O maior bem de um homem, sem dúvida nenhuma, é Deus. Aliás, Deus é o maior
bem de todas as Suas criaturas, como afirmou Bavinck, pois Deus não apenas
criou todas as coisas, mas também as sustenta, sendo Ele a fonte de todo o ser
e de toda a vida.
Porém, de que adianta a uma pessoa possuir um recurso e não usá-lo? Pior
ainda, de que adianta possuir alguma coisa e sequer saber que a possui? Essa é
a condição em que se encontra o homem não regenerado. Conforme alertou Paulo, “o deus deste século cegou o entendimento
dos incrédulos para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo” (2 Co. 4.4). A ideia de “cegar”, porém, não pode nos levar a
entender que o homem tenha perdido totalmente qualquer resquício de Deus. O
homem é a criatura que, inicialmente, foi criada à imagem e semelhança de Deus,
e essa origem divina e essa marca divina nenhum erro pode destruir.
É bem verdade que por causa do pecado, os atributos do conhecimento,
justiça e santidade que estavam contidos na imagem de Deus ficaram bastante
prejudicados. Entretanto, ainda estão presentes, em “quantidades” suficientes
não somente para tornar o homem culpado, mas também para dar testemunho de sua
primeira grandeza e lembrá-lo continuamente de seu chamado divino e de seu
destino celestial.
A esse respeito, bem disse Santo Agostinho que o coração do homem foi
criado por Deus e que por isso ele não pode encontrar descanso a não ser no
coração de Deus. Por isso, todos os homens estão procurando por Deus, mas eles
não o procuram da forma certa nem no lugar certo. Eles procuram aqui embaixo,
mas Ele está lá em cima. Eles O procuram na terra, mas Ele está no céu. Eles O
procuram no dinheiro, na propriedade, na fama, no poder, no sexo; e Ele está no
alto e santo lugar, e também com o contrito e o abatido de espírito (Is.
57.15).
Eles, os homens, procuram por Deus e ao mesmo tempo fogem dele. Eles não se
interessam em conhecer os Seus caminhos, e não podem fazê-lo sem Ele. Eles se
sentem atraídos a Deus e ao mesmo tempo repelidos por Ele. Nisso, como observou
Pascal, consiste a grandeza e a miséria humana. O homem anseia pela verdade e é
falso por natureza. Ele anseia por descanso e se lança de uma diversão para
outra. Ele suspira por uma felicidade permanente e eterna e se agarra a
prazeres momentâneos. Ele procura por Deus e se perde na criatura.
Felizmente, eu já tenho – e posso declarar – Deus como o meu maior bem. E
você?
Rev. Renato Arbués.
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