Caro irmão, antes de tudo, é importante que você se
lembre de que, ao nascer de novo, você se tornou um membro do corpo de Cristo.
Isso significa mais do que ser parte de uma igreja; significa que você é um com
o Filho de Deus, devendo amá-lo sobre todas as coisas. E o amor a Jesus,
segundo Ele, se manifesta na obediência aos Seus mandamentos: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu
vos mando” (Jo. 15.14). Uma
palavra que resume o princípio exposto até aqui é coerência. O dicionário
Houaiss define coerência como “ligação, nexo ou
harmonia entre dois fatos ou duas ideias”. Fato 1: Cristo está em você. Fato 2:
Você está em Cristo. Que haja nexo entre esses dois fatos. Portanto, “quer
comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer (como votar), fazei tudo para a glória de Deus” (claro, grifos meus)
(1 Co. 10.31).
Com o propósito apenas de ajudar, peço que
você considere atentamente as orientações abaixo:
1. Não ignore o partido ao qual seu candidato
está filiado. A maioria de nós diz votar em “pessoas” e não em “partidos”, mas
essa não é uma atitude muito sábia. O político deve obediência ao estatudo do seu
partido, assim, ele não poderá agir livremente, de acordo com sua convicção, se
sua ideologia pessoal contradisser à do partido.
2. No nível de introdução à Filosofia Política,
aprende-se que partidos de direita são liberais na economia (pouca intervenção
do Estado e maior poder à iniciativa privada) e conservadores nos costumes (defesa
da família, da propriedade privada), enquanto partidos de esquerda são
conservadores na economia (maior intervenção do Estado) e liberais nos costumes
(casamento entre pessoas do mesmo sexo, liberação da maconha). Há, ainda, os de
centro-direita (PSDB) e centro-esquerda (PT). Ser de “centro” quer dizer ser “moderado”,
ou seja, PSDB e PT são, sim, de direita e de esquerda, só que moderadamente,
entende? Pesquise nos sites de cada um, procurando ler, especialmente, o Estatuto.
3. Não ignore a vida pregressa do candidato.
Nessa eleição, há candidatos que respondem a mais de 5 processos na justiça. “Dos 92
congressistas que vão disputar as eleições de outubro, 36 (ou seja, 40% deles)
são alvos de investigação na mais alta corte do país, onde tramitam as
acusações criminais envolvendo congressistas e outras autoridades federais.” (fonte: congresso em foco). Pesquise no site:
www.congressoemfoco.uol.com.br e você encontrará os nomes de todos eles.
4.
Não ignore as propostas do seu candidato. Veja o que ele diz sobre família,
educação, religião, saúde, segurança. Certifique-se de que o que ele promete é
factível (capaz de ser realizado por ele ou por iniciativa dele) ou não se
trata de um palavreado flácido para acalentar bovino (conversa mole pra boi
dormir).
5.
Não se venda, pois Cristo derramou o Seu precioso sangue por você. Quando
alguém pensa no dinheiro que pode auferir, nas vantagens pessoais ou para sua
família ao vender-se para um político, fatalmente, acaba na mesma condição de
Judas, que, por 30 moedas de prata (aproximadamente R$ 50.000,00), “traiu a
geração dos filhos de Deus”.
6. Lembre-se da humildade que deve caracterizar os filhos de Deus. Você não
é a pessoa mais inteligente do mundo por votar em A ou em B, nem seu irmão deve
ser visto por você como “burro ou alienado” por discordar da sua opinião. “Acima
de tudo isso, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl. 3.14).
7. Desconfie de sorrisos, tapinhas nas costas, bajulações em geral. Não faz
muito tempo, andando pelo centro de Senhor do Bonfim, fui abordado por um
senhor com um sorriso fácil, batendo em meus ombros e dizendo para o amigo que
o acompanhava, em referência a mim: “Aqui,
este é o meu pastor!”. Em 18 anos que estou aqui, esse rapaz nunca pisou os
pés na igreja. Duvido até que ele saiba qual o nome da minha igreja ou onde ela
fica. Mas, como cabo eleitoral, ele representou bem o seu papel. Cuidado, “fugi
da aparência do mal”, aconselhou Paulo (1
Ts. 5.22).
Finalmente, busque em Deus a orientação necessária para votar em um bom
candidato e leia, pesquise, converse com irmãos mais esclarecidos na arte
política. Acredite, ele (o bom candidato) existe e é ministro de Deus para o
nosso bem (Rm. 13).
Rev. Renato Arbués.