Há alguns dias, conversava com uma professora a respeito de
religião. Ela me questionou: “Pastor
Renato, o senhor acredita em tudo o que está na Bíblia?” Respondi que sim.
Ela insistiu: “Em tudo mesmo?” Então,
brinquei: “Professora, ou tudo ou nada!”
Lembrei dessa história ontem, enquanto assistia a um debate
sobre por que 58% dos jovens cristãos abandonam a fé quando entram numa
universidade. Um dos entrevistados apontou algo curioso: existem vários jovens
crentes na universidade que têm vergonha de declararem sua fé. Por quê?
Porque seria assumir a crença em doutrinas antigas e
ultrapassadas que não podem ser corroboradas pela ciência. Pois é. Mas, será a
ciência tão corroboradora assim da verdade? Sei não, tenho minhas dúvidas.
Contudo, não dúvido das palavras de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo.
14.6). Sendo assim, como cristão, não temo a verdade, pelo contrário, eu a
desejo cada vez mais. Não importa como ela venha. Pode ser pela história, pela
biologia, pela química, pela geografia. Ela pode vir até pela boca de um
mentiroso. Talvez eu tenha dificuldade para aceitá-la como verdade vinda de um
mentiroso, mas, se for verdade, o meio não interessa muito. Ela será sempre
bem-vinda.
Outro professor, meu amigo, me disse que a religião é cheia
de argumentos circulares, por isso, não tem apelo às mentes mais esclarecidas.
Pedi um exemplo. Ele disse que um dia perguntou a um presbiteriano quem seria
salvo. A resposta: “Os eleitos.” Quem
são os eleitos?, ele quis saber. “Ora, os
que serão salvos”, foi a resposta. Taí, argumento circular. Na ciência,
isso não acontece.
Pergunta: “Quais são os
organismos que sobrevivem?”. Resposta: “Os
mais aptos.” É? E quais são os mais aptos? “Ora, os que sobrevivem”. Ué, na ciência pode, mas na religião,
não?
Outro dia, um professor da área das ciências disse que nutria
muita simpatia pelas religiões orientais. Se alguma religião pode ser
verdadeira, deve ser uma delas. Afinal, elas se preocupam muito com o próximo,
com a evolução pessoal e coisas afins.
Ainda bem pra ele, e pra o seu emprego, que a cosmovisão
cristã possibilitou a investigação do mundo criado por Deus. Se dependesse da
visão panteísta das religiões orientais, o professor de ciências estaria
desempregado. Aliás, haveria ciência? (Como estudariam um mundo que, para eles,
é o próprio Deus?).
Enfim, não tenho vergonha do evangelho. Pois, como disse
Paulo: “Ele é o poder de Deus”. E
isso me basta.
Pense nisso.
Rev. Renato Arbués.
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