domingo, 24 de novembro de 2013

Por onde você anda?

A pergunta do título foi feita pelo Senhor Criador. Um dia, ao passear pelo jardim do Éden, já à tardinha, Deus sentiu a ausência de Adão. Este não estava à espera do Senhor como sempre fazia. O local combinado, no qual sempre se encontravam, estava vazio. O que teria acontecido?

Ora, o resto (e o início) da história, você conhece bem. Adão e Eva desobedeceram ao Senhor. A desobediência trouxe um sentimento de culpa tão grande que eles fugiram da presença de Deus. Ou, pelo menos, tentaram.
É curioso constatar que tanto tempo depois, os filhos de Adão e Eva continuam mantendo o mesmo comportamento. Hereditariedade? Imitação? Qual será a razão para que as pessoas continuem a tentar fugir de Deus? Por que a Santa presença do Criador ainda incomoda tanto?

Uma boa razão é dada pelo profeta Isaías. Ele viveu há cerca de 700 anos antes de Cristo. Eram dias difíceis, em que a nação de Israel se rebelara contra o Senhor. Então, Isaías é chamado para “sacudir” aquele povo. Num dos momentos mais dramáticos de seu ministério, o profeta faz uma declaração avassaladora: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59.1-2).


Que coisa, não? Se essas palavras fossem escritas num gigantesco outdoor, sem menção alguma sobre o autor e os destinatários, elas poderiam fazer referência a qualquer período da história humana, desde Adão até o fim dos tempos.


O ex(?)-papa Bento XVI, em visita a um antigo campo de concentração de judeus, perguntou: “Deus, onde estavas e por que permitiste que tudo isso acontecesse?” O papa fez um pergunta retórica, claro. Ele já sabia a resposta. Eu e você também sabemos. Deus estava (e está) onde sempre esteve: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (Salmo 115.3).


Mas, o que aconteceu naqueles dias? Aconteceu a mesma coisa que acontece sempre que desobedecemos a “santa e perfeita” vontade de Deus: o homem fugiu da presença do Criador. Fugiu, por quê? Vergonha, remorso, culpa, tristeza, covardia... Sabe-se lá o que passa na cabeça de alguém em rebelião contra Deus!
No entanto, a fuga tem uma finalidade, um objetivo. Adão pensou que, se escondendo, evitaria a indignação divina. Não é o mesmo pensamento que passa na sua cabeça quando o pecado está à porta? Tentar esconder ou negar a culpa é uma atitude muito corriqueira.



O rei Davi também fez uma pergunta retórica. No Salmo 139 ele quer saber: “Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde fugirei da Tua face?” (Salmo 139.7). Davi estava orando. Que bela oração, não é mesmo? Não adianta fugir de Deus. É impossível. Ele está onde sempre esteve. O rei Salomão também afirmou: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Provérbios 15.3).
Você deve estar se perguntando: “Ora, se Deus sabe tudo, por que perguntou onde estava Adão?” Boa pergunta. E, no íntimo, você também sabe como respondê-la. Deus fez uma pergunta retórica. Ele sabia a resposta, mas queria ouvi-la de seu filho.


A história continua a se repetir. Você, por vezes, pode até pensar que, fugindo da presença de Deus, conseguirá viver bem com sua consciência. Não viverá! Santo Agostinho dizia a respeito dos homens: “Fomos criados por Deus e nossa alma só encontrará repouso nEle”.


Não fuja de Deus. Busque-o, aproxime-se dEle e Ele Se achegará a você. Creia nisso porque é uma promessa do Criador. Leia em sua Bíblia, na Carta de Tiago, no capítulo 4, verso 8.
E pare se tentar se esconder de Deus.

Rev. Renato Arbués.

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