De acordo com o Livro do Gênesis, havia duas árvores no jardim do Éden, a
do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Se elas possuíam poderes
mágicos e por quanto tempo não poderiam ser experimentadas por Adão e Eva,
Moisés não nos informa. Só sabemos que estavam lá e que um dia teriam sua
finalidade revelada pelo Criador.
A primeira árvore se chamava árvore do conhecimento do bem e do mal; a
segunda, árvore da vida. É intrigante pensar sobre o motivo que levou Satanás a
oferecer a Eva uma e não outra. Por que tentar nossos primeiros pais com a
árvore do conhecimento ao invés de fazer isso com a árvore da vida? O desejo de
conhecer é maior do que o de viver mais? O que você preferiria? Conhecimento ou
longevidade?
Bem, Eva quis a árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão também. Para
os dois, conhecer aquilo que apenas Deus conhecia, saber os mistérios não
revelados, desvendar o que não fora dito pelo Criador interessou-lhes mais do
que viver para sempre. Assim, aceitaram a oferta do tentador e comeram. Depois
de comerem do fruto proibido, “abriram-se lhe, então os olhos” (Gn. 3.7). Seu desejo foi realizado.
Eu acho que essa árvore devia se chamar apenas árvore do conhecimento do
mal, pois, o bem eles já conheciam. Moravam no Éden, já haviam sido instruídos
por Deus sobre o matrimônio e o cuidado com o mundo. Os animais lhe serviam.
Enfim, conheciam o plano de Deus para a sua felicidade. O que lhes faltava era
o conhecimento do mal.
Tão logo seus olhos foram abertos, perceberam-se nus (Gn. 3.7). Eles já
estavam nus, porém, depois do conhecimento que obtiveram, sentiram vergonha e
constrangimento. Era o mal lhes oferecendo seus primeiros frutos. A relação
homem-mulher nunca mais seria a mesma. Seria marcada pela vergonha,
sensualidade, falta de respeito, depravação.
O que era natural transformou-se em imoral. A árvore fez isso? Sim. Mas não
fez sozinha. A árvore potencializou o que estava embrionariamente contido na
atitude curiosa e desobediente de Adão e Eva. A semente do mal brotou no
coração e na mente de Eva. Para que produzisse fruto, era questão de tempo.
E assim chegamos aos
dias de hoje. Diferença? Não creio, afinal, a curiosidade por descobrir os
segredos continua marcando a existência humana, a preferência pelo mal ainda é
maior do que pela vida eterna e o relacionamento entre homem e mulher continua
marcado pela sensualidade, luxúria, pornografia.
E por quê? Porque ao invés de escolherem a vida eterna os homens continuam preferindo conhecer
o mal. E o mal é bom (com o perdão do paradoxo), mas não dura para sempre!
Rev. Renato Arbués.
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