quarta-feira, 17 de agosto de 2011

REBELDIA ONTEM, TRISTEZA HOJE!


A rebeldia sempre foi associada ao espírito jovem. Se havia um “espaço” para que a atitude contestadora se manifestasse, sem dúvida nenhuma, esse seria a juventude. Não por acaso, o rock, rebelde por nascimento, tem nos jovens o seu maior público.

Acontece que, com o tempo, as reivindicações dos jovens rebeldes começaram a ser atendidas. Queriam sexo, inventaram a pílula anticoncepcional, o preservativo (masculino e feminino), a pílula do dia seguinte; queriam drogas, receberam o LSD, a cocaína, a maconha, o crack, tudo, com o perdão do trocadilho, a preço de farinha; queriam rock, deram-lhes o punk rock, estilo que exige basicamente 3 acordes e vocalistas desafinados, porém, com atitude (cabelos extravagantes, jaquetas de couro e calça jeans rasgadas). E agora, querem o quê?

Roger Moreira, músico dos anos 80, captou essa sensação de “satisfação”. Os jovens tinham tudo o que queriam. A música “Rebelde sem causa”, do Ultraje a Rigor, traz a seguinte letra (trechos): “Meus dois pais me tratam muito bem [...]. Meus dois pais me dão muito carinho [...]. Minha mãe até me deu essa guitarra, ela acha bom que o filho caia na farra. E o meu carro, foi meu pai quem me deu [...]. Meus pais não querem que eu fique legal. Meus pais não querem que eu seja um cara normal. Não vai dar, assim não vai dar. Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar. Não vai dar, assim não vai dar. Pra eu amadurecer sem ter com quem me rebelar”. Jovem sem rebeldia, de acordo com a música, não amadurece. Pronto, os jovens não tinham mais uma razão para viver.

Hoje, porém, aqueles jovens dos anos 80 cresceram. São pais. O dilema agora é outro. Eles continuam frustrados porque sentem que estão diante do mesmo vazio que o perseguiram durante a juventude. É o mesmo sentimento. Queriam uma família, conseguiram uma. E agora não se realizam mais com o cônjuge. Os filhos cresceram e dão mais preocupação que alegria. E se perguntam intimamente: Valeu a pena ter me casado? Vale a pena continuar casado?

E o vazio continua.

Não acham mais graça em nada do que fazem. Igreja, trabalho, estudo. Nada realiza, nada satisfaz, nada responde às inquietações de fim de noite. O que fazer? Por que fazer alguma coisa? Entra dia e sai dia, sempre a mesma coisa. Desistir? Alguns deixam tudo pra trás e recomeçam, de forma egoísta, a vida com outra pessoa; outros preferem a saída mais curta e vexatória, o suicídio.

Na verdade, a única pergunta que realmente importa não está sendo feita. Ou seja, você está disposto a fazer o necessário para vencer essa crise? Honestamente, é difícil acreditar que a resposta tenha sido um “sim”. Porque o necessário é simples e claro. Aliás, a dúvida não é minha. A dúvida foi proposta pelo Senhor Jesus Cristo, quando disse: “Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo. 5.40).

A rebeldia é o melhor caminho para chegar ao desespero e à frustração. Jesus é o única caminho para superar essas enfermidades espirituais.

O que você quer?


Rev. Renato Arbués.

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