Rev. Paulo Brocco

Pregação no culto de encerramento do Presbitério Piratininga.

Batismo da irmã Raimunda Goveia"

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"!

Fachada da IPC de Bonfim

Rua A Quadra A, nº 48, Casas Populares - Senhor do Bonfim - BA

Igreja em festa: Confraternização

IPC de Senhor do Bonfim em festa.

sábado, 28 de maio de 2011

NOSSO CONFORTO!


Romanos 14.8: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.

O apóstolo Paulo está escrevendo suas últimas recomendações aos cristãos romanos. Ele estava preocupado com a tendência que os seres humanos têm de se separarem por qualquer motivo. Não era diferente na Igreja. Alguns cristãos simplesmente deixavam de relacionar-se com outros apenas por questões sobre o comer carne ou beber vinho ou guardar este ou aquele dia da semana.

O argumento de Paulo passa por frases marcantes como a do verso 7: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si”. Quer dizer, somos parte de algo maior; somos parte de uma família, da família de Deus. E tudo que fazemos deve levar em conta essa relação harmoniosa e fraternal com os demais filhos de Deus.

De fato, a realidade que importa é a de que todos os crentes não pertencem a si mesmos, nem uns aos outros primeiramente: eles pertencem a Deus. Eles são do Senhor, quer estejam vivendo quer estejam morrendo!

Essas palavras de Paulo foram dadas para confortar e consolar os filhos de Deus que seriam perseguidos e teriam, dentro em breve, de enfrentar torturas e condenações. Essas palavras foram tão poderosas que, ao longo da história, elas amenizaram a dor e o sofrimento de diversos cristãos à beira da morte.

Tal consolo, infelizmente, não é desfrutado pelos sábios e poderosos, pelos proeminentes e eruditos. Não, essas palavras são para os que fazem parte da família de Deus.

A escritora Rachel de Queiroz escreveu: “Morrer, só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro, ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha”. Coitada. Dá pra sentir a tristeza e a decepção dessa senhora quando escreveu essas palavras. Para que você, meu caro amigo, perceba a diferença de atitude ante a morte, vou citar um trecho de um discurso de Benjamin Franklin: “O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera”.

Há um antigo e conhecido Catecismo da Igreja Protestante, o Catecismo de Heidelberg, que afirma: “O meu único conforto é que - corpo e alma, na vida e na morte – não pertenço a mim mesmo, mas ao meu fiel Salvador, Jesus Cristo, que, ao preço do seu próprio sangue pagou totalmente por todos os meus pecados e me libertou completamente do domínio do pecado...”.

Na próxima semana, comemoraremos 490 anos da Reforma Protestante. Dentre as várias realizações daqueles grandes homens que eu poderia considerar, escolhi compartilhar com você, meu amigo, um pouco da confiança que eles tinham, confiança que lhes permitiu enfrentar reis, príncipes, exércitos. Simplesmente, porque sabiam que vivendo ou morrendo, eram do Senhor.

Martinho Lutero, diante da dieta de Worms, foi pressionado a negar sua fé e acatar a antiga tradição que ele professava. Sua resposta, dada diante do imperador, de autoridades da Igreja, de soldados e de uma grande platéia, foi: “A não ser que os senhores me provem pela Escritura e pela razão que eu estou errado, não poderei e não me disporei a voltar atrás. Minha consciência está sujeita à Palavra de Deus. Ir contra a consciência não é direito nem seguro. Aqui fico. E que Deus me ajude. Amém”. Na noite anterior, Lutero não conseguira dormir, de tanta apreensão. Mas, naquele momento, foi tomado pela paz, pela certeza de vivo ou morto, ele era do Senhor.

Um outro reformador, inglês, Thomas Cranmer, o arcebispo de Henrique em Cantuária, foi preso pela rainha Maria, a Sanguinária. Foi condenado à fogueira com mais 330 protestantes ingleses. Foi colocado na prisão e torturado durante meses, até que concordou em escrever um documento no qual renunciava à fé. Os perseguidores prometeram que iriam soltá-lo. Mentira. Quando ele soube que seria morto, pediu papel e caneta e escreveu outro documento pedindo desculpas aos cristãos. Quando foi levado à fogueira, estendeu a mão direita na direção das chamas e gritou: “Posto que a minha mão ofendeu, escrevendo contrário ao meu coração, minha mão será punida primeiro por isso; pois seja eu levado ao fogo, será queimada primeiro”.

Você dirá: belos casos de heroísmo. Eu direi: Não foi apenas o heroísmo, mas a confiança em Deus que sustentou todos esses homens e continua sustentando o povo de Deus hoje.

Eu sei que muitos crentes deixaram de pensar em coisas como o céu ou o inferno. Eles estão interessados na vitória contra o desemprego, contra as crises, contra a solidão. Eles não estão dispostos mais a sofrer por Cristo, quanto mais a morrer por Ele. Que pena! O amor a Deus foi substituído pelo amor às coisas de Deus.

Mas, você que está lendo essas palavras, atente para as palavras de Paulo. Espero que Deus não precise que você enfrente nenhuma dessas situações, nem que precise ficar doente como Jó e perder todos os bens. Mas, se você, meu amigo, estiver enfrentado uma doença, se você estiver triste por algum problema, talvez maior do que suas forças, se você estiver chorando, sentindo-se pressionado pelas circunstâncias da sua vida, console-se nas palavras de Deus, ditas por meio do apóstolo Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”.

Deus nos protege tão bem que, contra a vontade do Pai celestial, não perderemos sequer um fio de cabelo, porque tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.

Conheçamos a verdade, e a verdade nos libertará da ignorância, da tristeza, do medo. Amém!
Rev. Renato Arbués.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CRISTÃO MESMO

Uma das sensações mais desagradáveis é a de ser enganado. Já aconteceu com você? Comprar um produto esperando uma coisa e descobrir que ele não faz nada do que lhe foi prometido? Casar-se com uma pessoa e conviver com outra? Enfim, é frustrante a sensação de ter comprado gato por lebre. Você conhece a expressão “dourar a pílula”? Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. Assim a expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.

Quantas vezes as pessoas melhoram a aparência de um produto para que pareçam melhor do que de fato é! Mas o ruim mesmo é quando as pessoas cometem o pior tipo de engano: enganar a si mesmas.

Não é diferente no cristianismo. É comum homens e mulheres pensaram de si que são crentes quando, na verdade, não o são. Há alguns testes que podem nortear a reflexão do crente sincero a esse respeito. Vejamos alguns deles:

1. Que lugar o seu cristianismo ocupa em seu coração?
Embora o ateísmo esteja ganhando novos adeptos, é fato que a maioria das pessoas crêem na existência de Deus. No entanto, não basta crer na verdade ou professá-la; não é suficiente que algumas vezes essa verdade produza emoções fortes no íntimo. Porque, o que importa é o que essa verdade produz no seu coração!

O verdadeiro cristianismo governa o coração, controla os sentimentos, orienta a vontade, direciona os gostos, as escolhas e as decisões. Essa mudança é tão evidente que o cristão dirá juntamente com Paulo: “logo, já sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2.20)!

Como é o seu coração? Do que ele gosta? Quem governa o seu coração: você ou Deus?

2. Como você encara o pecado?
Salomão escreveu em Pv. 14.9 que “apenas os loucos zombam do pecado”. Essa tem sido uma atitude comum em nossos dias. Fala-se de erro, de temperamento forte, de direito de escolha quando, na verdade, deveria se falar de pecado.

O homossexualismo tornou-se opção sexual; o egoísmo virou capricho; a vaidade é chamada de moda; a desobediência tornou-se natureza difícil e por aí vai. Os homens criam homem menos desagradáveis para o pecado.

A verdade é que o pecado é algo infeliz coloca os pecadores debaixo da ira de Deus e culpados, perdidos e sujeitos à condenação ao inferno. O pecado é a causa de toda a infelicidade do mundo, pois ele arruinou a boa criação de Deus. O profeta Isaías disse que: “os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus” (Is. 59.2).

Como você encara o pecado? Quando você assiste uma novela em que o adultério, a mentira, o engano são incentivados você se sente mal ou indiferente? Você evita agir como um egoísta ou arrogante? Você evita a mentira?

3. Como você se sente em relação aos meios de graça?
Deus deixou-nos instrumentos para nosso crescimento espiritual. A maioria dos homens, porém, os ignora irresponsavelmente. Algumas pessoas ficam em casa no Dia do Senhor, quando deveriam estar na companhia dos outros filhos de Deus orando, adorando, servindo e ouvindo a Palavra. Não são poucos os homens que passam dias e dias sem se aproximarem da Bíblia e não se importam em ficar distantes da Santa Ceia do Senhor.

Pra você, essas coisas são importantes? Você ora em casa e faz a leitura da Bíblia? Você procura a comunhão dos filhos de Deus na Igreja? Você tem prazer no serviço de Deus? Você se agrada de ouvir a Palavra que pode transformar a vida do pecador?

Não se trata de ser uma pessoa boa, moralmente irrepreensível, honesta. Pílulas douradas por vezes escondem remédios amargos. Você pode parecer bem e bom para os padrões dos outros homens, mas você é realmente um cristão?

Cuidado. É ruim a sensação de ser enganado. Mas é eternamente pior enganar-se a si mesmo!

Rev. Renato Arbués.


Adaptado do livro “Fé Genuína”, de J. C. Ryle, editora Fiel.