segunda-feira, 16 de maio de 2016

E a política, hein?

João Calvino, certamente, não inventou a fé reformada, entretanto, é inegável a sua importância para o desenvolvimento do pensamento teológico protestante e, em especial, do credo presbiteriano. Nas suas Institutas da Religião Cristã, Calvino afirma (Livro II, cap. II) que “uma vez que o homem é um animal por natureza social, consequentemente propende por instinto natural a promover e conservar esta sociedade, e por isso observamos que existem na mente de todos os homens impressões universais  de uma ordem civil. Daqui resulta que não se  ache ninguém  que não  compreenda ser  conveniente que todas e quaisquer comunidades humanas sejam reguladas por leis.”
É, portanto, um ato gracioso de Deus o de nos dar uma consciência formada de tal maneira que precisemos uns dos outros e que, juntos, formemos a sociedade na qual nossos filhos serão criados e nossa vida desenvolvida. Sendo assim, qual deve a postura cristã diante do atual quadro político de nosso país?
Em primeiro lugar, devemos lembrar que quem governa nossa existência é o Senhor Deus. Somos súditos do Reino de Deus em uma dimensão tal que alguns de nós, infelizmente, ainda não compreendem as implicações disso. Em todo caso, isso significa que precisamos orar todos os dias para que Deus abençoe nosso povo, nossos políticos. Não creio que seja necessário dizer a Deus o que fazer. Ore para que Deus conduza o coração de nossos líderes (Pv. 21.1) e Ele saberá o que fazer.
Em segundo lugar, precisamos entender que as pessoas são diferentes e isso implica, entre outras coisas, que elas pensam diferentemente de nós sobre muitas coisas. Uns gostam de praia, outros de fazenda; uns amam ler, outros preferem assistir a um filme. Então, é natural que uns elejam um partido, enquanto outros votem em outro partido. E ponto. Respeitemos isso e vivamos em paz (Cl. 3.14).
E, por fim, mas não por último, apesar de tanta corrupção, tanta chantagem, tanta mentira, é melhor viver num país democrático do que num lugar em que não possamos emitir opiniões, professar uma fé ou escolher entre partidos diferentes.
Como ensinou Calvino, vamos nos esforçar para manter a ordem civil, a começar pela manutenção de nossa amizade.

Rev. Renato Arbués.

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