terça-feira, 12 de junho de 2012

Crer ou não crer?


Há alguns dias, conversava com uma professora a respeito de religião. Ela me questionou: “Pastor Renato, o senhor acredita em tudo o que está na Bíblia?” Respondi que sim. Ela insistiu: “Em tudo mesmo?” Então, brinquei: “Professora, ou tudo ou nada!”

Lembrei dessa história ontem, enquanto assistia a um debate sobre por que 58% dos jovens cristãos abandonam a fé quando entram numa universidade. Um dos entrevistados apontou algo curioso: existem vários jovens crentes na universidade que têm vergonha de declararem sua fé. Por quê?

Porque seria assumir a crença em doutrinas antigas e ultrapassadas que não podem ser corroboradas pela ciência. Pois é. Mas, será a ciência tão corroboradora assim da verdade? Sei não, tenho minhas dúvidas.

Contudo, não dúvido das palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo. 14.6). Sendo assim, como cristão, não temo a verdade, pelo contrário, eu a desejo cada vez mais. Não importa como ela venha. Pode ser pela história, pela biologia, pela química, pela geografia. Ela pode vir até pela boca de um mentiroso. Talvez eu tenha dificuldade para aceitá-la como verdade vinda de um mentiroso, mas, se for verdade, o meio não interessa muito. Ela será sempre bem-vinda.

Outro professor, meu amigo, me disse que a religião é cheia de argumentos circulares, por isso, não tem apelo às mentes mais esclarecidas. Pedi um exemplo. Ele disse que um dia perguntou a um presbiteriano quem seria salvo. A resposta: “Os eleitos.” Quem são os eleitos?, ele quis saber. “Ora, os que serão salvos”, foi a resposta. Taí, argumento circular. Na ciência, isso não acontece.

Pergunta: “Quais são os organismos que sobrevivem?”. Resposta: “Os mais aptos.” É? E quais são os mais aptos? “Ora, os que sobrevivem”. Ué, na ciência pode, mas na religião, não?

Outro dia, um professor da área das ciências disse que nutria muita simpatia pelas religiões orientais. Se alguma religião pode ser verdadeira, deve ser uma delas. Afinal, elas se preocupam muito com o próximo, com a evolução pessoal e coisas afins.

Ainda bem pra ele, e pra o seu emprego, que a cosmovisão cristã possibilitou a investigação do mundo criado por Deus. Se dependesse da visão panteísta das religiões orientais, o professor de ciências estaria desempregado. Aliás, haveria ciência? (Como estudariam um mundo que, para eles, é o próprio Deus?).

Enfim, não tenho vergonha do evangelho. Pois, como disse Paulo: “Ele é o poder de Deus”. E isso me basta.

Pense nisso.

Rev. Renato Arbués.


0 comentários: