Os defensores do vernáculo que me perdoem, mas eu gosto tanto da fala
coloquial que me permiti usar uma frase muito comum para dar título a essa
reflexão: “E você, é quem?”. A construção parece esquisita, mas simplesmente
quer dizer “Quem é você? O que você faz? Como vive?”.
A Bíblia registra os feitos de grandes líderes do passado. No decorrer das narrativas, podemos saber com certo grau de precisão quem era cada um deles, como era sua personalidade, seus hábitos, seus medos – tudo a partir do modo como realizaram as missões confiadas a eles por Deus. Quero que você passe em revista comigo por alguns personagens do livro dos Juízes e, ao final, tente identificar com qual deles você se parece mais e responda a pergunta do título: “E você, é quem?”.
O primeiro é Baraque. Pouca gente já ouviu falar dele. Sua história está documentada no livro dos Juízes, capítulos 4-5. Os filhos de Israel estavam sendo oprimidos por Jabim, rei de Canaã. Baraque havia sido escolhido por Deus para livrar Israel. Mas não foi. Aí entra em cena a profetisa Débora. Ela manda chamar Baraque e lhe dá um “puxão de orelha”: “Porventura, o SENHOR, Deus de Israel, não de ordem, dizendo:vai, e leva consigo 10.000 homens... e livra a Israel? (Jz. 4.6-7, adaptado). Baraque estava acomodado.
Baraque, então, revela mais um pouco da sua personalidade, sim, porque já vimos que ele era desobediente a Deus. Ele diz: “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei” (Jz. 4.8). Em outras palavras, ele disse: “Sozinho? Nem morto!”. Para Baraque, a ordem de Deus, a garantia divina, vista na palavra profética (e o darei nas tuas mãos), não eram suficientes. Ele precisava da companhia de alguém. Seus temores só seriam desfeitos se tivesse Débora ao seu lado.
É impressionante a semelhança entre Baraque e uma multidão de homens e mulheres cristãos. Eles têm à disposição as grandes promessas de Deus e a certeza de que não estarão sozinhos. Porém, preferem a comodidade e o conforto de seus lares a enfrentarem críticas e oposição. Preferem serem vistos sem serem notados à ter de desagradarem a este ou aquele rebelde. Enfim, se contentam com as frutas caídas no chão porque têm medo dos espinhos na árvore.
São essas pessoas que devem ouvir a profetisa Débora. “Porventura, Deus não lhe confiou uma missão? Então, por que não a realiza? Como você pode ficar aí parado, tendo uma seara imensa pela frente? Por que não colocou a mão no arado ainda”. Na verdade, Baraque sabia que não estaria sozinho. Deus o acompanharia. No entanto, para uma pessoa insegura é mais fácil confiar em carros e cavalos do que no Deus que criou essas coisas!
Meu amigo, não se preocupe com críticas, oposição, desânimo ou qualquer coisa que o valha. Não se contente com uma zona de conforto, na qual você não tem “dor de cabeça” nenhuma. Fazer a obra de Deus exige tempo e dedicação total. Porém, a recompensa é certa. Haverá o dia do descanso eterno, mas até que ele chegue, trabalhemos, pois!
Rev. Renato Arbués.
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