A rebeldia sempre foi associada ao
espírito jovem. Se havia um “espaço” para que a atitude constestadora se
manifestasse, sem dúvida nenhuma, esse seria a juventude. Não por acaso, o rock, rebelde por nascimento, tem nos
jovens o seu maior público.
Acontece que, com o tempo, as
reivindicações dos jovens rebeldes começaram a ser atendidas. Queriam sexo,
inventaram a pílula anticoncepcional, o preservativo (masculino e feminino), a
pílula do dia seguinte; queriam drogas, receberam o LSD, a cocaína, a maconha,
o crack, tudo, com o perdão do trocadilho, a preço de farinha; queriam rock, deram-lhes o punk rock, estilo que exige basicamente 3 acordes e vocalistas
desafinados, porém, com atitude (cabelos extravagantes, jaquetas de couro e
calça jeans rasgadas). E agora,
querem o quê?
Roger Moreira, músico dos anos 80,
captou essa sensação de “satisfação”. Os jovens tinham tudo o que queriam. A
música “Rebelde sem causa”, do Ultraje a Rigor, traz a seguinte letra
(trechos): “Meus dois pais me tratam
muito bem [...]. Meus dois pais me dão muito carinho [...]. Minha mãe até me
deu essa guitarra, ela acha bom que o filho caia na farra. E o meu carro, foi
meu pai quem me deu [...]. Meus pais não querem que eu fique legal. Meus pais
não querem que eu seja um cara normal. Não vai dar, assim não vai dar. Como é
que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar. Não vai dar, assim não vai
dar. Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar”. Jovem sem rebeldia, de
acordo com a música, não amadurece. Pronto, os jovens não tinham mais uma razão
para viver.
Hoje, porém, aqueles jovens dos
anos 80 cresceram. São pais. O dilema agora é outro. Eles continuam frustrados
porque sentem que estão diante do mesmo vazio que o perseguiram durante a
juventude. É o mesmo sentimento. Queriam uma família, conseguiram uma. E agora
não se realizam mais com o cônjuge. Os filhos cresceram e dão mais preocupação
que alegria. E se perguntam intimamente: Valeu a pena ter me casado? Vale
a pena continuar casado?
E o vazio continua.
Não acham mais graça em nada do que
fazem. Igreja, trabalho, estudo. Nada realiza, nada satisfaz, nada responde às
inquietações de fim de noite. O que fazer? Por que fazer alguma coisa? Entra
dia e sai dia, sempre a mesma coisa. Desistir? Alguns deixam tudo pra trás e
recomeçam, de forma egoísta, a vida com outra pessoa; outros preferem a saída
mais curta e vexatória, o suicídio.
Na verdade, a única pergunta que
realmente importa não está sendo feita. Ou seja, você está disposto a fazer o
necessário para vencer essa crise? Honestamente, é difícil acreditar que a
resposta tenha sido um “sim”. Porque o necessário é simples e claro. E o que é
necessário? O próprio Senhor Jesus Cristo responde: “Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo. 5.40).
A rebeldia é o melhor caminho para
chegar ao desespero e à frustração. Jesus é o único caminho para superar essas
enfermidades espirituais.
O que você quer?
Rev. Renato Arbués.
1 comentários:
Parabéns pastor pela reflexão!!!
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