domingo, 1 de setembro de 2013

Medalha ou Coroa?









Na última quarta-feira, a judoca Rafaela Silva ganhou o primeiro ouro de uma mulher brasileira em mundiais de Judô. Aos 21 anos, oriunda da Cidade de Deus, no  Rio de Janeiro, ela venceu uma atleta americana com menos de um minuto de luta. Ouro!

Negra, moradora de uma favela, conheceu o judô num projeto social promovido pelo ex-campeão Flávio Canto. Essa história já teria tudo para servir de inspiração. Não obstante, há mais um detalhe a ser observado. No início da carreira, Rafaela ouviu de um professor que deveria procurar outra coisa para fazer, pois, segundo ele, o judô não seria pra ela.

Que comentário maldoso e desagradável! Não tenho dúvida de que muitas pessoas deixaram carreiras de sucesso por terem ouvido coisas assim. Quem sabe você, leitor, não seja uma dessas pessoas. Hoje, você poderia ser campeão de judô também, ou bailarina, ou médico(a), engenheiro(a), aviador. Infelizmente, porém, disseram que você não podia. E você não pôde.

Ao criar o homem, Deus o fez à Sua imagem e semelhança. Mesmo após o pecado, a Bíblia ainda insiste que o homem é portador da semelhança divina (Gn. 9.6). Isso significa que o potencial humano é incrível. Ganhar uma  medalha de  judô, tornar-se um bom profissional, conquistar fama e poder... Tudo isso é pouco, perto do que o homem pode conseguir. E o que o homem pode conseguir?

Ouçamos Paulo: “Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp. 3.13-14).

Você viu qual o alvo do ser humano? A soberana vocação em Cristo Jesus. É pouco?

O problema é que, ao longo da jornada, uma infinidade de pessoas e situações insistem em dizer que o céu não é pra você. Esqueça-o, procure outra coisa em que ocupar a sua mente e o seu tempo. E, tristemente, alguns de nós acabam dando ouvidos a esses comentários.

Pensamos no céu como um lugar reservado para seres perfeitos, inatingíveis pelas tentações comuns que nos cercam diariamente, santos sem asas. Não é verdade. Se o céu fosse para esse tipo de gente, não haveria necessidade de Cristo morrer na cruz por ninguém. Um céu assim seria meritório e não fruto da graça e do amor divino. Antes, o céu é para pessoas sem prestígio, de acordo com os padrões humanos. O céu, portanto, é para pecadores, como eu e você.

Novamente, ouçamos Paulo: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5.8).

Assim, ficamos entre dois extremos: Há os que dizem que o céu não existe ou, se existe, não é para gente como nós, e outros que afirmam, juntamente com a Bíblia, que o céu é uma dádiva de Deus para os piores pecadores, dentre os quais, nós! Pergunto: A quem você dará ouvidos?


Parabéns a Rafaela que ignorou o comentário depreciativo de um professor. Contudo, com perdão da sinceridade, a medalha reservada a nós é infinitamente superior à medalha de ouro conquistada por ela: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda” (2 Tm. 4.8).

Rev. Renato Arbués.

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