Há alguns anos, nós reunimos as famílias da
nossa igreja para considerarmos um assunto premente naqueles dias. Hoje,
infelizmente, percebo que o assunto continua atual. É a instabilidade emocional
que provoca conflitos nos relacionamentos conjugais, familiares, sociais. As
pessoas estão inseguras, confusas e, consequentemente, não confiam mais umas
nas outras, ou em Deus. No livro “A universidade da Palavra”, de Dick Eastman,
publicado no Brasil pela editora Vida, encontramos uma abordagem interessante
sobre esse assunto. Valendo-se de uma analogia entre uma cidade sem muros e uma
pessoa sem domínio próprio, o autor lança luz sobre os problemas de ordem
emocional que tanto nos aflige. O texto base é Provérbios 25.28: “como
cidade derrubada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio
próprio”.
Na década de 80, o Johns
Hopkins Medical Journal publicou um estudo interessante sobre a relação
entre o temperamento e a saúde física. Durante 3 décadas, a Drª. Caroline Thomas, cardiologista,
juntamente com sua equipe, avaliou cuidadosamente as características combinadas
da saúde física e mental de 1337 estudantes de medicina que cursaram a
Universidade Johns Hopkins naquele período.
Os resultados foram os seguintes. Aqueles que tendiam a
ser melancólicos, tensos e exigentes tinham a pior história médica. 77,3%
dessas pessoas haviam sofrido alguma doença grave. Por outro lado, dos
classificados como de personalidade estável e cuidadosa, apenas 25% tinham
algum problema grave de saúde. Conclusão: quanto mais dificuldades a pessoa tem
com seu espírito (ou atitudes) tanto mais vulnerável se torna aos ataques
físicos.
Voltando para o nosso texto. Por que Salomão comparou
uma pessoa sem equilíbrio, sem domínio próprio, a uma cidade que não tem muros?
Nos dias do AT, os muros de uma cidade representavam sua mais importante
defesa. Vejam o caso da China. Para conter os ataques bárbaros, eles tiveram
que construir as maravilhosas muralhas da China. Jericó também agiu assim.
Jerusalém era cercada por muros. Enfim, os muros representavam defesa. Assim
como para um homem o equilibro de suas emoções, o domínio próprio é sua principal
defesa contra os males espirituais e físicos.
Vejamos algumas características semelhantes entre um
homem sem domínio próprio e uma cidade sem muros:
Vulnerabilidade Crescente:
Um país sem defesa é vulnerável a constantes ataques,
como as antigas cidades sem muros. Sem proteção, os habitantes da cidade
ficavam vulneráveis aos invasores.
O mesmo é verdadeiro em relação a uma pessoa que não
domina suas emoções. Nunca se sabe quando uma simples palavra irá causar uma
explosão emocional. Há pessoas que, um simples pensamento que lhe ocorre à
noite pode roubar completamente o seu sono. Repito: O homem que não controla
suas emoções torna-se vulnerável a qualquer inimigo, real ou imaginário.
Atitude Errada:
Quando uma cidade israelita perdia seus muros, ela
podia ser invadida por edomitas, midianitas, filisteus, amonitas. Qualquer um
podia se aproveitar da situação.
O mesmo ocorre com uma pessoa instável emocionalmente.
Ela começa a ver os que estão à sua volta, mesmo os amigos, como potenciais
adversários. Não tarda muito, ela é atacada pela paranoia, distúrbio
caracterizado pela mania de perseguição. A pessoa passa a ver inimigos por
todos os lados: em casa, no trabalho, na igreja, na escola...
Pessoas e atitudes são vistas sempre como suspeitas.
Conviver com alguém assim, não é tarefa das mais fáceis, com certeza.
Ansiedade:
Imagine o que seria treinar um exército numa cidade
sem muros. Os soldados deveriam ficar em estado de alerta as 24 horas do dia.
Ninguém podia descansar. A exaustão, física e emocional, acabaria sendo pior
que uma guerra de verdade.
Uma pessoa que não controla seu espírito age
exatamente igual. Torna-se um ser humano inseguro. Vê maldade em tudo o que os
outros fazem. Quando uma pessoa assim passa por um grupo que está sorrindo, ela
deduz que estão rindo dela; Se chega num ambiente em que pessoas conversavam e
interrompem a conversa, ela imagina que estavam falando dela.
A ansiedade destrói a alegria de um lar, pois quebra
os vínculos fraternos e de carinho entre uma família.
Há cura para isso?
Há, no AT as cidades tinham que reconstruir seus
muros. Se você sofre por não conseguir dominar o seu espírito, faça o seguinte:
Reconstrua-o com a ajuda de Deus. É possível. O Rei Salomão escreveu que: “O espírito firme sustém o homem na sua
doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?” (Pv. 18.14). Ele
ainda aconselhou: “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja
é a podridão dos ossos” (Pv. 14.30).
Peça a ajuda de Deus para reconstruir sua vida. Peça a
Ele que o faça forte o bastante para controlar suas emoções. Com certeza, Ele
ouvirá sua oração. Confie em Deus. Sempre!
Rev. Renato Arbués.
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