 7.16). Sua família não sabe o que você é, sabe o que você faz. Seus amigos avaliam você pelo que ouvem. Da mesma forma, seus colegas de trabalho. Mas, obviamente, você também já tinha consciência disso, não é mesmo?

Meu caro leitor, o bom relacionamento com Deus se manifesta numa boa relação com a família, com a Igreja, com os amigos. É impossível ter um sem o outro. Se você tem Deus, tem também a família ao seu lado. Se tem Deus, tem o respeito dos amigos. Se tem Deus, tem a admiração da Igreja. Enfim, se tem Deus tem a consciência tranquila.

Consciência, portanto, é a palavra que mais ouvimos ultimamente. Infelizmente, poucos a têm como deveriam.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sou eu! (João 6.16-21)

Sou eu. Não temais!

Procure visualizar a cena. Os discípulos num barquinho, noite alta e o mar começava a ficar agitado. O medo do naufrágio, o pavor natural que se sente da tempestade, tudo isso concorria para o estado de espírito em que se encontravam os doze homens. De repente, um vulto aparece em alto mar. Um fantasma? Uma ilusão de ótica? Um anjo? Um demônio?

Pegue um pouco de superstição, acrescente uma boa dose de medo e você chegará perto do que os discípulos de Jesus sentiram naquela ocasião. E, como se não bastasse, ainda tinham que imaginar uma saída, sim, para onde fugir, caso se tratasse do pior?

Então, ouvem a doce voz de Jesus: “Sou eu. Não temais!”. Para eles, soou como a voz de um amigo a quem se pode recorrer nas horas difíceis; como o socorro bem presente na tribulação. Era Jesus. Não havia necessidade de medo. “Então, eles, de bom grado, o receberam, e logo o barco chegou ao seu destino” (Jo. 6.21).

Ainda bem que os discípulos conseguiram ouvir a voz de Jesus naquela tempestade. Não raras vezes, as pessoas costumam agir diferente. Na aflição, o medo fala tão alto que não se escuta mais nada. Preferimos dar ouvidos aos receios, superstições, bobagens que nos são ditas ou nas quais acreditamos e fechamos os ouvidos para as palavras da vida.

Ora, Jesus advertiu os seus seguidores quanto à necessidade de ouvirem a sua voz: “As ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz” (Jo. 10.3-4).

As tempestades da vida são muitas. Como se fossem poucos os desafios que os relacionamentos familiares e profissionais nos impõem, ainda temos que aprender a lidar com as nossas confusões internas. Estamos agitados e não acreditamos mais em qualquer palavra que nos fale de um futuro melhor. Alguns estão tão sobrecarregados que, aparentemente, não podem mais ser aliviados de suas cargas. Isso é triste. Tal estado pode conduzir à depressão e à solidão.

O que fazer?

Em primeiro lugar, ouça Cristo dizer: “Sou eu”. Não é um mero homem, não é apenas mais um conselheiro, não é um terapeuta, nem o melhor psicólogo que já existiu. “Antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo. 8.58). Jesus é o Filho de Deus. É o Deus encarnado, glorificado, majestoso e Salvador. Ele pode aliviar nossas cargas porque Ele é Deus e é bom. Ele é a resposta para as nossas questões mais essenciais. Ele é o único caminho que nos leva à paz. Ele é Jesus.
Em segundo lugar, ouça Cristo dizer: “Não temais”. Sim, por que temer? Afinal, “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm. 8.31). Quando você sentir a doce presença de Cristo em sua vida, perceberá que não poderá demolir suas estruturas. Não há lugar para o medo, porque “no amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo. 4.19-20).

Você quer parar de ter medo? Quer parar de se sentir pequeno diante dos outros e do mundo? Ouça Jesus. Ele diz pra você: “Sou eu. Não tema”!

Pense nisso.