quarta-feira, 8 de outubro de 2014

NO ÉDEN E HOJE

De acordo com o Livro do Gênesis, havia duas árvores no jardim do Éden, a do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Se elas possuíam poderes mágicos e por quanto tempo não poderiam ser experimentadas por Adão e Eva, Moisés não nos informa. Só sabemos que estavam lá e que um dia teriam sua finalidade revelada pelo Criador.

A primeira árvore se chamava árvore do conhecimento do bem e do mal; a segunda, árvore da vida. É intrigante pensar sobre o motivo que levou Satanás a oferecer a Eva uma e não outra. Por que tentar nossos primeiros pais com a árvore do conhecimento ao invés de fazer isso com a árvore da vida? O desejo de conhecer é maior do que o de viver mais? O que você preferiria? Conhecimento ou longevidade?

Bem, Eva quis a árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão também. Para os dois, conhecer aquilo que apenas Deus conhecia, saber os mistérios não revelados, desvendar o que não fora dito pelo Criador interessou-lhes mais do que viver para sempre. Assim, aceitaram a oferta do tentador e comeram. Depois de comerem do fruto proibido, “abriram-se lhe, então os olhos” (Gn. 3.7). Seu desejo foi realizado.

Eu acho que essa árvore devia se chamar apenas árvore do conhecimento do mal, pois, o bem eles já conheciam. Moravam no Éden, já haviam sido instruídos por Deus sobre o matrimônio e o cuidado com o mundo. Os animais lhe serviam. Enfim, conheciam o plano de Deus para a sua felicidade. O que lhes faltava era o conhecimento do mal.

Tão logo seus olhos foram abertos, perceberam-se nus (Gn. 3.7). Eles já estavam nus, porém, depois do conhecimento que obtiveram, sentiram vergonha e constrangimento. Era o mal lhes oferecendo seus primeiros frutos. A relação homem-mulher nunca mais seria a mesma. Seria marcada pela vergonha, sensualidade, falta de respeito, depravação.

O que era natural transformou-se em imoral. A árvore fez isso? Sim. Mas não fez sozinha. A árvore potencializou o que estava embrionariamente contido na atitude curiosa e desobediente de Adão e Eva. A semente do mal brotou no coração e na mente de Eva. Para que produzisse fruto, era questão de tempo.

E assim chegamos aos dias de hoje. Diferença? Não creio, afinal, a curiosidade por descobrir os segredos continua marcando a existência humana, a preferência pelo mal ainda é maior do que pela vida eterna e o relacionamento entre homem e mulher continua marcado pela sensualidade, luxúria, pornografia.

E por quê? Porque ao invés de escolherem a vida eterna os homens continuam preferindo conhecer o mal. E o mal é bom (com o perdão do paradoxo), mas não dura para sempre!

Rev. Renato Arbués.

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