sábado, 29 de setembro de 2012

O QUE QUEREM OS CRENTES?


             Afinal, o que querem os crentes? A pergunta é “plagiada”. Quando Freud investigou, por assim dizer, as condições de vida e o que exigiam as mulheres, ele questionou: “Afinal, o que querem as mulheres”. Seu questionamento era cheio de ironia e reprimenda. Nossa indagação, frise-se, não é feita com ironia. Talvez com um tom de advertência.

                Voltemos à questão. Se somos crentes, é porque fomos chamados por Deus, regenerados por Seu Santo Espírito, justificados sob a base da justiça de Cristo (bênção apropriada por meio da fé) e, também por meio da obra do Espírito Santo, vivemos em santidade, rumo à perfeição, conforme nos orienta o apóstolo Paulo (Fp. 3).

                Podemos simplificar a resposta. Somos crentes porque Deus quis. É assim que o apóstolo João entendia o fato de alguém servir a Deus. Para João, “nós o (a Deus) amamos, porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo. 4.19).

                Entre a complexidade da primeira resposta e a objetividade da segunda, é possível escolher uma terceira, que abranja as duas e acrescente algo mais. É a resposta que já conhecemos e aceitamos. Também a subscrevemos, se somos cristãos presbiterianos. É a resposta que o Catecismo Maior de Westminster oferece:

Pergunta 1: Qual é o fim principal do homem?
Resposta: O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

                Você percebeu que a pergunta se refere ao fim (objetivo, finalidade) do homem, independentemente de ele (o homem) aceitar a existência e o senhorio de Deus, ou não. Todo homem precisa ter, como objetivo de vida, render glórias a Deus e desfrutar (gozar) dEle para sempre. Se isso é exigido até mesmo do homem que não conhece a Deus, o que devem fazer os que são feitos “filhos de Deus, a saber, os que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo. 1.12-13)?

                Glorificar a Deus, eis o que os crentes devem querer. Mas, o que é e como conseguir glorificar a Deus?

                O verbo “glorificar”, aparece 13 vezes no hebraico bíblico. Ele é derivado do substantivo “glória”. A palavra descreve “beleza” no sentido de realçar a aparência característica da pessoa. Portanto, glorificar a Deus é ressaltar, num mundo imundo, a dignidade do Senhor nosso Deus.

                Para isso, precisamos saber quais as características da pessoa a quem vamos glorificar. Quem é o nosso Deus?

                A primeira afirmação bíblica acerca de Deus é a de que “no princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn. 1.1). E, quando a obra criadora é finalizada, o texto sagrado afirma o seguinte: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn. 1.31). Descobrimos, então, que nosso Deus além de poderoso, é caprichoso. Quando Ele decidiu fazer algo, Ele fez muito bem feito.

                E será dessa forma que o filho de Deus irá glorificar o Seu Nome. O cristão deve mostrar ao mundo, e a si mesmo, que há algo a ser feito, e que precisa ser muito bem feito para a glória de Deus. Salomão compreendeu isso. Ele escreveu: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças...” (Ec. 9.10).

                Meu irmão, cada uma das pessoas amadas por Deus, recebe dEle uma comissão, uma obra, um serviço, um ministério. Chame como quiser. E para a execução desse serviço, Deus também outorga os talentos, as habilidades necessárias. Paulo ensina: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens” (Ef. 4.7-8).

                Por essa razão, há dois tipos de pessoas que não têm lugar no Reino de Deus: os inúteis (os que não fazem nada) e os incompetentes (os que fazem mal feito). Os primeiros (os inúteis) são transformados pelo Espírito Santo e passam a produzir frutos vistosos, maravilhosos e profícuos. Quando aos últimos (os incompetentes), o mesmo Deus os aperfeiçoa, de maneira que são capazes das maiores realizações na força do Santo Espírito.

                Eu não sei pra que tipo de missão você foi chamado. Eu sei que, se você é crente, algum tipo de vocação, e as habilidades para desenvolvê-la, você, meu irmão, possui. Não permita que as ocupações com este mundo impeçam você de glorificar o nome de Deus. Você é crente para isso!

                A Bíblia também diz que Deus “não é homem para mentir” (Nm. 23.19). Logo, todo o que pretende glorificar a Deus, realçando Suas características, deve ouvir o ensino de Paulo: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef. 4.25).

Enfim, se o que os crentes querem é glorificar a Deus, devem fazer isso vivendo de maneira que agradem ao Senhor, manifestando em suas vidas a beleza do Pai das Luzes, a fim de calarmos o nosso adversário.

Reflita bem, cristão. Afinal, como filho de Deus, o que você quer?

Rev. Renato Arbués.



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