Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Agripa, o mente "aberta"

A história você conhece: Paulo fora preso sob a acusação de ensinar a “todos a serem contra o povo, contra e lei e contra este lugar (o templo); ainda mais, introduziu até gregos no templo e profanou este recinto sagrado” (At. 21.28). Antes, porém, de ser preso, Paulo apanhou bastante da multidão ensandecida, sendo salvo pela intervenção do comandante dos soldados romanos. O comandante ordenou ainda aos soldados que “Paulo fosse recolhido à fortaleza e que, sob açoite, fosse interrogado para saber por que motivo assim clamavam contra ele.” (At. 22.24). Enquanto era amarrado, Paulo questionou se era lícito tratar daquela forma a um cidadão romano. Não era. E Paulo foi levado até o governador Félix.

Agripa II, rei da Galiléia, acompanhado de sua irmã Berenice, visitava o governador Festo. Este convidou os dois visitantes ilustres a assistirem ao julgamento de Paulo. Lê-se em At. 26.1: “A seguir, Agripa, dirigindo-se a Paulo, disse: É permitido que uses da palavra em tua defesa. Então, Paulo, estendendo a mão, passou a defender-se nesses termos:”. Cumpria-se, assim, a palavra de Deus, dita a Ananias, na conversão de Paulo: “Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel.” (At. 9.15).

Ao final do discurso, o apóstolo se dirige ao rei Agripa e o questiona: “Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas?” (At. 26.27). Agripa era um homem letrado, conhecedor tanto da Lei dos judeus quanto da nova religião. Era de família nobre e, portanto, versado nas várias áreas do conhecimento da época. Portanto, muito provavelmente, nada do que Paulo falara, com exceção da experiência pessoal de conversão do apóstolo, era novidade para o rei, que respondeu assim ao questionamento: “Então, Agripa se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão.” (At. 26.28).

Pobre Agripa.

Mas, excetuando as razões soberanas de Deus, talvez a maior dificuldade para que Agripa aceitasse a pregação de Paulo fosse sua posição. Como intelectual, era difícil a ele aceitar aquelas “superstições e crendices” de judeus. Antes, Festo, o governador, havia dito que Paulo estava delirando. Como um homem culto poderia abraçar uma religião de pescadores? Como aceitar que um carpinteiro pudesse ser alguém importante? Sua mente não lhe permitiu render-se àquela proposta de vida. Uma mente sábia deve continuar sempre aberta às possibilidades, sem, contudo, comprometer-se com nenhuma. Esse tem sido o lema dos sábios e entendidos deste mundo. Agripa era um deles.

Entretanto, o que poucos têm conseguido enxergar é a diferença entre uma mente aberta e uma mente vazia. Continuar recusando aceitar uma verdade demonstrada com fatos históricos, evidências arqueológicas, testemunhos de pessoas e nações, não é ter uma mente aberta. É ter uma mente vazia. Para continuar sendo educado, o intelectual de hoje afirma que respeita muito a Jesus, que Ele foi um grande mestre, um grande professor (há quem o veja até como o maior psicólogo que já existiu), um profeta, um sábio, qualquer coisa muito importante, menos Deus. Novamente, a sabedoria desse mundo se mostra falha, pois, como observou C. S. Lewis, se Cristo não é Deus, não poderia ter sido um profeta exemplar ou um grande professor de moralidade, pois ele afirmava ser Deus. Se não era quem dizia ser, então ele era um mentiroso ou um lunático, e dificilmente um grande mestre de moral ou profeta.

Mas, o pessoal de mente aberta não liga para essas contradições. Eles continuam, como Agripa, por pouco quase gostando do evangelho; por pouco quase aceitando a Bíblia; por pouco sendo simpáticos à igreja.

Você já sabe aonde essa mente aberta vai dar!

Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Livre para quê?

Você ainda deve se lembrar da definição de livre-arbítrio. Em todo caso, vou repeti-la, a fim de deixar o argumento desta pastoral bem evidente: Livre-arbítrio é a capacidade de todo pecador de escolher igualmente entre a salvação e a perdição, entre crer e descrer de Cristo. Por favor, não confunda livre-arbítrio com escolha, vontade ou liberdade. Afinal, você tem toda a liberdade de fazer suas escolhas de acordo com sua natureza. Quando você escolhe vestir uma blusa vermelha está agindo de acordo com sua natureza. Da mesma maneira, quando escolhemos entre uma refeição salgada ou doce, assistirmos ou praticarmos esportes, vermos uma novela ou lermos um livro, estamos agindo de acordo com nossa natureza. A questão que resta é entender um pouco sobre a nossa natureza. Para isso, creio que não há  ninguém melhor do que Aquele que a criou para nos ajudar. O Senhor Deus diz sobre a nossa natureza: “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo o desígnio do seu coração” (Gn. 6.5); “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” (Rm. 3.10-12). Que bela natureza nós temos, não?

Avançando mais um ponto, devo ressaltar que livre-arbítrio também não é o mesmo que liberdade. Claro que o homem é livre! E ser livre é poder agir de acordo com sua natureza, caso contrário, não há liberdade. Pense comigo, se você faz algo de que não gosta, não está agindo livremente, mas coagido. Quando um preguiçoso, lutando contra sua natureza, decide fazer exercícios, ele está sendo impulsionado pelo desejo de emagrecer, de melhorar sua capacidade aeróbica, de combater os efeitos da obesidade. Em qualquer dos casos, ele não age livremente, mas forçado pela necessidade de trocar o sedentarismo por uma rotina saudável. Ora, quanto à saúde espiritual, o homem age da mesma forma: Mesmo sabendo o que deve fazer para ser espiritualmente saudável, a menos que uma força maior o obrigue a fazê-lo, jamais conseguirá: “O meu povo está louco, já não me conhece; são filhos néscios e não inteligentes; são sábios para o mal e não sabem fazer o bem” (Jr. 4.22), disse o SENHOR.

E quem fez isso com o homem? Quem dotou o homem com uma natureza tão bruta, irracional e maldita, a ponto de desejar o mal ao bem? De quem é a culpa por sermos assim?

De Deus? Não. Porque “eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele (o homem) se meteu em muitas astúcias.” (Ec. 7.29). Ao criar o homem, Deus o fez perfeito, à Sua imagem e semelhança. Portanto, essa limitação na natureza humana não veio de Deus. Então, vem de quem?

Do próprio homem! Quando decidiu pelo pecado, o homem traiu a si mesmo e não apenas a Deus. O homem trocou a sua pureza, sua perfeição, sua dignidade, pelo pecado (Gn. 3). E continua fazendo isso. A mensagem é pregada, o evangelho é oferecido a todos os homens, “contudo, não quereis vir a mim para terdes vida”, diz Jesus (Jo. 5.40). O livre-arbítrio tornou o homem escravo de si mesmo, de seus desejos maus, de sua natureza corrupta, de seu coração cheio de malícia: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental e reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.” (Rm. 1.28-31).

Que beleza de livre-arbítrio, hein?

Rev. Renato Arbués.