terça-feira, 17 de maio de 2016

Meu maior bem!

O maior bem de um homem, sem dúvida nenhuma, é Deus. Aliás, Deus é o maior bem de todas as Suas criaturas, como afirmou Bavinck, pois Deus não apenas criou todas as coisas, mas também as sustenta, sendo Ele a fonte de todo o ser e de toda a vida.
Porém, de que adianta a uma pessoa possuir um recurso e não usá-lo? Pior ainda, de que adianta possuir alguma coisa e sequer saber que a possui? Essa é a condição em que se encontra o homem não regenerado. Conforme alertou Paulo, “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2 Co. 4.4). A ideia de “cegar”, porém, não pode nos levar a entender que o homem tenha perdido totalmente qualquer resquício de Deus. O homem é a criatura que, inicialmente, foi criada à imagem e semelhança de Deus, e essa origem divina e essa marca divina nenhum erro pode destruir.
É bem verdade que por causa do pecado, os atributos do conhecimento, justiça e santidade que estavam contidos na imagem de Deus ficaram bastante prejudicados. Entretanto, ainda estão presentes, em “quantidades” suficientes não somente para tornar o homem culpado, mas também para dar testemunho de sua primeira grandeza e lembrá-lo continuamente de seu chamado divino e de seu destino celestial.
A esse respeito, bem disse Santo Agostinho que o coração do homem foi criado por Deus e que por isso ele não pode encontrar descanso a não ser no coração de Deus. Por isso, todos os homens estão procurando por Deus, mas eles não o procuram da forma certa nem no lugar certo. Eles procuram aqui embaixo, mas Ele está lá em cima. Eles O procuram na terra, mas Ele está no céu. Eles O procuram no dinheiro, na propriedade, na fama, no poder, no sexo; e Ele está no alto e santo lugar, e também com o contrito e o abatido de espírito (Is. 57.15).
Eles, os homens, procuram por Deus e ao mesmo tempo fogem dele. Eles não se interessam em conhecer os Seus caminhos, e não podem fazê-lo sem Ele. Eles se sentem atraídos a Deus e ao mesmo tempo repelidos por Ele. Nisso, como observou Pascal, consiste a grandeza e a miséria humana. O homem anseia pela verdade e é falso por natureza. Ele anseia por descanso e se lança de uma diversão para outra. Ele suspira por uma felicidade permanente e eterna e se agarra a prazeres momentâneos. Ele procura por Deus e se perde na criatura.
Felizmente, eu já tenho – e posso declarar – Deus como o meu maior bem. E você?

Rev. Renato Arbués.

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