As pessoas estão cansadas. Estão cansadas do casamento, da escola, do
trabalho, da vida. Por estarem cansadas, as pessoas têm procurado fugir de tudo
isso que, antes, parecia dar sentido à vida. Não querem mais se casar, fogem da
escola, evitam procurar emprego e, tristemente, atentam contra a própria vida.
Um discurso muito repetido é que as instituições estão falidas. Família,
escola, trabalho, já não atendem mais às expectativas do homem moderno. Como o
homem moderno há muito perdeu a paciência para reedificar muros caídos, acabou
por escolher a via mais rápida, a da destruição. Explico-me. Restaurar um
casamento demanda muito tempo e uma volumosa carga de energia emocional. Quem
tem tempo pra isso? A opção mais prática, sem dúvida, é o divórcio. Tal
raciocínio estende-se para todas as demais instituições.
Mas, e quanto à igreja? Por que as pessoas estão cansadas de irem à igreja?
Será que a Casa de Deus também se tornou uma instituição falida e, por isso,
descartável? Creio que não.
Porque na igreja, eu posso ouvir a Palavra de Deus sendo pregada. É claro
que os pregadores não são perfeitos, nem na sua vida, nem na sua pregação.
Porém, foram separados por Deus e reconhecidos pela igreja como porta-vozes do
Senhor. Como pregadores não exercem seu ofício em bancos ou clubes, mas, sim,
nas diversas igrejas espalhadas pela face da terra, é para uma delas que me
dirijo sistematicamente a fim de ouvir as maravilhosas verdades de Deus para
minha vida.
Na igreja, minha família é recebida por outras famílias. Meus filhos são
tratados como filhos pelos meus irmãos em Cristo. E eu posso fazer o mesmo com
os filhos deles. Na igreja, encontro homens que enfrentam lutas iguais ou
diferentes das minhas, mas que buscam no mesmo Deus os recursos para serem
vencedores. É para a igreja que o Senhor envia aqueles que Ele ama. E, claro, é
pra lá que eu vou.
Mas na igreja há pessoas difíceis também. Há irmãos que torcem por times
bem melhores que o meu. E eles riem de mim sempre que meu clube do coração
perde (o que costuma acontecer com frequência). Mas, também, a bem da verdade,
há irmãos que torcem por times piores que o meu, aí, óbvio, sou eu quem dá risada
quando eles perdem. No entanto, podemos fazer isso sem o receio de que tal
atitude vá provocar uma briga ou uma ruptura nas nossas relações. De forma
nenhuma. O mesmo se dá na política. Cada um tem seu preferido e, lógico, alguém
sempre vai perder. Mas há algo maior que nos une, o amor, que é o vínculo da perfeição. Nada – nem time, nem política – pode
nos separar do amor de Deus e do amor fraternal.
Eu ando bem cansado fisicamente, mas disposto a ter mais cinquenta anos com
minha família, na minha escola, no meu trabalho. E, por crer na vida eterna,
anseio pela eternidade na companhia dos meus irmãos em Cristo, com os quais
convivo semanalmente na minha igreja.
Que Deus me conceda essa alegria!
Rev. Renato Arbués.
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