sábado, 31 de agosto de 2013

SUICÍDIO. O QUE FAZER?



Tempos atrás, um rapaz de 22 anos cometeu suicídio. Mais um na estatística sinistra de casos de suicídios em nossa região. Desde que cheguei a Senhor do Bonfim, impressionou-me a quantidade de pessoas que atentaram contra a própria vida em nossa cidade e em alguns outros municípios, como Campo Formoso, Jaguarari, Filadélfia e Ponto Novo.

Não somos uma região rica. Não há indústrias nessas cidades. As pessoas dependem do comércio, das prefeituras, de bicos e, claro, dos programas assistenciais. Contudo, nosso padrão de vida é bem melhor do que outras microrregiões nordestinas. Logo, é duvidoso atribuir à situação econômica a causa de tantas tragédias.

Há poucas opções de lazer em nossa região. Os jovens, em especial, reclamam bastante disso. Não há rios, cachoeiras, não há teatros ou cinemas. Há um ou outro clube, nos quais se pode jogar futebol, nadar e distrair-se um pouco. Mas, eu e você conhecemos lugares em que as opções de lazer são ainda mais escassas e, de novo, não apresentam tantos suicídios como em nossa região.

O senso comum indica que o índice de divórcios é bem alto por aqui. Famílias são desfeitas com a mesma facilidade com que são formadas. No entanto, desde que o mundo é mundo, há divórcios; e, a bem da verdade, outros lugares apresentam taxas de separação ainda maiores que as nossas e nem por isso as pessoas se matam tanto.

Afinal, qual a grande causa de tantos suicídios entre nós? Solidão, desemprego, abandono, fracasso? Será que um desses itens pode causar tanto desespero a ponto de alguém atentar contra sua própria existência? Será que todos juntos podem causar a desesperadora decisão de acabar com uma vida?

Honestamente, creio que sim e que não. Sim, a solidão pode levar alguém à morte. O desemprego também. Uma discussão áspera entre dois amigos fez com que um deles entrasse num estado de abatimento tão grande que, dois dias depois, enforcou-se. Antes, porém, escreveu um bilhete para o amigo no qual afirmava não perdoá-lo pelas palavras duras que tivera de ouvir de alguém tão querido.

Quando o espírito está fragilizado, qualquer desassossego pode levar alguém ao suicídio. Não é bom, portanto, ignorar a tristeza contínua em alguém que conhecemos. Salomão advertiu: “O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos” (Pv.  17.22). Se alguém que você conhece vive triste, acabrunhado, pelos cantos, não custa nada conversar, ouvi-lo, falar de Cristo, passear, enfim, fazer algo para alegrá-lo.

Contudo, solidão, desemprego, fracasso, nada disso pode levar uma pessoa ao suicídio, desde que ela esteja firme no Senhor. A comunhão com Deus faz-nos fortes, alegres, saudáveis emocionalmente. E não custa nada. Orar todos os dias, ler a Bíblia, frequentar a igreja, fazer o bem, perdoar. Aos que fazem isso, jamais faltará o socorro do bom Deus. Como disse Davi: “O SENHOR sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados” (Sl. 145.14).

O suicídio é um mal em nossa região. É preciso fazer alguma coisa para ajudar as pessoas que estão tentadas a cometer tal ato. Para isso, é preciso, antes, cuidar da própria saúde espiritual. Cuide de si mesmo e procure livrar “os que estão sendo levados para morte e salvar os que cambaleiam indo para serem mortos” (Pv. 24.11).

Faça isso. Antes que outro jovem faça uma família sofrer!

Rev. Renato Arbués.

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