segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sem medo de piratas!

Apesar do que os filmes nos fizeram acreditar, os piratas não costumavam obrigar suas vítimas a caminharem sobre uma prancha para se afogarem ou serem devoradas por tubarões. Oficialmente, há apenas um relato de um jornal de 1829 em que um prisioneiro foi condenado a caminhar sobre uma prancha e, consequentemente, cair no mar. Isso de maneira alguma deve nos fazer pensar que os piratas eram bonzinhos, pelo contrário, os castigos mais comuns que eles infligiam eram a tortura, a queima e a mutilação. Pobre de quem caísse nas mãos desses bárbaros do mar.

Não por acaso, alguns mestres da escrita costumam comparar as agruras da vida com o tratamento que os corsários dispensavam às suas vítimas. Há momentos em que sentimos que a nossa jornada está nos levando a uma queda da qual não levantaremos mais. Sentimos como se fôssemos vítimas de um torturador, um sádico, que pretende, antes de nos destruir, propiciar o máximo de sofrimento que suportarmos. Não estamos sozinhos nesse ponto. Grandes homens de Deus também experimentaram essa aflição corrosiva. Davi, por exemplo, teve a convicção de que Deus havia se esquecido dele (Sl. 13). Jó, por 16 vezes, perguntou a Deus por que estava passando por toda aquela calamidade (morte dos filhos, perda dos bens e incompreensão da esposa) e não obteve resposta alguma. Pra mim, o homem que mais exemplifica o sentimento de angústia e depressão foi Elias, que pediu: “Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais” (1 Rs. 19.4). A vida é o pirata cruel que tortura qualquer um que ousar desafiá-lo.

Você já se sentiu – ou está se sentindo – assim?

As vítimas dos piratas invariavelmente eram torturadas até à morte. Não havia esperança. Entretanto, conosco não precisa ser assim. Aliás, não é assim. Nosso Senhor prometeu jamais Se afastar de nós: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt. 28.19). Depreende-se dessa promessa de Jesus que você e eu nunca estaremos sozinhos. O “depressivo” Davi venceu a tristeza firmando seu pensamento na verdade de que Deus jamais Se afasta de Seu povo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo...(Sl. 23.4). A mesma esperança salvou a vida de Jó e de Elias. Portanto, para nós, a morte não é uma realidade a ser temida: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo. 5.24).

Mas, dirá você, e por que então tanto sofrimento, tanta aflição? Talvez você não goste da resposta, no entanto, informo que não é minha, é do Espírito Santo. O motivo de sermos provados tão intensamente enquanto neste mundo é um só: Nossa alegria! Isso mesmo. Você chora, sente tristeza, medo, pensa em fugir, desistir, tropeça, se envergonha (e envergonha os outros), sente culpa, desespero, por uma razão apenas, a saber, ser feliz. Duvida?

Considere o que Tiago escreveu: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz esperança. Ora a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg. 1.2-4). Você crê na Bíblia? Se sua resposta for sim, atente a um último conselho: Jamais perca a esperança! Deus nunca vai abandonar você.

Rev. Renato Arbués.

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