segunda-feira, 11 de julho de 2011

TODOS CERTOS?


Jair Messias Bolsonaro está cumprindo o 6º mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Em sua home page, ele se posiciona abertamente na defesa dos direitos dos militares, dentre os quais ele se destaca. Condecorado com várias medalhas, é um saudosista do velho regime ditatorial, o qual, segundo ele, garantiria a estabilidade da família, a segurança, a punição devida aos criminosos, entre outras benesses sociais.

O deputado Bolsonaro participou de um quadro no programa CQC, da Band, no dia 28 de março. Perguntado sobre como reagiria se seu filho fosse homossexual, respondeu: “Não corro esse risco. Meu filho foi bem educado”. Outro telespectador quis saber que providências o deputado tomaria se descobrisse que o filho fosse usuário de drogas. “Bateria nele”, foi a resposta. Bolsonaro ainda disse que não aceitaria votos de homossexuais (depois voltou atrás), não permitira que seu filho se casasse com uma negra e que a Preta Gil não era um bom exemplo (bem, as palavras não foram essas exatamente).

Resultado: Integrantes da Unegro (União dos Negros pela Igualdade) e representantes de movimentos GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais), pediam respeito à igualdade. E tome processo. Preta Gil também anunciou que o processará. A OAB vai processá-lo também. Bem que os mais velhos já diziam: “Quem fala demais, acaba dando bom dia ao cavalo” ou, no caso, “acaba sendo processado”.

Dificilmente o deputado encontrará alguém que concorde com ele, exceto, talvez, entre alguns militares de sua geração. A Igreja também não pode apoiar declarações de ódio, que incitem a violência contra qualquer grupo social ou promovam a falsa idéia de que uma raça seja superior a outra apenas pela cor. É preciso repudiar veementemente tal comportamento.

É correta a atitude da corregedoria da câmara dos deputados, que abriu inquérito para apurar se houve ou não quebra do decoro parlamentar.

Infelizmente, esse episódio promove ainda mais o erro. Todo tipo de erro. O erro do extremista, que crê apenas na força e na agressão e não nos argumentos para defender suas opiniões; o erro dos homossexuais, que aproveitam esse tipo de incidente para se colocarem de vítimas da sociedade, quando, na verdade, são vítimas de alguns extremistas, e exigirem “seus direitos” em detrimento dos direitos dos outros; o erro da igreja, que mais uma vez apenas reage ao debate, ao invés de promovê-lo de forma madura e equilibrada.

Ao mesmo tempo em que é um absurdo um deputado federal expressar tais opiniões, também é sintomático que esse mesmo homem esteja em seu 6º mandato (praticamente 24 anos), representando uma parcela considerável da população fluminense. Só pra informar: Jair Bolsonaro foi o 11º deputado federal mais votado, com quase 121 mil votos, o que equivale a 1,5% do eleitorado do Rio de Janeiro (www.planetaosasco.com).

O que está acontecendo com o nosso mundo? Estamos perdendo os fundamentos, trocando-os por um novo paradigma moral em que tudo é permitido e incentivado. Onde vamos chegar?

É preocupante constatar que as palavras de Oséias continuam atuais: “os seus príncipes amam apaixonadamente a desonra” (Os. 4.18).

Somos sal e luz do mundo. Precisamos mostrar ao mundo que o estilo de vida cristão não é apenas o melhor: É o único legítimo, pois se fundamenta na Palavra naquele que é o Autor da vida. Vamos, pois, testemunhar as maravilhosas virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz.
Rev. Renato Arbués.

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