Cena 1: O operário acorda às 6h30. Atrasado, não consegue tomar o
café da manhã. Sai correndo na direção do ponto de ônibus. Demora 1h até chegar
ao edifício que ajuda a construir. Como está trabalhando no regime de “turnão”,
pega direto das 8h às 14h, sem pausa para o almoço. Do trabalho, vai ao banco,
pagar umas contas. Muita gente, fila longa, demora, atraso. Ônibus lotado,
congestionamento, chuva. Tudo o que ele quer é chegar logo a sua casa, tomar um
banho e, enfim, jantar. Está faminto. Finalmente, às 19h, consegue tomar um
longo banho, trocar-se e sentar-se à frente da TV para acompanhar as notícias
do dia. 20h. A esposa anuncia o jantar. O homem se levanta rapidamente, puxa
uma cadeira, segura os talheres, faz uma rápida oração e olha com fúria para a
comida, como quem vai devorá-la em menos de 15 segundos. 30 minutos depois, a
esposa volta e, surpresa, vê o prato intacto: O marido nem tocou na comida. O
que aconteceu? Nada, de tão cansado, ele dormiu.
Cena 2: Era o grande amor da vida dele. Desde criança, era
apaixonada por ela. A menina mais linda da rua se tornou a mais linda da escola
e, depois, a mais linda do mundo. Seu grande amor. Finalmente, depois de anos,
ele conseguiu marcar um encontro. No dia combinado, um sábado, ao voltar do
trabalho por volta das 14h, almoçou em um segundo. Tirou o carro da garagem,
separou todo o material que precisaria: Flanela, shampoo para carro,
“pretinho”, querosene, aspirador de pó, pasta para encerar, jornal. Levou quase
três horas para deixar a máquina no ponto. Hora de tomar banho. 40 minutos
depois, a escolha da roupa. Nessa tarefa, ele demorou infinitos 30 minutos.
Entre vestir, se olhar no espelho, trocar a camisa ou a calça, ajeitar o cabelo
e decidir-se pelo perfume, lá se foi mais uma hora. O relógio já marcava 19h45.
O encontro se daria às 20h30. A ideia era um jantar romântico, depois um cinema
e, se tudo desse certo, o pedido de namoro. 22h, a mãe entra no quarto e vê o
filho esparramado na cama. O que aconteceu? Nada, de tão cansado, ele dormiu.
Rev. Renato Arbués.
0 comentários:
Postar um comentário