Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

SABER OU VIVER?

De acordo com o Livro do Gênesis, havia duas árvores no jardim do Éden, a do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Se elas possuíam poderes mágicos e por quanto tempo não poderiam ser experimentadas por Adão e Eva, Moisés não nos informa. Só sabemos que estavam lá e que um dia teriam sua finalidade revelada pelo Criador.

A primeira árvore se chamava árvore do conhecimento do bem e do mal; a segunda, árvore da vida. É intrigante pensar sobre o motivo que levou Satanás a oferecer a Eva uma e não outra. Por que tentar nossos primeiros pais com a árvore do conhecimento ao invés de fazer isso com a árvore da vida? O desejo de conhecer é maior do que o de viver mais? O que você prefereria? Conhecimento ou longevidade?

Bem, Eva quis a árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão também. Para os dois, conhecer aquilo que apenas Deus conhecia, saber os mistérios não revelados, desvendar o que não fora dito pelo Criador interessou-lhes mais do que viver para sempre. Assim, aceitaram a oferta do tentador e comeram. Depois de comerem do fruto proibido, “abriram-se lhe, então os olhos” (Gn. 3.7). Seu desejo foi realizado.

Eu acho que essa árvore devia se chamar apenas árvore do conhecimento do mal, pois, o bem eles já conheciam. Moravam no Éden, já haviam sido instruídos por Deus sobre o matrimônio e o cuidado com o mundo. Os animais lhe serviam. Enfim, conheciam o plano de Deus para a sua felicidade. O que lhes faltava era o conhecimento do mal.

Tão logo seus olhos foram abertos, perceberam-se nus (Gn. 3.7). Eles já estavam nus, porém, depois do conhecimento que obtiveram, sentiram vergonha e constragimento. Era o mal lhes oferecendo seus primeiros frutos. A relação homem-mulher nunca mais seria a mesma. Seria marcada pela vergonha, sensualidade, falta de respeito, depravação.

O que era natural transformou-se em imoral. A árvore fez isso? Sim. Mas não fez sozinha. A árvore potencializou o que estava embrionariamente contido na atitude curiosa e desobediente de Adão e Eva. A semente do mal brotou no coração e na mente de Eva. Para que produzisse fruto, era questão de tempo.

E assim chegamos aos dias de hoje. Diferença? Não creio, afinal, a curiosidade por descobrir os segredos continua marcando a existência humana, a preferência pelo mal ainda é maior do que pela vida eterna e o relacionamento entre homem e mulher continua marcado pela sensualidade, luxúria, pornografia. Como exemplo, pensem nas festas juninas. Primeiro, nas de antigamente. Como eram as roupas? Vestido de chita, calça comprida remendada, chapéu de palha... Agora pense nas festas juninas de nossos dias? Como são as roupas para “curtir” o São João? Roupa, que roupa? Usam roupa? O uniforme é perna de fora, barriga de fora, tudo de fora!

E tudo isso em apenas três dias. Por que a pressa? Porque ao invés de escolherem a vida eterna os homens continuam preferindo conhecer o mal. E o mal é bom (com o perdão do paradoxo), mas não dura para sempre!

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

A TUA PRÓPRIA BOCA TESTIFICA CONTRA TI

Davi estava há dois dias em Ziclague, descansando da última batalha. Ao terceiro dia, chega um homem ao arraial “com as vestes rotas e terra sobre a cabeça”. Era um amalequita que havia conseguido fugir do arraial de Israel, devastado pelos filisteus. O homem trazia uma notícia: o rei Saul e seu filho, Jônatas, estavam mortos. Ele os havia matado.

A ironia da história fica por conta do desfecho. Ele aguardava ser recompensado por Davi. Com a morte de Saul, inimigo de Davi, este, finalmente, poderia reinar sobre Israel. “Davi vai ficar tão feliz, que me presenteará com ouro, roupas finas e, quem sabe, um cargo no palácio”, deve ter pensado o amalequita. Ao invés disso, Davi chamou um de seus soldados e deu a seguinte ordem: “Vem, lança-te sobre esse homem”. O soldado feriu o mensageiro, e este morreu. Essa história pode ser lida nos seus detalhes no Segundo Livro de Samuel, capítulo 1.

O rei Davi não suportou a impertinência de um homem que havia acabado de matar o “Ungido do Senhor” e que, ainda por cima, se vangloriava de tal fato. Quem conhece a história sabe que o amalequita estava mentindo. Saul havia cometido suicídio. O futuro rei de Israel – Davi – ficou tão furioso que ordenou a morte do mentiroso. Foi então que Davi pronunciou as palavras que dão título a essa mensagem: “A tua boca testificou contra ti” (2 Sm. 1.16).

É impossível ler essa história e não meditar nas inconsequências de nossas palavras. Por razões diferentes das do amalequita, os homens têm falado coisas que testificam contra si mesmos. São promessas não cumpridas, votos desfeitos, compromissos ignorados, juras falsas, calúnias, mentiras, ofensas...

Não faz muito tempo, um senhor de meia-idade teve de ouvir de um comerciante a seguinte frase: “Você? Você se diz crente? Mentira!”. A surpresa do comerciante se deveu ao não pagamento de uma dívida e à tentativa, por parte do “crente” de adquirir mais uns produtos.

“Você se diz crente?”, como deve ser constrangedor ouvir isso!

É bom que se afirme que vida cristã não é vida perfeita. Não se está defendendo aqui a absoluta necessidade de conduta perfeita a fim de evidenciar-se cristão. Isso seria uma mistura de legalismo com farisaísmo e “impossivismo”.

Como calvinistas, afirmamos as verdades bíblicas como às da Depravação Total e Pecaminosidade Humana. Além, claro, da maravilhosa doutrina da Graça Irresistível de Deus e da Santidade dos crentes. E como calvinistas cremos tanto na Soberania de Deus quanto na Responsabilidade dos Homens. Nossa santificação vem de Deus, mas isso não elimina nossa responsabilidade de buscá-la e vivê-la na obediência aos preceitos cristãos.

O apóstolo Paulo, como bom calvinista, equilibrava essas duas verdades com uma naturalidade desconcertante para alguns: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo” (1 Co. 15.10).

Os crentes de hoje se veem numa guerra. Estamos, sim, combatendo o bom combate. Mas, quem são os nossos inimigos? Satanás, o mais forte deles; o mundo, o mais “tristemente prazeroso”; e, a carne (a natureza humana), a quem somos mais vulneráveis. Se empenharmos todas as nossas forças na luta contra um desses inimigos – Satanás, por exemplo – ficamos expostos aos outros dois. Logo, precisamos, como ensinou Jesus, “vigiar e orar, para que não entreis em tentação”.

Portanto, tomemos cuidado a fim de não sermos derrotados por nós mesmos, pela nossa própria boca. Falemos sempre a verdade, cumpramos sempre a nossa palavra, sejamos leais e honestos, esforcemo-nos para sermos achados fiéis à Palavra que professamos.

Talvez se o amalequita tivesse vivido alguns anos mais tarde, nos dias de Salomão, e tivesse ouvido e obedecido os conselhos do Sábio Rei, quem sabe, não teria tido uma morte tão ingrata: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus [...]; Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. [...] Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertência...” (Ec. 5.1-6).

Rev. Renato Arbués.

sábado, 21 de junho de 2014

PODE FOFOCAR?

Por que as pessoas se preocupam tanto com a vida dos outros? Por que tantos comentários sobre os erros e acertos do próximo? Por que tanta investigação para saber os detalhes do que se passou com um irmão ou irmã?

Essas perguntas me ocorreram devido a quantidade de vezes que fui abordado com perguntas sobre esse ou aquele irmão, o que estaria acontecendo com essa ou aquela família, por que tal irmão está tão ausente?

Como membros da mesma família, é natural que certo interesse ocorra entre nós. É até esperado. Afinal, uma de minhas responsabilidades cristãs é orar pelo meu/minha irmão/irmã e procurar ajuda-lo nas suas dificuldades. Não há outra maneira de se fazer isso sem me aproximar do outro, sem saber algo a seu respeito, sem me inteirar de sua situação. As noites de reunião de oração são excelentes para isso. Na exposição de nossos pedidos, informamos a nossos irmãos algo sobre nossa vida. Os momentos sociais da igreja também permitem certa aproximação e, claro, há as visitas sociais que podemos e devemos manter como hábito saudável entre nós.

Contudo, parece haver entre os crentes uma curiosidade maldosa pela vida alheia. Um burburinho é facilmente percebido especialmente quando alguém está em apuros: “Você tá sabendo?”, “Me disseram que...”, “Estão dizendo...”. Frases como essas, a meu ver, estão longe de demonstrar piedade e preocupação com a vida do outro e, sim, revelam a pura malícia humana, na sua verve mais mesquinha.

A Bíblia adverte diversas vezes contra a postura de quem “adora” comentar o cotidiano do próximo: “Não andarás como mexeriqueiro (fofoqueiro) entre o teu povo...” (Lv. 19.16); “o mexeriqueiro (fofoqueiro) revela o segredo; mas o fiel de espírito o mantém em oculto” (Pv. 11.13). O Espírito Santo deixou clara a sua reprovação aos comentários maldosos ou não, feitos sem o consentimento do envolvido.

Pra mim, porém, a passagem que mais me instiga a evitar tal comportamento está na Primeira carta de Paulo aos coríntios: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co. 2.2). Com tanta coisa que ainda tenho para descobrir sobre a obra de Cristo, dificilmente teria tempo para me debruçar sobre as estripulias de alguém. Aliás, a menos que alguém queira compartilhar comigo algo de suas particularidades, procuro sempre me manter a distância dos eventos que se passam longe do meu teto.

Enfim, creio que saber por que há tanto interesse na vida alheia não é tarefa simples ou realizável nesta vida. Porém, é possível que tenhamos uma atitude mais positiva em relação ao nosso próximo. Ao invés de querer saber detalhes a respeito de nosso irmão, vamos orar por ele; antes de comentarmos erros, tentemos corrigir os nossos; no lugar de divulgarmos má fama de alguém, falemos do amor de Deus por pecadores IGUAIS a nós. E, sobretudo, vamos procurar saber mais de Cristo, e este crucificado. Sem dúvida, das maravilhas, está é e será sempre a maior.

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

País sem exército

Há alguns anos, nós reunimos as famílias da nossa igreja para considerarmos um assunto premente naqueles dias. Hoje, infelizmente, percebo que o assunto continua atual. É a instabilidade emocional que provoca conflitos nos relacionamentos conjugais, familiares, sociais. As pessoas estão inseguras, confusas e, consequentemente, não confiam mais umas nas outras, ou em Deus. No livro “A universidade da Palavra”, de Dick Eastman, publicado no Brasil pela editora Vida, encontramos uma abordagem interessante sobre esse assunto. Valendo-se de uma analogia entre uma cidade sem muros e uma pessoa sem domínio próprio, o autor lança luz sobre os problemas de ordem emocional que tanto nos aflige. O texto base é Provérbios 25.28: “como cidade derrubada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio”.

Na década de 80, o Johns Hopkins Medical Journal publicou um estudo interessante sobre a relação entre o temperamento e a saúde física. Durante 3 décadas, a Drª. Caroline Thomas, cardiologista, juntamente com sua equipe, avaliou cuidadosamente as características combinadas da saúde física e mental de 1337 estudantes de medicina que cursaram a Universidade Johns Hopkins naquele período.

Os resultados foram os seguintes. Aqueles que tendiam a ser melancólicos, tensos e exigentes tinham a pior história médica. 77,3% dessas pessoas haviam sofrido alguma doença grave. Por outro lado, dos classificados como de personalidade estável e cuidadosa, apenas 25% tinham algum problema grave de saúde. Conclusão: quanto mais dificuldades a pessoa tem com seu espírito (ou atitudes) tanto mais vulnerável se torna aos ataques físicos.

Voltando para o nosso texto. Por que Salomão comparou uma pessoa sem equilíbrio, sem domínio próprio, a uma cidade que não tem muros? Nos dias do AT, os muros de uma cidade representavam sua mais importante defesa. Vejam o caso da China. Para conter os ataques bárbaros, eles tiveram que construir as maravilhosas muralhas da China. Jericó também agiu assim. Jerusalém era cercada por muros. Enfim, os muros representavam defesa. Assim como para um homem o equilibro de suas emoções, o domínio próprio é sua principal defesa contra os males espirituais e físicos.

Vejamos algumas características semelhantes entre um homem sem domínio próprio e uma cidade sem muros:

Vulnerabilidade Crescente:
Um país sem defesa é vulnerável a constantes ataques, como as antigas cidades sem muros. Sem proteção, os habitantes da cidade ficavam vulneráveis aos invasores.

O mesmo é verdadeiro em relação a uma pessoa que não domina suas emoções. Nunca se sabe quando uma simples palavra irá causar uma explosão emocional. Há pessoas que, um simples pensamento que lhe ocorre à noite pode roubar completamente o seu sono. Repito: O homem que não controla suas emoções torna-se vulnerável a qualquer inimigo, real ou imaginário.

Atitude Errada:
Quando uma cidade israelita perdia seus muros, ela podia ser invadida por edomitas, midianitas, filisteus, amonitas. Qualquer um podia se aproveitar da situação.

O mesmo ocorre com uma pessoa instável emocionalmente. Ela começa a ver os que estão à sua volta, mesmo os amigos, como potenciais adversários. Não tarda muito, ela é atacada pela paranoia, distúrbio caracterizado pela mania de perseguição. A pessoa passa a ver inimigos por todos os lados: em casa, no trabalho, na igreja, na escola...

Pessoas e atitudes são vistas sempre como suspeitas. Conviver com alguém assim, não é tarefa das mais fáceis, com certeza.

Ansiedade:
Imagine o que seria treinar um exército numa cidade sem muros. Os soldados deveriam ficar em estado de alerta as 24 horas do dia. Ninguém podia descansar. A exaustão, física e emocional, acabaria sendo pior que uma guerra de verdade.

Uma pessoa que não controla seu espírito age exatamente igual. Torna-se um ser humano inseguro. Vê maldade em tudo o que os outros fazem. Quando uma pessoa assim passa por um grupo que está sorrindo, ela deduz que estão rindo dela; Se chega num ambiente em que pessoas conversavam e interrompem a conversa, ela imagina que estavam falando dela.

A ansiedade destrói a alegria de um lar, pois quebra os vínculos fraternos e de carinho entre uma família.

Há cura para isso?

Há, no AT as cidades tinham que reconstruir seus muros. Se você sofre por não conseguir dominar o seu espírito, faça o seguinte: Reconstrua-o com a ajuda de Deus. É possível. O Rei Salomão escreveu que: “O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?” (Pv. 18.14). Ele ainda aconselhou: “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos” (Pv. 14.30).

Peça a ajuda de Deus para reconstruir sua vida. Peça a Ele que o faça forte o bastante para controlar suas emoções. Com certeza, Ele ouvirá sua oração. Confie em Deus. Sempre!

Rev. Renato Arbués.


sábado, 7 de junho de 2014

Exceder os fariseus

Mateus 5.20: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”.

Quando o Senhor Jesus pronunciou o sermão da montanha, estavam sentados em volta dele os seus discípulos, uma multidão de ouvintes que lhe seguiam e escutavam com prazer Suas palavras.

Era o começo da igreja. Ali estavam os apóstolos que um dia se sentarão em Seu reino em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Porém, um deles era “um diabo”. Ali também havia uma multidão de seguidores, embora um pouco mais tarde, muitos deles também abandonariam Jesus quando suas esperanças de prosperidade e sucesso na terra fossem frustradas.

Mas, naquele momento, todos diziam crer em Jesus. E demonstravam isso através de sua presença ali e por sua atenção dedicada à pregação da Palavra.

Isso é precisamente o que ainda hoje vemos acontecer quando nos reunimos na igreja. Essa igreja, aqui e agora, esse grupo de pessoas, são o sal da terra e a luz do mundo (Mt. 5.14-15).

Então, para esses discípulos, para essa igreja e também para nossos filhos, Jesus acaba de falar sobre a justiça que deve haver entre eles, como prova de que aqui realmente se congregam futuros cidadãos do Reino dos Céus.

Não. Jesus não está ensinando que somos salvos mediante a justiça própria. Isso nos é totalmente impossível. Cristo é o Salvador. Somente Ele. E o homem é justificado pela fé em Cristo, e não por obras da Lei. Porém quem confessa que busca sua justiça em Jesus e que a encontra nEle, segundo suas firmes promessas; quem isso professa deve confirmar isso por frutos agora; e frutos abundantes, muito mais que os que eram produzidos pelos escribas e fariseus.

Trata-se de exigências enormes para aqueles judeus que rodeavam a Jesus no monte. Não havia ninguém então mais cumpridor da Lei do que os escribas e fariseus. Mas Jesus exige de pescadores e camponeses que mostrem uma justiça mais abundante que a dos doutores da Lei, e sob a ameaça de serem rechaçados como servos inúteis, caso não conseguissem.

Num sentido literal, os escribas e os fariseus tinham justiça. Mas era uma justiça externa, da porta pra fora, como diríamos. Se o mandamento dizia: “Não matarás”, eles o tomavam ao pé da letra e não matavam. Porém Jesus também toma estritamente o ódio ao irmão, manifestado em insultos e xingamentos, como parte desse mandamento também.

Os escribas e fariseus levavam a sério o mandamento que dizia: “Não adulterarás”. Eles não adulteravam. Mas Jesus proibiu também entre Seu povo olhares maldosos, cheios de cobiça, classificando tudo isso como adultério.

Os escribas e fariseus respeitavam grandemente a proibição de divorciar-se. Porém Jesus não queria permitir nenhuma carta de repúdio mais em Sua igreja. A “dureza de coração” devia ser quebrada pela pregação da Palavra e pelo Espírito Santo.

Escribas e fariseus sabiam amar e cuidar do próximo. Porém, na Igreja de Jesus, também se exige amor aos inimigos. É, pois, de se perguntar: “As regras na igreja de Jesus são mais rigorosas do que na igreja dos escribas e fariseus?”. Absolutamente não. Aqueles a quem Jesus perdoou uma dívida de 10.000 talentos não devem torturar a seus irmãos por 100 moedas.

O fato de os fariseus exigirem até o último centavo de seus devedores, não poderia ser de outra maneira, pois eles também davam a Deus o que pertencia a Ele até o último centavo. E sabemos que, quem é severo consigo mesmo também será com os outros. Mas aquele que sabe que vive pela graça, não pode fazer outra coisa senão mostrar graça e perdão.

Por isso, nossa justiça deve ser muito maior que a dos fariseus. Isso é possível. Pois nosso Senhor Jesus Cristo nunca exige de Sua igreja o que é totalmente impossível. Seu jugo é suave e sua carga é leve.

Nossa justiça será maior quando tivermos olhos para ver e praticar as obras que são fruto do Espírito Santo. Essa justiça existe onde vivem e trabalham os verdadeiros filhos de Deus.

A justiça que agrada a Deus é proveniente do coração. Deus julga nossos atos, sim. Mas Ele também considera nossos motivos. Não é o bastante fazer o bem; é importante considerar acerca do motivo que nos leva a praticá-lo.

Pessoas podem fazer coisas boas mesmo tendo um coração sujo. Hittler era incapaz de machucar um gato de estimação; ao mesmo tempo comandou o assassinato de milhões de judeus. Saddam Houssein era extremamente generoso com os netos, mas implacável com os filhos e netos de seus oponentes.

Portanto, a justiça do crente deve superar a dos hipócritas, dos fariseus. Isso será possível quando tivermos motivos nobres, razões verdadeiras, causas corretas. É possível viver assim. É possível cumprir a vontade de Deus. É possível entrar no Reino dos Céus.

Rev. Renato Arbués.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

QUEM QUER DINHEIRO? OU CURA, OU UM AMOR...

Gostaria de compartilhar uma das coisas mais absurdas já escritas. Pior, escrita por igrejas que pretendiam convidar pessoas para assistirem a seus cultos.     Trata-se de um anúncio colocado em dois jornais que atendem à colônia brasileira da costa leste dos Estados Unidos, o Brazilian Voice e o Brazilian Times:

Desemprego, caminhos fechados, dificuldades financeiras, depressão, vontade de suicidar, solidão, casamento destruído, desunião na família, vícios (cocaína, crack, álcool, etc), doenças incuráveis (câncer, aids, etc), dores constantes (de cabeça, coluna, pernas), insônia, desejos homossexuais, perturbações espirituais (você vê vultos, ouve vozes, tem pesadelos, foi vítima de bruxaria, macumba, inveja ou olho grande), má sorte no amor, desânimo total, obesidade, etc... Nós! Sim, nós temos a solução para você! (Fonte: Revista Ultimato, janeiro de 93, p. 14).
               
Antes de ler o que a Palavra de Deus ensina sobre isso, sinceramente, me responda: Há alguém que não tenha problemas com um ou mais desses itens? Eu, por exemplo, sofro muitas dores de coluna e algumas dificuldades financeiras...

“Teologias são criadas por teólogos”, disse alguém. O óbvio ululante esconde uma crítica à diversidade de ensinamentos ministrados que, na verdade, não passariam por um crivo de autenticidade se confrontados com a Santa Palavra de Deus. Em matéria de fé, RARAMENTE o novo é melhor. No entanto, igrejas inteiras resolveram abandonar as antigas doutrinas da graça e abraçar doutrinas novas, estranhas; verdades reveladas a alguns iluminados que gozam do suposto (e duvidoso) privilégio de serem iluminados.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos gálatas, advertiu contra essa tendência: “Há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema (maldito). Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl. 1.7-9). Paulo diz que se ele mesmo ou um anjo vindo do céu ensinasse uma “verdade” diferente daquela já ensinada, deveriam ser rejeitados!

E que evangelho foi pregado por Paulo? Leiamos 2 Co. 15.3-4: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Esse é o evangelho bendito, revelado pelo Santo Espírito do Senhor. Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia. E para quê? Ora, ouçamos a resposta dada pelo próprio Filho de Deus: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contraio, eu o ressuscitarei no último dia. De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo. 6.38-40).

Hoje, as pessoas não estão mais interessadas em ouvir o antigo e sublime evangelho. Elas estão à procura de novidade, de algo que responda às suas questões mais urgentes e banais. É como diz a música: “Você tem fome de quê?”.

Os iluminados perceberam que as pessoas estão mais interessadas em doutrinas que tragam alívio imediato para suas dores e soluções para seus problemas, especialmente os financeiros. Então passaram ensinar outro evangelho que não o apresentado com simplicidade e verdade pelas Escrituras Sagradas.

Por exemplo, os filhos de Deus agora são chamados filhos do Rei, e é nessa condição que devem viver. A perspectiva de uma vida cristã com restrições, sofrimentos e tribulações por amor a Cristo não corresponde ao verdadeiro plano de Deus para Seus filhos amados, dizem. Ao contrário, Ele deseja que Seus filhos sejam em tudo bem-sucedidos, vitoriosos e triunfantes. Afinal, toda espécie de mal – incluindo as doenças e a pobreza – é fruto da ação direta de Satanás e, portanto, destinada apenas aos que se encontram sob o seu domínio, nunca aos verdadeiros crentes.

Descobriu-se que a razão para existirem muitos crentes que ainda padecem desses males é a sua ignorância quanto a seus direitos como filhos de Deus e ao poder divino disponível nas palavras daqueles que conhecem os segredos da confissão positiva. Méritos para um dos promotores dessa pregação, o norte-americano Kenneth Hagin.

Eu creio com todas as minhas forças que Deus é o Senhor do Universo e que pode todas as coisas. Eu oro para que Ele abençoe minha família e supra todas as nossas necessidades, tanto materiais quanto as espirituais. Quando alguém me pede (e mesmo sem pedir), eu oro a Deus para que, segundo a Sua santa vontade, ajude a pessoa com quem estou tratando, e creio firmemente que Ele pode atender à minha oração. Mas, daí a afirmar que Deus só demonstra o Seu amor para o Seu povo quando Ele enriquece, cura e afasta qualquer tipo de mal de suas vidas, peraí... É uma irresponsabilidade. É dizer o que a Bíblia não diz.

Prestem atenção a um trecho da história de Jacó, registrada em Gn. 31. Jacó estava falando com Labão de onde veio a sua riqueza: “Vinte anos eu estive trabalhando, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca perderam as crias, e não como os carneiros de teu rebanho. O que era despedaçado pelas feras, eu sofri o dano, da minha mão o requerias. De maneira que eu andava, de dia consumido pelo calor, de noite, pela geada; e o meu sono me fugia dos olhos” (Gn. 31.38-40). A riqueza de Jacó não veio de palavras poderosas ou de bênçãos sobrenaturais: veio do trabalho! Trabalho abençoado por Deus. Mas trabalho com muito esforço!

E quanto Ana? Uma mulher que não podia ter filhos. Ela foi à igreja e orou, pedindo um filho ao Senhor. Quando recebeu, ela orou e disse essas palavras sobre o Deus que a abençoou: “Não há santo como o SENHOR; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma como o nosso Deus. O Senhor é quem tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O SENHOR EMPOBRECE E ENRIQUECE; ABAIXA E TAMBÉM EXALTA (1 Sm. 2.2, 6-7.

O apóstolo Paulo escreveu sobre as tribulações: “que ninguém se inquiete com as tribulações. Porque vós mesmos bem sabeis que estamos destinados a isso” (1 Ts. 3.3). Isso o quê Paulo? Tribulações!

Ou seja, as lutas, as tribulações, fazem parte da vida do crente tanto quanto as vitórias e as alegrias. Deus nos dá tanto um quanto outro. E ele continua sendo Deus! O nosso Deus!

Mas, e por que aquelas igrejas fazem anúncios daquela maneira? Por que as pessoas anunciam que basta irem à igreja para terem seus problemas resolvidos, suas doenças curadas, bastando apenas um “pequeno” gesto de sacrifício, geralmente manifestado numa contribuição financeira. Sim, porque o deus pregado hoje em dia é louco por dinheiro!

Mas, para responder a pergunta e finalizar essa meditação, tenho a dizer que, igrejas anunciam solução para todos os tipos de problemas em troca de uma ofertinha, simplesmente porque elas preferem dar ouvidos às palavras do DIABO. Sim, Satanás foi bastante inteligente quando disse uma coisa pra Deus. Acompanha comigo Jó 2.4: “Então, Satanás respondeu ao SENHOR: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida”. Respondido?

 Rev. Renato Arbués.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sem tempo pra nada

Apropriação do tempo
Eclesiastes 3.9-11

Nos versos anteriores, Salomão fala sobre o tempo. “Há tempo para tudo”, diz ele, após considerar pacientemente cada uma das principais atividades humanas. Depois disso, o pregador propõe uma questão desconfortável: Qual o proveito de todas essas atividades? Por que dividimos tão bem (?) o nosso tempo para conseguirmos executar nossas tarefas, se, afinal, sequer termos certeza de que desfrutaremos do fruto de nosso trabalho?

De que adianta nascer se você eventualmente vai morrer? De que adianta plantar se haverá um tempo em que arrancar será preciso? Pra que colocar tanto empenho na árdua tarefa de ajuntar pedras a fim de construir algo se quando chega a guerra ou as intempéries naturais tudo vai se espalhar?

Homens reclamam que lavam o carro hoje e amanhã já está sujo. As mulheres se queixam da rotina doméstica: lavam e passam o tempo todo. E quando pensam que o serviço terminou... Surpresa: Há uma pilha de louças e roupas esperando por elas.

O pregador disse que observou essas coisas: “Vi o trabalho que Deus impôs aos filhos dos homens, para com ele os afligir” (3.10). O que isso quer dizer? Em primeiro lugar significa que antes de reclamar precipitadamente das coisas, precisamos considerar que essas coisas foram estabelecidas por Deus. Portanto, elas cumprem um propósito, um objetivo santo e sábio. Deus é que estabelece nossas atividades.

Você já considerou que lavar carros e pratos pode ser um serviço para o Senhor? (Difícil acreditar, não?)

Ele tem feito cada coisa “ser no seu próprio tempo” (3.11). A palavra traduzida por  "apropriado, formoso" é a palavra hebraica para "lindo, bonito". Ela é usada para descrever a beleza de Sara (Gn. 12.11, 14), Raquel (Gn. 29.17), Ester (Et. 2.7), e as filhas de Jó (Jó 42.15). Também é usada para descrever tanto homens como mulheres – José era descrito como um homem bonito (Gn. 39.6).

Então há algo a considerar. Nossas atividades cumprem um propósito divino. E esse propósito divino é belo, formoso. Um lindo projeto. Infelizmente, o pecado impossibilita que vejamos os desígnios de Deus como belos e perfeitos. O pecado nos deixou tão incapacitados para as coisas espirituais que nos faz tratar coisas importantes como lixo e o que é lixo como algo importante nas nossas vidas.

Quer exemplos? Veja como sua família trata o horário do culto doméstico. Agora compare com o horário da novela ou do jornal. Quer mais? Observe como o seu esposo cuida do carro. Ele lava (ou manda lavar), não deixa ficar sem gasolina, verifica o óleo, o extintor, manda alinhar...  Agora compare com o cuidado que ele dispensa à vida acadêmica de seus filhos. Ele lê o boletim? Vai à escola? Ensina e cobra a lição? Mais exemplos? As mulheres gastam (elas diriam “investem”) um tempo razoável “fazendo” as unhas e o cabelo. É o mesmo tempo empregado para preparar-se para uma reunião da SAFPC ou de oração?

O problema é que não conseguimos ver a história inteira da nossa vida. E porque não vemos a história inteira, não enxergamos a beleza de nossa história. Deus criou-nos com uma insatisfação para essa vida "debaixo do sol". Deus nos fez para sempre desejar conhecer a história completa. Ele também colocou a eternidade em nossos corações. Que é a boa nova. A má notícia é que, não podemos dominar essa eternidade em nós - , sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.

Você nunca terá todas as respostas em sua vida. E isto por desígnio divino. Deus estruturou assim o caminho: Ele colocou a eternidade nos corações dos homens, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.

Qual o significado de Deus ter colocado a eternidade em nosso coração? Isto significa que Deus deu-nos um senso da vida eterna - um senso que nos faz pensar e imaginar uma vida além da nossa vida curta. Isto também significa que o homem deseja a vida eterna.

Isto significa que o homem tem a vontade de compreender o programa completo de Deus. O homem tem adotado a ciência e a filosofia bem como a teologia na busca das respostas. Seria bom entendermos toda criação. Mas, o máximo que temos conseguido é priorizar a criatura ao invés do Criador.

"Nosso Pai celestial providenciou estalagens deleitáveis para nossa longa jornada, mas ele toma grande cuidado para que não confundamos tais estalagens com nossa casa” (C. S. Lewis).

Há um caminho longo para casa - uma profunda chamada do espírito humano para uma vida melhor. Este desejo que nós não conseguimos realizar é parte do plano de Deus. Falaremos dele depois.

Rev. Renato Arbués.


domingo, 1 de junho de 2014

Deus e o que eu mereço

As pessoas gostam de dizer que conhecem a Deus. Elas dizem que Deus é grande em sabedoria, maravilhoso em poder, cheio de misericórdia, amor; contudo, são poucos os que chegam a um conhecimento adequado do Ser de Deus, de Sua Natureza, de Seus atributos, como estão revelados nas Escrituras Sagradas. Os autores bíblicos sabiam bem quem era Deus. Como Moisés que escreveu: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Êx. 15.11).

Você já pensou sobre Deus? Você acha que conhece o Senhor? Se você alguma vez pensou sobre quem é Deus, você deve ter considerado que houve tempo, se é que se pode chamar “tempo”, em que Deus habitava só? Não existia o céu, não existia a terra, não existiam os anjos, nem o universo. Não havia nada, nem ninguém, senão Deus.

Durante uma eternidade passada, Deus esteve só: completo, suficiente, satisfeito em Si mesmo, de nada necessitando. Se universo, seres humanos, anjos, lhe fossem necessários, teriam sido chamados à existência desde toda a eternidade. Ao serem criados, nada acrescentaram a Deus essencialmente. A glória de Deus não pode ser aumentada nem diminuída: “Eu o Senhor não mudo...” (Ml. 3.6). Pense comigo: O que é perfeito, é completo. Como você pode pensar que Deus é perfeito se lhe falta alguma coisa? Como Deus poderia ser melhor porque nós o adoramos? Ora, se Deus puder ser melhorado, Ele não seria perfeito, concorda?

Isso significa que Deus não estava sob coação, nem obrigação, nem necessidade alguma de criar o mundo. Resolver criar o mundo foi um ato puramente soberano de Sua parte. Se você estiver pensando: “Bem, então, pastor, diga por que Deus criou o mundo, se Ele não ganhou nada com isso?”. Calma, não fique nervoso! Quem vai responder a essa pergunta não sou eu. Será o próprio Deus. Leia atentamente o que Ele mandou Paulo escrever sobre esse assunto: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade” (Ef. 1.11).

Entendeu? Deus criou por um ato de vontade. Se você quiser ouvir de maneira mais clara, eu diria: Deus criou porque quis. E pronto! Você vai dizer “Ainda não estou convencido!”. Tudo bem, então leiamos mais um texto. O salmista Davi escreveu: “Tudo o que o Senhor quis, Ele o fez, no céu e na terra, no mar e em todos os abismos” (Sl. 135.6). Prestou atenção? O que foi que Deus fez? Ele fez tudo o que quis.

Deus não ganha nada, nem sequer com a nossa adoração. Deus não precisava das glórias dadas pelos crentes. Ele já era suficientemente glorioso em Si mesmo antes da criação do mundo!

É impossível submeter o Todo-poderoso a quaisquer obrigações para com a criatura. Deus não ganha nada de nós. Preste atenção no texto bíblico que vou ler. Anote-o e, depois, leia com calma: “Se fores justo, que darás a Deus, ou que receberá Deus da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça aproveitaria a um filho do homem” (Jó 35.7-8).

Nada que o homem faça pode afetar a Deus, que é bem-aventurado em Si mesmo. Nossa obediência não dá nenhum proveito a Deus.

É estranho ouvir alguém dizendo: “Deus me abençoou por que viu que eu mereço”! Deus viu o que a pessoa merece? Como assim? Eu louvo a Deus porque Ele nunca me deu o que eu merecia. Pelo contrário, Ele sempre me deu o que eu não merecia! Deus me deu vida (o que eu fiz pra merecer nascer?); Ele me deu a salvação em Cristo (o que eu fiz pra merecer ser salvo?); Ele me deu saúde (o que eu fiz pra ser saudável?).

Vou fazer uma pergunta direta a você. Peço apenas que você me responda diretamente. Você é um pecador? Você comete pecado? Não tenho certeza do que você falou. Mas, pelo que dizem as Escrituras, e pra mim elas são a Palavra de Deus, todo homem é pecador.

Pois bem, e o que o pecador merece? Leia comigo: “Porque o salário do pecado é a morte...” (Rm. 6.23). Leu bem? Sabe o que todo pecador merece? A morte, o inferno! Louvo sempre ao meu Deus porque Ele não me dá o que eu mereço. Ele derrama suas bênçãos incontáveis sobre mim!

Aprenda isso sobre Deus. Ele não ganha nada cuidando de você e de mim. No entanto, Ele o faz. Se faz, faz por amor, por bondade, por prazer! Louve a Deus, meu amigo. Louve sempre a Deus. Porque é Ele quem enche de bênçãos nossas vidas.

Rev. Renato Arbués.