Quando usamos muito uma palavra
ou expressão, corremos o risco de, ao nos acostumarmos, desprezar a sua beleza
e banalizar o seu sentido. Receio que isso esteja acontecendo com essa
expressão tão linda, designativa da revelação verbal de Deus: As Escrituras
Sagradas.
Desde o início da carreira
cristã, aprendemos que Deus Se revelou ao homem de várias maneiras (Hb. 1.1).
Quem não se lembra das expressões “Revelação Geral” e “Revelação Especial”? Os
teólogos dizem que há, no homem, um conhecimento inato de Deus. Infelizmente,
há, também, no homem, o maldito pecado, que distorce, exagera, mutila e destrói
esse bendito conhecimento. Felizmente, as Escrituras preservam a verdade sobre
Deus e a torna acessível a nós, em qualquer lugar e a qualquer momento.
Hoje em dia, porém, as pessoas
estão muito “ocupadas na sala de jantar”, se me permite uma alusão à música panis et circenses, dos Mutantes. A
televisão, o dvd, o joguinho eletrônico, o rádio, tudo isso tem recebido mais
atenção do que os livros. Em nossa época, as pessoas menosprezam o valor das
palavras em prol de imagens e sentimentos (Cheung). E as Escrituras Sagradas
acabam esquecidas em cima da mesa, na estante ou no banco da igreja.
Entretanto, a Bíblia é a
revelação de Deus ao homem. É Deus falando conosco. Não há nenhum outro modo de
se conhecer a Deus superior ao estudo das Escrituras Sagradas. Cada palavra da Bíblia foi “soprada” pelo
Senhor e, por isso, cada palvra é importante para o fiel. Ler a Bíblia,
portanto, é uma das maiores demonstrações de amor e de gratidão a Deus.
Portanto, leitor, se você quiser
tem alguma informação precisa sobre Deus, a sua única fonte confiável é a
Bíblia. Aliás, a sua única fonte autorizada é a Bíblia. Digo isso para
rechachar qualquer suposta revelação direta alegada pelos gnósticos modernos
que têm a pretensão de substituir a leitura cuidadosa e sistemática do Livro
Sagrado. Conheci uma senhora que todo dia, de acordo com ela, recebia uma
“revelação” do Espírito Santo. Ora, era para fulano parar de ver televisão,
ora, alguma vitória estava para acontecer na vida de alguém. Todo dia. Era uma
espécie de linha direta com Deus. Uma vez, durante uma conversa, alguém pediu
para que ela abrisse a Bíblia no livro do profeta Elias, capítulo 2, verso 13.
Ali haveria uma promessa de vitória para ela. Apesar dos risos e do
constrangimento no ambiente, essa “antena parabólica do Espírito Santo” não se
tocou de que, na Bíblia, nem na versão católica, existe o livro do profeta
Elias! Era ignorante acerca das Escrituras Sagradas.
Não se pode ignorar a Bíblia,
pois, ao fazer isso, assume-se a arrogante postura de ignorar a própria
orientação de Deus. Abre-se, assim, espaço para a superstição cristã, que nada
mais é do que o paganismo revisitado e trazido para dentro de nossa religião.
Um absurdo.
Finalizo essa pastoral,
citanto um texto da Teologia Sistemática, de Vincent Cheung, sobre a Escritura:
“A Escritura é necessária para definir todo conceito e atividade
cristã. Ela governa cada aspecto da vida espiritual, incluindo pregação,
oração, adoração e instrução. A Escritura é também necessária para que a
salvação seja possível, visto que a informação necessária para tal está
revelada na Bíblia, e deve aquela ser levada ao indivíduo, para por ela receber
a salvação. Paulo escreve, “as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio
para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2 Timóteo 3:15)”.
Leia
a Bíblia.
Rev. Renato Arbués.
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