Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

CONSELHOS PARA RESISTIR AO MUNDO

1. Seja honesto e pense por si mesmo. Não permita que ninguém pressione você. A Bíblia diz em Êxodo 23:2-3 “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para perverteres a justiça; nem mesmo ao pobre favorecerás na sua demanda.”

2. Não tenha ímpios como heróis ou fonte de inspiração. A Bíblia diz em Provérbios 4:14-16 “Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo. Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém.” Calvino louvava o conhecimento de grandes homens, mesmo dos não tementes a Deus. Para o reformador, a inteligência dessas pessoas provava a bondade de Deus. Mas ele jamais recomendou que nós louvássemos tais homens ou buscássemos neles um norte para nossa vida.

3. O pensamento do cristão é formado por Deus, através da Bíblia, e não pelos amigos. Amigos podem nos induzir a decisões erradas. A Bíblia diz em acerca de Herodes, em Mateus 14:9 “Entristeceu-se, então, o rei; mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse”. Por causa de amigos podemos entristecer a Deus e a nossos irmãos. Cuidado com quem anda.

4. A influência de más amizades pode conduzir uma pessoa a consequências trágicas. A Bíblia diz em Lucas 23:23-24 “Mas eles instavam com grandes brados, pedindo que fosse crucificado. E prevaleceram os seus clamores. Então Pilatos resolveu atender-lhes o pedido.” Às vezes, vamos com a multidão, não é verdade. Um exemplo disso pode ser notado quando alguns cristãos apresentam sua postura sobre a homossexualidade. Dizem: “Cada um faz o que quer com o corpo. Se a pessoa está feliz, o problema é dela.” Pensar assim é desdizer o que ensinam as Escrituras. Os homens não podem fazer o que quiserem com seus corpos. Eles precisam obedecer a Deus. Afinal, o que significa conversão?

5. Finalmente, seja firme nos seus princípios cristãos e recuse-se a ceder ao pecado. Salomão escreveu que “apenas os loucos zombam do pecado”. Ao que Tiago acrescenta um alerta contra pessoas de ânimo dobre, que seguem um duplo caminho. Busque a coerência. Sempre.

Rev. Renato Arbués.


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Pensando sobre fast food, teologia, oferta...

Há algum tempo, um anúncio interessante foi publicado em dois jornais que atendem a colônia brasileira da costa leste dos Estados Unidos, o Brazilian Voice e o Brazilian Times: “Desemprego, caminhos fechados, dificuldades financeiras, depressão, vontade de suicidar, solidão, casamento destruído, desunião na família, vícios (cocaína, crack, álcool, etc.), doenças incuráveis (câncer, aids etc.), dores constantes (de cabeça, coluna, pernas), insônia, desejos homossexuais, perturbações espirituais (você vê vultos, ouve vozes, tem pesadelos, foi vítima de bruxaria, macumba, inveja ou olho grande), má sorte no amor, desânimo total, obesidade, etc... Nós! Sim, nós temos a solução para você! (Fonte: Revista Ultimato, janeiro de 93, p. 14).
               
Era um anúncio feito por igrejas convidando pessoas para assistirem a um culto. Antes de ler o que a Palavra de Deus ensina sobre isso, sinceramente, reflita: há alguma pessoa que não tenha problemas com um desses itens? Eu, por exemplo, sofro muitas dores de coluna e algumas dificuldades financeiras... (rsrs).

A partir do século XX, surgiram algumas “teologias” curiosas, tipo um fast food doutrinário. Essas “teologias” acabaram influenciando denominações inteiras. Já se disse isso em algum, e eu repito: em matéria de fé, RARAMENTE o novo é melhor. No entanto, igrejas inteiras resolveram abandonar as antigas doutrinas da graça e abraçaram doutrinas novas, estranhas; verdades reveladas a alguns “iluminados” que gozam do suposto e duvidoso privilégio de revelações particulares.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos gálatas, advertiu contra essa tendência. Ele disse: “Há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema (maldito). Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl. 1.7-9). Paulo diz que se ele mesmo ou um anjo vindo do céu ensinasse uma verdade diferente daquela já ensinada, deveria ser considerados malditos!

E que evangelho foi pregado por Paulo? Leiamos 2 Co. 15.3-4: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Esse é o evangelho bendito, revelado pelo Santo Espírito do Senhor. Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia. E para quê? Ora, ouçamos a resposta dada pelo próprio Filho de Deus: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contraio, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo. 6.38-40).

Hoje, vemos tristemente que as pessoas não estão mais tão interessadas em ouvir o antigo e puro evangelho. Elas estão à procura de novidade, de algo que responda às suas questões mais urgentes e banais. É como diz a música: “Você tem fome de quê?”.

Os iluminados perceberam que as pessoas estão mais interessadas em doutrinas que tragam alívio imediato para suas dores e soluções para seus problemas, especialmente os financeiros. Então passaram ensinar outro evangelho que não o apresentado com simplicidade e verdade pelas Escrituras Sagradas.

Por exemplo, os filhos de Deus agora são chamados filhos do Rei, e é nessa condição que devem viver. A perspectiva de uma vida cristã repleta de restrições, sofrimentos e tribulações por amor a Cristo não corresponde ao verdadeiro plano de Deus para Seus filhos amados. Ao contrário, dizem que Ele deseja que Seus filhos sejam em tudo bem-sucedidos, vitoriosos e triunfantes. Afinal, toda espécie de mal – incluindo as doenças e a pobreza – é fruto da ação direta de Satanás e, portanto, destinada apenas aos que se encontram sob o seu domínio, nunca aos verdadeiros crentes.

Descobriu-se que a razão para existirem muitos crentes que ainda padecem desses males é a sua ignorância quanto a seus direitos como filhos de Deus e ao poder divino disponível nas palavras daqueles que conhecem os segredos da confissão positiva. Os méritos dessa descoberta são reivindicados pelo norte-americano Kenneth Hagin.

Eu creio com todas as minhas forças que Deus é o Senhor do Universo e que pode todas as coisas. Eu oro para que Ele abençoe minha família e supra todas as nossas necessidades, tanto materiais quanto as espirituais. Quando alguém pede minha ajuda, eu oro a Deus para que, segundo a Sua santa vontade, ajude a pessoa com quem estou tratando, e creio que Ele pode atender à minha oração. Mas, daí a afirmar que Deus só demonstra o Seu amor para o Seu povo quando Ele enriquece, cura e afasta qualquer tipo de mal de suas vidas, isso não se pode fazer. É uma irresponsabilidade. É ir contra a Palavra de Deus.

Prestem atenção a um trecho da história de Jacó, registrada em Gn. 31. Jacó estava falando com Labão de onde veio a sua riqueza: “Vinte anos eu estive trabalhando, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca perderam as crias, e não como os carneiros de teu rebanho. O que era despedaçado pelas feras, eu sofri o dano, da minha mão o requerias. De maneira que eu andava, de dia consumido pelo calor, de noite, pela geada; e o meu sono me fugia dos olhos” (Gn. 31.38-40). A riqueza de Jacó não veio de palavras poderosas ou de bênçãos sobrenaturais: veio do trabalho! Trabalho abençoado por Deus. Mas trabalho com muito esforço!

E quanto Ana? Uma mulher que não podia ter filhos. Ela foi à igreja e orou, pedindo um filho ao Senhor. Quando recebeu, ela orou e disse essas palavras sobre o Deus que a abençoou: “Não há santo como o SENHOR; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma como o nosso Deus. O Senhor é quem tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O SENHOR EMPOBRECE E ENRIQUECE; ABAIXA E TAMBÉM EXALTA (1 Sm. 2.2, 6-7.

O apóstolo Paulo escreveu sobre as tribulações: “que ninguém se inquiete com as tribulações. Porque vós mesmos bem sabeis que estamos destinados a isso” (1 Ts. 3.3). Isso o quê Paulo? Às tribulações! Ou seja, as lutas, as tribulações, fazem parte da vida do crente tanto quanto as vitórias e as alegrias. Deus nos dá tanto um quanto outro. E ele continua sendo Deus! O nosso Deus!

Mas, e por que aquelas igrejas fazem anúncios daquela maneira? Por que as pessoas anunciam que basta irem à igreja para terem seus problemas resolvidos, suas doenças curadas, bastando apenas um “pequeno” gesto de sacrifício, geralmente manifestado numa contribuição financeira? (Você já percebeu que o deus pregado hoje em dia é louco por dinheiro?)

Mas, para finalizar essa meditação, tenho a dizer que, igrejas anunciam solução para todos os tipos de problemas em troca de uma ofertinha, simplesmente porque elas preferem dar ouvidos às palavras do DIABO. Sim, Satanás foi bastante inteligente quando disse uma coisa pra Deus. Acompanha comigo Jó 2.4: “Então, Satanás respondeu ao SENHOR: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida”.

Quem duvida que as pessoas estão dando tudo o que tem pela sua vida?

Espero que estejam fazendo o mesmo para cuidarem de suas almas!

Rev. Renato Arbués.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Falando de depressão

Reprodução de uma conversa despretensiosa entre um pastor e um membro de igreja sobre a depressão à luz das Escrituras Sagradas.

Membro: Pastor, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em um estudo de 1990 comparando doenças, relata que a depressão foi a 4ª causa de incapacidade relacionada à saúde. E estima que em 2020, será a 2ª, perdendo apenas para problemas cardíacos. Estimativas dão conta de que há no mundo cerca de 121 milhões de pessoas deprimidas. Afinal, não há como vencer a depressão?

Pastor: Há sim. Mas pra isso, precisamos conhecer e crer no que as Escrituras dizem sobre essa e todas as demais doenças do homem.

Membro: É comum ouvir pessoas dizendo que a depressão é causada por pecado, rebeldia a Deus ou fraqueza espiritual. Pode-se dizer que a depressão vem, de fato, de uma dessas razões?

Membro: Olha, irmão, antes de tudo é preciso esclarecer uma coisa. Somos crentes e estudamos a Bíblia com o auxílio da Teologia. O médico tem os seus métodos de estudo, o psicanalista tem os deles, o psiquiatra... Assim por diante. O teólogo tem a Bíblia. Então, quando falamos de qualquer assunto, falamos a partir da perspectiva bíblica.

                Há vários fatores encontrados na raiz da depressão: uma enfermidade, mudanças hormonais, problemas financeiros, culpa sentida ante algum erro, autocompaixão, tristeza pela perda de alguém etc. O fato que aprendemos pela Bíblia, e que eu considero o mais relevante no tratamento da depressão, é que ela não resulta diretamente de nenhum desses fatores.

Membro: Como assim, isso quer dizer que uma pessoa deprimida não deve dizer que a sua depressão foi causada por uma enfermidade, por exemplo?

Pastor: Diretamente, não. A depressão vem de um processo dentro do qual o problema inicial é manipulado de forma errada de tal modo que acaba sendo ampliado e desemboca no desespero.

Membro: Há algum texto bíblico que possa corroborar essa afirmação?

Pastor: A Bíblia não é um livro escrito em linguagem científica. Ela não trata de assuntos por tópicos, como um livro didático. Certas verdades devem ser inferidas do ensino amplo das Escrituras. Mas, nós podemos ler o texto de Provérbios 5.21-22: “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas veredas. Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido”.

Membro: Ou seja, embora a depressão não seja causada diretamente pelo pecado, entretanto, ele se encontra presente no processo!

                Há, então, alguma coisa a se fazer para começar a lutar contra a depressão? O que a Bíblia ensina?

Pastor: Irmão, à medida que o pecado vai descendo, também vai puxando para baixo o pecador, capturando-o e aprisionando com as suas cordas que vão se apertando mais e mais. É o que Salomão diz, o pecador é aprisionado pelas cordas de seu próprio pecado. Então, a primeira coisa que o amigo que luta contra a depressão deve tentar fazer é interromper os hábitos pecaminosos. É preciso parar de alimentar o depósito da depressão.

Membro: Ou seja, se na raiz da depressão está o ódio, deve-se tentar parar de odiar, esforçando-se por perdoar. Se for a tristeza, deve-se lutar contra ela, tentando-se alegrar no Senhor e nas coisas criadas por Ele.

Pastor: Exatamente. Parece simplista, mas não é. Lembre-se de que não estamos falando da cura da depressão. Estamos falando do primeiro passo em direção a ela. É importante dizer que a depressão não é inevitável e jamais chega a um estado que não possa ser contra-atacada. A depressão pode ser revertida em qualquer ponto, através da ação bíblica, no poder do Espírito Santo.

Membro: Portanto, apesar do pecado estar no processo que deflagra a depressão, não é pecado ficar deprimido. E sempre há possibilidade de cura, em Cristo Jesus, por meio das Escrituras Sagradas.

Renato: Se Cristo pôde ressuscitar os mortos pela Sua Palavra, é lógico concluir que Ele também pode curar um depressivo por essa mesma Palavra.

Membro: Amém!

Rev. Renato Arbués.

sábado, 18 de julho de 2015

E o amanhã?

No livro “Alice no País das Maravilhas”, há uma cena em que Alice chega a uma bifurcação na estrada. Um pânico gelado toma conta da menina, enquanto ela fica paralisada pela indecisão. Ela levanta os olhos ao céu, procurando uma direção. Seus olhos não encontram resposta, mas somente o gato Cheshire sorrindo para ela de seu galho numa árvore.

Alice pergunta: “Por qual caminho devo ir?”. “Isso depende...” disse o gato, fixando um sorriso sardônico na confusa garota. “Depende de quê?”, quer saber Alice. “Ora, depende do seu destino. Para onde você está indo?”. “Eu não sei”, hesitou Alice. “Então, não importa que caminho seguir, não é verdade”?

Esse trecho é bastante revelador do que acontece com muitas pessoas hoje em dia. Elas se sentem confusas, sem saber que caminho seguir, para que direção devem conduzir suas vidas. Mas, se alguém fizer a elas, a mesma pergunta que o gato fez a Alice, elas também responderão como a garota. Estão perdidas, não sabem para onde ir e, consequentemente, não sabem que caminho escolher.

Para o filho de Deus, tanto o destino como o caminho são importantes. Cada um de nós tem um destino no reino de Deus. Somos, como ensinou o apóstolo Pedro, um povo peregrino, um povo que se move. Mas sabemos para onde nos movemos. Estamos a caminho da Terra Prometida, do lugar que Jesus conseguiu para nós, por meio da Sua morte na cruz.

Mas, embora saibamos para onde estamos indo e temos a certeza de não caminharmos sozinhos, a verdade é que alguns aspectos do nosso futuro pessoal são desconhecidos para nós.

Eu sei o que o futuro me reserva: um lar celestial. Mas o que dizer do amanhã? É natural que nos sintamos tão ansiosos pelo futuro próximo como as outras pessoas.

A preocupação excessiva com o destino oculto pode encher uma pessoa de medo. O poder paralisador da preocupação, conforme escreveu R. C. Sproul, pode obstruir nossas ansiedades. Se a prostituição é a mais velha das profissões, certamente a previsão da sorte está em segundo lugar.

Pessoas que dizem ser capazes de ler a sorte ganham muito dinheiro e disputam a fama com as celebridades. Há algum tempo, um programa de televisão apresentou uma senhora que diz ser capaz de adivinhar o futuro a partir da borra do café, deixado na xícara. Outras pessoas têm examinado entranhas de lagartos, peles de cobra, ossos de coruja, búzios, o horóscopo diário e predições diversas – tudo para ganhar uma pequena margem de segurança contra um futuro desconhecido.

E quanto ao cristão? Ora, o cristão deve fazer apenas uma pergunta: “Qual é a vontade de Deus para a minha vida?”.

Os pregadores antigos nos advertem quanto a esse assunto. Buscar a vontade de Deus pode ser um exercício de piedade ou de impiedade, um ato de humilde submissão ou um ato de ultrajante arrogância – dependendo de que vontade de Deus nós estamos procurando.

Procurar descobrir aquilo que Deus não tem desejado revelar é interferir nas coisas sagradas que estão fora dos limites. Moisés escreveu: “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt. 29.29). João Calvino coloca desta maneira: “Onde Deus cerrou Sua santa boca, eu desistirei de inquirir”.

Por outro lado, é um prazer para Deus ouvir as orações do Seu povo quando eles perguntam: “Senhor, o que queres que eu faça?”. O cristão busca a Deus procurando suas ordens, querendo saber que curso de ação é agradável a eles. Esta busca da vontade de Deus é uma busca santa – que deve ser conduzida com vigor pela pessoa piedosa.

Rev. Renato Arbués.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Pensando sobre a bebida

Discutir se o cristão pode ou não consumir bebida alcoólica é, sem dúvida, um tema delicado. É preciso prudência ao abordá-lo e, também, maturidade espiritual para aceitar o que diz a Bíblia sobre isso, e não o que pensa o homem. Há várias maneiras de se analisar o uso do vinho. Duas são, pra nós, oponentes: a visão cultural e a religiosa. Vejamos:

As Escrituras veem o vinho sob dois ângulos diametralmente opostos. Elas falam do vinho favoravelmente, por exemplo, ao falar da Lei dos Dízimos, Moisés escreveu: “Esse dinheiro, dá-los-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou qualquer coisa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa” (Dt. 14.26). O salmista Davi, no Salmo 104, bendiz a Deus, o Criador. Ele enumera várias das obras de Deus. No verso 15, ele afirma: “Deus fez o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças” (Sl. 104.15).

No entanto, as Escrituras também falam do vinho também negativamente. O profeta Isaías adverte: “Ai dos que são heróis para beber vinho e valentes para misturar bebida forte” (Is. 5.22). O rei Salomão disse: “Quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite jamais enriquecerá” (Pv. 21.17).

E, então? Dá-se o caso de contradição?

Não. O NT mantém uma atitude em relação ao vinho semelhante àquela que se revela no AT. De um lado, é uma das dádivas da criação de Deus, a ser desfrutada; de outro, abster-se de beber vinho pode ser necessário por amor ao evangelho. Em suma, recomenda-se MODERAÇÃO. Mas, a moderação não pode ser confundida com licensiodade.

Além disso, há que se considerar mais dois fatores: 1º. O irmão mais fraco: Paulo nos adverte, em Romanos 14, a levarmos em consideração o pensamento do irmão mais fraco em relação a alguns assuntos. Não que nossa vida seja conduzida pela consciência alheia. Mas, que é preciso considerar a opinião de todo o corpo de Cristo antes de se adotar qualquer comportamento. 2º. A Cultura: É impossível dissociar testemunho de cultura. Na nossa cultura, o vinho não é bem visto por alguns cristãos. Logo, qualquer que seja minha posição sobre esse tema, eu deve considerar esse fator.


Pra resumir, irmão, a orientação do Espírito Santo pela Palavra e uma boa dose de bom senso, acima de tudo.


Rev. Renato Arbués.
Fontes diversas.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O cristão e a honestidade

Deus requer e merece honestidade. A Bíblia diz no Salmo 51.6 “Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma”.

A desonestidade causa dor e dura tanto quanto a ferida física. A Bíblia diz em Provérbios 25.18 “Malho, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo”.

O Senhor não aprova desonestidade em transações de negócios. A Bíblia diz em Provérbios 20.23 “Pesos fraudulentos são abomináveis ao Senhor; e balanças enganosas não são boas”.

Seja honesto. A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 2.3 “Porque a nossa exortação não procede de erro, nem de imundícia, nem é feita com dolo”; 2 Coríntios 8:21 “Pois zelamos o que é honesto, não só diante do Senhor, mas também diante dos homens”.

Honestidade é parte de dois mandamentos. A Bíblia diz em Êxodo 20:15-16 “Não furtarás”;  “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.

Os líderes apreciam aqueles que dizem a verdade. A Bíblia diz em Provérbios 16.13 “Lábios justos são o prazer dos reis; e eles amam aquele que fala coisas retas”.

A verdade é mais valiosa que os elogios. A Bíblia diz em Provérbios 28:23 “O que repreende a um homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua”.

Os filhos de pais honestos são bem-aventurados. A Bíblia diz em Provérbios 20:7 “O justo anda na sua integridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele”.

Diga sempre a verdade. A Bíblia diz em Provérbios 12:13-14 “Pela transgressão dos lábios se enlaça o mau; mas o justo escapa da angústia. Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui”.

Lucro fraudulento não traz felicidade. A Bíblia diz em Provérbios 20:17 “Suave é ao homem o pão da mentira; mas depois a sua boca se enche de pedrinhas”.

As riquezas que foram ganhas desonestamente não duram. A Bíblia diz em Provérbios 21:6 “Ajuntar tesouros com língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles que os buscam, buscam a morte”.

Siga os caminhos de Deus. A Bíblia diz em Provérbios 11:1 “A balança enganosa é abominação para o Senhor; mas o peso justo é o seu prazer”.

Deus prefere que sejamos honestos de que darmos ofertas. A Bíblia diz em Provérbios 21:3 “Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício”.

Rev. Renato Arbués.


terça-feira, 14 de julho de 2015

Raca

RACA é provavelmente uma palavra aramaica (reca), que significa “patife” ou “tolo”. O termo hebraico REQUIM é usado no AT para indicar os “inúteis”.

A palavra RACA está presente em Mt. 5.22, quando Jesus dá um novo espírito à lei do homicídio. Não se trata realmente da questão de matar, mas também depende da própria disposição do coração. Aos crentes não é permitido chamarem a seus irmãos por nomes inconvenientes por motivo de ressentimento. Na ética neotestamentária, essa é uma transgressão tão grande como o assassinato já realizado.

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Livros Apócrifos

O que são livros apócrifos?

A palavra “apócrifo” vem do idioma grego e significa “oculto”, “secreto”. Livros apócrifos são escritos judaicos surgidos na Palestina e em parte da Diáspora, durante o período que vai do século III a. C. até o século I d. C.

O assunto principal desses livros são as lutas pela sobrevivência das comunidades judaicas na Palestina, a fuga para o Egito, a tentativa de restabelecimento monárquico com os hasmoneus e a opressão e exclusão sócio-religiosa perpetrada pelos romanos a partir do século II a. C.

Os livros apócrifos mais conhecidos são:

Do Antigo Testamento: Judite, Sabedoria, Tobias, Baruque, 1 e 2 Macabeus.

Do Novo Testamento: Evangelho de Tomé, Evangelho de Pedro, Evangelho de Nicodemos, Atos de Pedro, Atos de Paulo, Epístola de Paulo aos Laodiceus, A Assunção da Virgem, Apocalipse de Tomé e Apocalipse de Pedro.

Vale lembrar que esses livros não são canônicos, portanto, não possuem autoridade bíblica como os demais. Sua utilidade é condicionada, não podendo nenhum deles sustentar ou ensinar qualquer doutrina que não apareça nos livros canônicos.

Rev. Renato Arbués.
Fontes diversas.


sábado, 11 de julho de 2015

Pensando sobre Prosperidade!

Estudar a Bíblia, comparando o que os homens dizem que elas ensinam, com o que, de fato, está escrito, é um exercício fascinante. Infelizmente, algumas ideias sobre Deus são demasiado humanas. Pior, algumas ideias, além de humanas, contradizem o relato bíblico.

Teologia da Prosperidade! É um movimento surgido dentro de algumas igrejas e que também é conhecido como “Confissão Positiva”. É comum ouvir da boca de pregadores e crentes da Teologia da Prosperidade coisas do tipo: “Você é filho do Rei, não tem por que ter uma vida derrotada” ou “Declare as bênçãos de Deus sobre sua vida” ou ainda: “o verdadeiro filho de Deus não fica doente; Deus honra seu povo”! E outras expressões afins.

Ser derrotado, para a Teologia da Prosperidade, pode ser sinônimo de ser pobre. O cristão – dizem – não pode passar dificuldades financeiras. Se isso acontece, das duas uma: a) ou ele não confia em Deus; b) ele está em pecado!

Pois bem, vamos ler as Escrituras Sagradas. Há um trecho que, creio eu, todos devem conhecer: A Parábola do Homem Rico e Lázaro. Está registrada em Lucas 16.19-23. Leia-a, por favor.

É preciso ter cuidado para não deduzir coisas que a parábola não ensina. Jesus não ensinou que todos os ricos vão para o inferno, nem que todos os pobres vão para o céu. Não há elogio nem desprezo à condição social de nenhum dos dois personagens.

Somos colocados diante de um quadro que ilustra bem as palavras de Salomão em Provérbios 13.7: “Uns se dizem ricos sem terem nada; outros se dizem pobres, sendo mui ricos”.

Como alguém escreveu: “Quando os bens materiais foram deixados para trás, quando o rico foi para o túmulo, onde essas coisas não têm valor algum, ele nada tinha para levar consigo à eternidade. Possuía riquezas na terra, mas nenhum tesouro no céu. Sendo rico, certamente ele tinha muitos amigos, mas não tinha O amigo e advogado à destra de Deus. Comia manjares e as mais nobres refeições, porém não teve direito ao Pão da vida. Sua riqueza não era verdadeira riqueza, pois estava sem Cristo, sem fé, sem perdão e sem santidade. Quando morreu foi para o inferno. Na verdade, o homem rico era desesperadamente pobre.”

Ora, se bens materiais não nos darão direito ao mais importante dos bens, a vida eterna; se riquezas na terra não nos garantirão um tesouro no céu; se saúde física não garantirá a saúde espiritual... Como viver em função dessas coisas? Como buscar a Deus a fim de apenas receber recompensas materiais, como: riqueza, prosperidade, saúde, abundância...?

Não estamos negando o valor dessas coisas. Nós as buscamos pelos meios estabelecidos por Deus: “Com o suor do teu rosto comerás...”, é a ordem divina! O trabalho é o meio deixado por Deus para conquistarmos o pão de cada dia.

O que estamos questionando é a incessante busca por parte dos crentes de bens e coisas, de felicidade na terra, de abundância de manjares, enquanto as “coisas lá do alto” são deixadas em segundo plano!

Lázaro não tinha nada neste mundo. Porém, no sentido mais elevado, Lázaro era rico. Era um filho de Deus, com uma herança no céu. Suas riquezas eram duradouras e verdadeiras. Lázaro se alimentava do Pão da Vida.

Ora, pelo critério de hoje, certamente alguns diriam que o “abençoado” era o rico; enquanto Lázaro deveria confiar mais em Deus, fazer um voto, preencher um envelope, colocar dinheiro dentro e esperar que Deus lhe respondesse!

O Pr. Francisco Belvedere Neto, da Igreja Metodista, escreveu que: “a teologia da prosperidade une o fútil ao desagradável, ou seja, é uma mistura de ganância e comodismo. Os adeptos da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da soberania divina”.

É estranho distorcer a Palavra de Deus para fazê-la dizer o que nenhum dos santos profetas disse. Vamos à Bíblia:

Mt. 6.19-21: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.

Ora, se Jesus ensinou que não devemos “acumular” é fácil concluir que não devemos “procurar” também!

1 Tm. 6.6-10: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores”.

É quase possível ouvir algumas pessoas dizendo: “Mas, e o texto de Filipenses?”. Vamos lê-lo? Fp. 4.13: “tudo posso naquele que me fortalece”. Kenneth Hagin tem um livro muito famoso aqui no Brasil: O Nome de Jesus. Esse autor em outro texto escreveu que Paulo, nessa passagem, ensina que não há nada que Deus não possa fazer na vida dos que creem; que só é preciso ter fé, que tudo que você pedir, vai acontecer!

Depois de ler isso, concluímos uma de duas coisas sobre Kenneth Hagin: ou ele ensinava o que não fazia; ou ele não gostava de seus familiares. Sim, porque a pesquisadora de religiões Mary Schultz conta que o cunhado e a irmã de Kenneth Hagin morreram de câncer e que ele mesmo usou óculos até morrer! Se eu fosse maldoso, perguntaria: “Por que ele não declarou a cura para si mesmo e para os que ele amava?” Vai saber!

Mas voltemos a Fp. 4.13. Qualquer aluno da pré-escola sabe que antes do 13 vem o 12, e que antes do 12 vem o 11...  Afinal, do que Paulo tratou no capítulo 4 de Filipenses?

v. 10: “Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade” ð Paulo, em mais de uma ocasião, recebeu dinheiro daquela igreja para suprir as suas necessidades de comida e de abrigo.

vv. 11-12: “Digo isto não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez.”

Eis do que trata Paulo. Ele aprendeu a enfrentar QUALQUER situação, fosse riqueza, pobreza, saúde, doença... Tudo ele podia enfrentar naquele que fortalece o homem: Cristo.

Quando eu era seminarista em São Paulo, ouvi um testemunho impressionante: um rapaz crente havia ido buscar a noiva na porta do colégio quando foi abordado por dois assaltantes. Deram-lhe dois tiros: um na cabeça e outro no ombro. O rapaz sobreviveu e a igreja estava em festa porque ele estava ali dando aquele testemunho de fé!

Louvado seja Deus que nos livra da morte. Vários de vocês que leem esta pastoral podem contar coisas tão maravilhosas quanto essas: um livramento da morte certa; a cura de uma doença quase fatal; Deus restabelecendo um lar... Isso tudo é digno de louvores a Deus.

Mas, e quantos aos demais leitores que nunca levaram um tiro e nunca estiveram no leito de uma UTI? O que dizer de quem nunca teve de lutar contra uma doença grave? De quem nunca foi assaltado? Será que Deus também não foi bondoso com vocês?

Eu já fui assaltado. O bandido colocou a arma na minha cabeça e disse que ia atirar. Graças a Deus não o fez. Meu irmão vive em Brasília há mais de 10 anos. Nunca teve uma arma apontada para ele. E eu creio que o mesmo Deus que cuida de mim, cuida também do meu irmão!

Apesar de terem sido tão diferentes em suas vidas, tanto Lázaro como o homem rico chegaram ao mesmo fim. Ambos morreram. Este é o destino de todos os homens, e também será o seu e o meu. A morte é o grande inimigo que ninguém pode vencer. Ela não poupa pessoa alguma; e não esperará até que você esteja pronto. A morte virá na hora estabelecida por Deus.

Todos os homens conhecem esses fatos, os que creem na Teologia da Prosperidade e os que não creem. Porém, a maioria não os percebe como realidade. Se os percebessem, fariam algo a respeito.

Por isso, não coloquem seus corações neste mundo agonizante. Você pode até ganhá-lo, mas perderá a sua alma! Vale o preço?

Rev. Renato Arbués.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Pensando sobre Deus

As pessoas gostam de dizer que conhecem a Deus. Elas dizem que Deus é grande em sabedoria, maravilhoso em poder, cheio de misericórdia, amor; contudo, são poucos os que chegam a um conhecimento adequado do Ser de Deus, de Sua Natureza, de Seus atributos, como estão revelados nas Escrituras Sagradas. Os autores bíblicos sabiam bem quem era Deus. Como Moisés que escreveu: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Êx. 15.11).

Você já pensou sobre Deus? Você acha que conhece o Senhor? Se você alguma vez pensou sobre quem é Deus, você deve ter considerado que houve tempo, se é que se pode chamar “tempo”, em que Deus habitava só! Não existia o céu, não existia a terra, não existiam os anjos, nem o universo. Não havia nada, nem ninguém, senão Deus.

Durante uma eternidade passada, Deus esteve só: Completo, suficiente, satisfeito em Si mesmo, de nada necessitando. Se universo, seres humanos, anjos, lhe fossem necessários, teriam sido chamados à existência desde toda a eternidade. Ao serem criados, nada acrescentaram a Deus essencialmente. A glória de Deus não pode ser aumentada nem diminuída: “Eu o Senhor não mudo...” (Ml. 3.6). Pense comigo: O que é perfeito, já é completo. Se pode ser melhorado, ainda não é perfeito. Como alguém pode pensar que Deus é perfeito se lhe falta alguma coisa? Como Deus poderia ser melhor porque nós o adoramos? Ora, se Deus puder ser melhorado, Ele não seria perfeito, concorda?

Isso significa que Deus não estava sob coação, nem obrigação, nem necessidade alguma de criar o mundo. Resolver criar o mundo foi um ato puramente soberano de Sua parte. Se você estiver pensando: “Bem, então diga por que Deus criou o mundo, se Ele não ganhou nada com isso?”. Calma, não fique nervoso. Quem vai responder a essa pergunta será o próprio Deus. Leia atentamente o que Ele mandou Paulo escrever sobre esse assunto: “nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade” (Ef. 1.11).

Entendeu? Deus criou por um ato de vontade. Se você quiser ouvir de maneira mais clara: Deus criou porque quis. E pronto! Você vai dizer: “Ainda não estou convencido!”. Tudo bem, então leiamos mais um texto. O salmista Davi escreveu: “Tudo o que o Senhor quis, Ele o fez, no céu e na terra, no mar e em todos os abismos” (Sl. 135.6). Prestou atenção? O que foi que Deus fez? Ele fez tudo o que quis.

Deus não ganha nada, nem sequer com a nossa adoração. Deus não precisava das glórias dadas pelos crentes. Ele já era suficientemente glorioso em Si mesmo antes da criação do mundo!

É impossível submeter o Todo-poderoso a quaisquer obrigações para com a criatura. Deus não ganha nada da nossa parte. Preste atenção no próximo texto bíblico. Anote-o e, depois, leia com calma: “Se fores justo, que darás a Deus, ou que receberá Deus da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça aproveitaria a um filho do homem” (Jó 35.7-8).

Nada que o homem faça pode afetar a Deus, que é bem-aventurado em Si mesmo. Nossa obediência não dá nenhum proveito a Deus.

É estranho ouvir alguém dizendo: “Deus me abençoou por que viu que eu mereço”! Deus viu o que a pessoa merece? Como assim? Eu louvo a Deus porque Ele nunca me deu o que eu merecia. Pelo contrário, Ele sempre me deu o que eu não merecia! Deus me deu vida (o que eu fiz pra merecer nascer?); Ele me deu a salvação em Cristo (o que eu fiz pra merecer ser salvo?); Ele me deu saúde (o que eu fiz pra ser saudável?).

Falando direta e claramente: Você é um pecador? Você comete pecado? Não tenho certeza do que você falou. Mas, pelo que dizem as Escrituras, e pra mim elas são a Palavra de Deus, todo homem é pecador.

Pois bem, e o que o pecador merece? Veja: “porque o salário do pecado é a morte...” (Rm. 6.23). Viu? Sabe o que todo pecador merece? A morte, o inferno! Louvo sempre ao meu Deus porque Ele não me dá o que eu mereço. Ele derrama suas bênçãos incontáveis sobre mim!

Aprenda isso sobre Deus. Ele não ganha nada cuidando de você e de mim. No entanto, Ele o faz. Se o faz, faz por amor, por bondade, por prazer!

Louve a Deus, meu amigo. Louve sempre a Deus. Porque é Ele quem enche de bênçãos nossas vidas.

Rev. Renato Arbués.

Adaptado.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Sobre a Bíblia

O nome "Bíblia" vem do grego "Biblos", e era o nome da casca de um papiro do século XI a.C.. Os primeiros a usarem a palavra "Bíblia" para designar as Escrituras Sagradas foram os discípulos de Cristo, no século II d.C.;

É o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 11 milhões de exemplares na versão integral, 12 milhões de Novos Testamentos e ainda 400 milhões de brochuras com extratos dos textos originais;

Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas.

A divisão em capítulos foi introduzida por professor universitário francês, Stephen Langton, em 1227, que viria a ser eleito bispo de Cantuária pouco tempo depois. A divisão em versículos foi introduzida em 1551, também por um francês, o impressor Robert Stephanus. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações bíblicas, e foi aceita por todos, incluindo os judeus;

A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, por exemplo, tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica.

Com exceção de alguns textos do livro de Ester e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes.

A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;

Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento (sem a inclusão dos apócrifos) estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional.

A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e iniciou-se com Dom Diniz (1279-1325).

Mais uma coisa: João Ferreira de Almeida, nome do tradutor da maioria das Bíblias em Português (confira a sua), era um português, pastor presbiteriano.

Rev. Renato Arbués.
Fontes diversas.

Catecúmeno

Catecúmeno vem do latim e significa “aquele que recebia instrução preliminar em doutrina e moral para ser admitido entre os membros de uma igreja” (Houaiss). Abaixo a simulação de uma conversa entre um pastor (professor) e um catecúmeno:

Catecúmeno: Pastor, o senhor disse que uma das marcas do protestantismo era o sacerdócio universal dos crentes. Isso significa que o crente pode, sozinho, falar com Deus, ler as Escrituras e entendê-las, correto?
Pastor: Exatamente. Todas as coisas necessárias à salvação e concernentes à fé e à vida são ensinadas na Bíblia com suficiente clareza para que o crente comum as encontre e compreenda.
Catecúmeno: Então, qual o papel dos pastores hoje em dia?
Pastor: O mesmo dos profetas e sacerdotes do AT. A função dos profetas e sacerdotes não era a de acrescentar algo à lei ou mesmo esclarecê-la; antes, aplicavam-na às pessoas que eram pecaminosamente indiferentes.
Catecúmeno: O senhor pode ser mais claro?
Pastor: Vou ler dois textos bíblicos, em Deuteronômio. O 1º diz: “Esta Lei, escreveu-a Moisés para que ouçam, e aprendam, e temam o SENHOR, vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras desta lei” (Dt. 31.12). O 2º, “Aplicai o coração a todas as palavras que, hoje, testifico entre vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir todas as palavras desta lei. Porque esta palavra não é para vós outros coisas vãs; antes, é a vossa vida” (Dt. 32.46-47).
Catecúmeno: E quais os elementos que o senhor destaca nessas passagens?
Pastor:  1º) A palavra de que Moisés falou era escrita;
              2º) O povo podia e devia ouvi-la e aprendê-la;
              3º) Nessa palavra, o povo pode encontrar vida.
Catecúmeno: Logo, podemos concluir que o povo não precisa de qualquer instituição adicional para interpretar a Palavra.
Pastor: Isso mesmo. Os sacerdotes, profetas e pastores de hoje devem agir para ajudar o povo ministerialmente, ou seja, servindo à comunidade, aplicando a Palavra à vida do povo, exortando, auxiliando. Mas a Palavra de Deus, por si só, é suficiente para a salvação.
Catecúmeno: Quer dizer, a Bíblia precisa ser lida e estudada pelo povo e para o povo.
Pastor: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Rev. Renato Arbués.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Deus que Se revela

A palavra portuguesa “revelar” vem do latim revelare, que significa “tirar o véu” ou “descobrir”. Essa é precisamente a idéia expressa pelos vocábulos hebraico e grego que são traduzidos na Bíblia por “revelar”. A Bíblia nos mostra Deus desvendando – Deus revelando-nos coisas que antes estavam ocultas para nós; Deus trazendo à luz coisas que antes estavam fora do alcance de nossa visão; Deus nos levando e capacitando a ver aquilo que, até aquele momento, não podíamos ver.

Isso quer dizer que Deus compartilha confidencialmente conosco os seus segredos. Deus nos encontra ignorantes e nos confere conhecimento. É isso que significa revelação.

Essa explicação levanta três questionamentos:
Primeiro: Qual a necessidade da revelação?
Resposta: Certas realidades vitais estão escondidas de nós, ocultas aos nossos olhos, enquanto Deus não as desvenda.

Segundo: Qual o propósito da revelação?
Resposta: Proporcionar-nos o conhecimento dessas realidades; Deus deseja compartilhá-lhas conosco.

Terceiro: Qual deve ser a nossa atitude face à revelação?
Resposta: Devemos atentar respeitosamente e receber com gratidão tudo quanto Deus nos transmite.

Quando o Senhor fala, o homem precisa estar disposto a ouvir, a aprender e a responder.

Rev. Renato Arbués.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Lidando com o sofrimento

    Cedo ou tarde, quase todos os homens deparam com o sofrimento. Existe o sofrimento causado pela dor física, variando em grau mas sempre opressivo. A dor causa sofrimento, se vai além de certo ponto. Mas há muitas outras formas de sofrimento. O medo e a ansiedade podem produzir grande sofrimento. A humilhação, a injustiça, a perda de um ente querido pela morte, o remorso, a destruição do casamento, a frustração... Um sofrimento emocional pode ser tão grave como o causado pela dor física.

O sofrimento é algo muito complexo, abrangendo a mente, as emoções e o espírito do homem. A depressão profunda é uma terrível realidade para multidões de homens e mulheres.

As Escrituras têm muito o que dizer sobre o sofrimento. Em primeiro lugar, elas são muito definidas em dizer que o sofrimento entrou na raça humana depois que entrou o pecado. Tristeza e sofrimento provêm do pecado. Todas as misérias de uma humanidade sofredora são devassadas e iluminadas pelas Escrituras.

Apesar disso tudo, não há desamparo na análise bíblica da situação humana. Ao contrário, o último assunto profetizado pelas Escrituras é uma nova criação, como novos céus e nova terra, da qual o sofrimento e a dor serão banidos para sempre.

Mesmo quando o sofrimento se nos depara na terra, há também as maravilhosas promessas de Deus, que produzem esperança e geram vida. A Bíblia é realista, porém jamais pessimista.

No vale da sombra da morte, em meio aos turbilhões e à chama, quando a doença golpeia o nosso corpo mortal e este se debilita rumo ao túmulo, através dos estragos de terremotos, enchentes e desastres, a Sua promessa permanece: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão” (Is. 43.2).

É isto que Deus se compromete a fazer. Ele nunca deixará, nem abandonará os Seus. Nessas verdades, descansa o protestante.

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O demo precisa de Deus

Vez ou outra, cientistas sociais se debruçam sobre os regimes de governo. Monarquia, Aristocracia, Democracia? Qual seria o melhor? Com melancólica resignação, a frase mais ouvida ao fim da discussão é: “A democracia não é perfeita, mas é o melhor sistema que temos”.

A palavra democracia é oriunda da língua grega, sendo a junção dos termos demos (povo, grupo) e Kratos (poder). Democracia, portanto, é o poder do povo. A formulação clássica da ciência política ensina que, na democracia, o poder é oriundo do povo, exercido pelo povo e para o povo. Isso significa que nos países democratas – como o Brasil – todos os agentes do governo estão a serviço da população. São empregados do povo. Assim, garantir segurança, moradia, emprego, comida, lazer, saúde, educação, liberdade de culto, proteção à família e todas as demais coisas de que o povo precisa, não é favor que um governante faz, mas, sim, sua obrigação. Aliás, quando um funcionário do povo não age na defesa dos interesses do povo, deve ser substituído imediatamente.

Até aqui, tudo bem. O problema começa quando um governante bem intencionado procura ouvir as demandas do povo. Provavelmente, ele ficará maluco ao saber que o povo, na verdade, não é homogêneo. O povo são muitos. E suas necessidades e desejos também. Como exemplo simples, o povo de São Paulo quer água, mas reclama por segurança, transporte público, saúde... O povo do Nordeste sofreu tanto por falta d’água que aprendeu a viver quase sem ela. E agora quer emprego, conforto, educação superior. Já o povo de Senhor do Bonfim, bem, os bonfinenses reivindicam desde um redutor de velocidade até um hospital de verdade. Enfim, a que povo um governante deve atender? Que demanda tem prioridade? O que a democracia pode fazer por pessoas tão diferentes?

Chega-se por essa via à conclusão definitiva: Não há sistema capaz de satisfazer os homens. Nem governantes. Apenas Deus é capaz de nos dar “infinitamente mais” do que precisamos. Ele nos criou e conhece nossas diferenças. O Senhor sabe quais as nossas reais necessidades, além de saber o único modo de atendê-las. Obviamente, não está se propondo uma teocracia (Teo = Deus + Kratos = poder), na verdade, o que se faz necessário é a conversão de cada indivíduo. Conversão significa mudar o rumo. O homem precisa mudar o rumo de suas decisões, de suas prioridades, de suas relações. Sem isso, essa insatisfação continuará até nos destruir.

Não precisamos de água ou de hospitais mais do que da salvação e de uma nova vida. A água não lava pecados nem os hospitais podem remover as cicatrizes deixadas em nossa vida pelo pecado. Não há poder neste mundo que dê jeito nos estragos que a natureza corrupta produz nas relações familiares, nos grupos sociais, no ambiente de trabalho, no próprio homem.

O homem fará bem a si mesmo se aprender a confiar nas palavras do apóstolo Paulo: “Porque não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê, primeiro do judeu e também do grego” *(Rm. 1.16).

Democracia só dá certo se vier acompanhada por uma boa dose do evangelho!

Rev. Renato Arbués.

domingo, 5 de julho de 2015

Coração unificado

Talvez você ainda não tenha ouvido falar sobre a necessidade de um coração unificado. Embora seja uma expressão estranha aos nossos ouvidos, a ideia que ela encerra é comum nas Escrituras Sagradas. Ter um coração unificado significa não ter a atenção dividida entre dois objetos.

Aliás, querer duas coisas diferentes parece ser próprio da natureza humana. E isso não é bom. A palavra “dilema”, de acordo com o dicioniário Houaiss significa “a necessidade de escolher entre duas saídas contraditórias e igualmente insatisfatórias”. Perfeita definição. Quando ficamos em dúvida entre dois caminhos, o que na verdade estamos assumindo é que nenhum dos dois nos satisfaz. Uma pessoa que ora está firme na igreja, ora com os dois pés no mundo, implicitamente revela que não está totalmente feliz com as opções que o mundo oferece. E por isso não se afasta do convívio eclesiástico. Por outro lado, essa mesma pessoa também está demonstrando que não está satisfeita com o caminho que a igreja lhe oferece e, por essa razão, não consegue abandonar definitivamente o mundo. Dilema!

Eis porque se faz necessário ter um “coração unificado”: Na maior parte do tempo, o homem não sabe decidir. Isso pode ser visto nas pequenas coisas do dia a dia, como não saber se usa uma roupa branca ou preta, se troca de celular ou não, se come carne ou peixe. Entretanto, nas grandes decisões a dubiedade se manifesta também. Como escreveu Calvino, “o coração do homem está cheio de tumulto, arrebatado e, por assim dizer, disperso em mil fragmentos” (Comentário ao Livro dos Salmos).

E como ter um coração unificado? O coração, à luz da psicologia bíblica, é a sede das emoções, dos desejos, dos sentimentos. Então, o primeiro passo será enchê-lo de pensamentos santos, emoções e sentimentos cristãos. Afinal, “do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt. 15.19). Portanto, se você quiser parar de oscilar entre dois caminhos, dois estilos de vida, dois deuses, coloque no seu coração apenas um tipo de pensamento. Alimente-o com as coisas “lá do alto”. Sendo redudante: Leia a Bíblia, ore, frequente a igreja, seja batizado (se ainda for) e participe sempre da Santa Ceia do Senhor.

Em segundo lugar, para ter um coração unificado, tome a decisão de querer o bem e rejeitar o mal. “Aparta-te do mal e faze o bem”, disse o salmista (Sl. 34.14). O profeta Amós, que era boiadeiro de profissão, foi mais incisivo sobre esse ponto. Ele disse aos israelitas: “Odiai o mal, e amai o bem” (Am. 5.15). A menos que você tome a decisão de odiar o mal, seu coração jamais será unificado. Como uma pessoa que sai de uma reunião de oração e, logo que chega a sua casa, liga a tv e enche a cabeça (e o coração) de pornografia, de violência, de desonestidade, pretende agradar a Deus? Como uma pessoa dessa acha que vai alcançar um coração digno do reino dos céus?

Enfim, escolha ser uma pessoa que agrada a Deus, que viva de acordo com os santos padrões bíblicos. Ore com o salmista: “Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome” (Sl. 86.11).

Tenha um coração unificado para as coisas de Deus!

Rev. Renato Arbués.