2.
Não vem do conformismo
Creio que seja necessário
termos métodos de trabalho, programas pré-estabelecidos. O que não podemos é
priorizar o método em detrimento do conteúdo. A forma não é mais importante que
a essência.
Entretanto, enquanto uma
parte considerável da igreja é pragmática, há outra parte que tem se voltado
para o outro extremo: o conformismo! Por conformismo, estamos nos referindo
aquele comportamento ocioso, de quem acha que não há muito a fazer para cumprir
a vontade de Deus.
Santo Agostinho disse uma vez: “Sem
Deus, nada faremos; mas sem nós, Deus nada fará”. Ele não estava se
referindo ao poder de Deus, mas ao Seu método de trabalho. Igrejas ociosas, que
se escondem atrás de uma capa de “piedade”, de falsa espiritualidade, não
poderão esperar crescimento, pois uma coisa morta não pode crescer.
A igreja primitiva
começou firmada na doutrina dos apóstolos, como percebemos claramente no v. 42. Uma dessas doutrinas era
justamente a “Predestinação”, conforme os vv.
38-39. Pedro sabia que os que receberiam o evangelho seriam os “chamados”
de Deus, tanto que usa o verbo “convocar” ou “intimar”. A igreja, mesmo no seu
início, não abriu mão da integridade doutrinária. E, mesmo assim, jamais foi
ociosa.
Mas, por que falar isso?
O motivo é simples: igrejas que são contra o pragmatismo, quase sempre, são
conformistas. Elas têm uma boa doutrina, um bom sistema de governo, mas pouco ativismo. São orgulhosas, vaidosas,
arrogantes, porém, labutam em erro tanto quanto as pragmáticas. Se queremos ver
o crescimento de nossas igrejas, precisamos ser ativistas, praticantes da
verdade.
Lucas, no v. 47, diz que aquela igreja louvava a
Deus. E como? A estrutura da frase sugere que para Lucas, eles louvavam a Deus
praticando as obras do v. 46. Quais eram essas obras? Numa palavra?
Testemunho. Testemunhavam sobre o que acontece na vida daqueles que são salvos
por Deus.
Os apóstolos jamais
perdiam uma oportunidade para pregar. No capítulo 4.23-24, somos informados de que a igreja orava unanimemente. Os
dispersos evangelizavam: 8.4. Paulo
vai a Galácia (13-14); enfim, temos uma igreja dinâmica.
Todo o dinamismo dessa
igreja estava na pregação e na vida
cristã piedosa. Não estavam preocupados em promover programas para atrair
jovens; não estavam preocupados com “noites
de louvor” para conquistar membros; não conheciam campanhas da corrente da
prosperidade, da noite da libertação... Tudo o que essa igreja fazia pelo seu
crescimento era cumprir a ordem do Seu chefe máximo: At. 1.8.
Mais tarde, Paulo
confirmaria que este é o único modo estabelecido e, portanto, legítimo, por
Deus para a salvação: 1 Co. 1.21.
PREGAÇÃO é a palavra grega kerigma. Ela
enfatiza tanto a mensagem quanto o método através do qual Deus escolheu salvar
as pessoas, a proclamação do evangelho. Os que desejam colocar a dramatização,
a música e outros meios mais sutis no lugar da pregação devem se lembrar disso:
Deus escolheu a pregação para salvar o homem.
LOUCURA - O termo grego é moria, de
onde, segundo o Dr. MacArthur, o idioma inglês tira a sua palavra moronic (imbecil). O instrumento que
Deus utiliza para realizar a salvação é, literalmente, imbecil aos olhos da
sabedoria humana.
Como vivia a igreja
primitiva? Vivia, conforme At. 4.42-46 – perseverando na doutrina, perseverando
na comunhão, perseverando na oração, tinham uma vida espiritual ativa, intensa.
E qual o resultado? O Senhor operava o crescimento da igreja.
Assim,
Crescimento é uma obra de
Deus, sem dúvida. É uma obra que Deus realiza entre aqueles que lutam por ela.
E a única forma legítima de lutar por crescimento é trabalhar por ele:
perseverar na doutrina, perseverar na comunhão/oração e jamais deixar de lado a
pregação fiel da Palavra de Deus.
De acordo com o v. 47,
apesar de contar com a simpatia do povo não era esse o interesse principal da
igreja e, sim, a obediência a Deus. A igreja não existe para agradar as
pessoas; existe para agradar a Deus, em primeiro lugar.
Rev. Renato Arbués.
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