Um
homem é preso sob a acusação de ter arquitetado a morte da namorada e de seus
filhinhos gêmeos. Testes revelarão se as crianças – um menino e uma menina –
eram filhas dele. Um policial atira contra pessoas dentro de um carro, matando
um rapaz, como desfecho de uma discussão ocorrida momentos antes. No povoado da
Tiquara, um homem disparou cinco tiros contra outro. Enquanto recarregava sua
arma, os amigos da vítima o lincharam. O que está acontecendo?
A
disciplina que estuda a dinâmica das relações pessoais é a Sociologia. Desde
que Augusto Comte, no século XIX, incutiu que era possível descrever as leis
que regem a sociedade da mesma forma que os físicos descrevem as leis da
natureza, pensadores têm se revezado nessa árdua missão. Destaco Émile Durkheim
(1858-1917). Durkheim foi um dos responsáveis por tornar a Sociologia uma
ciência. Sua obra é extensa e interessante, proveitosa em muitos aspectos. Ele
também discutiu a violência.
Émile Durkheim
elaborou o conceito de anomia, uma “desorganização tal da sociedade que
enfraqueceria a integração dos indivíduos que não sabem que normas devem
seguir” (Dressler e Willis Jr, 1980). Mais adiante, os autores citados afirmam
que “quando as regras sociais e os valores que
guiam as condutas e legitimam as aspirações dos indivíduos se tornam incertos,
perdem o seu poder ou, ainda, tornam-se incoerentes ou contraditórios devido às
rápidas transformações da sociedade; resulta daí um quadro de desarranjo social
denominado anomia.”
Etimologicamente,
a palavra anomia significa “ausência de lei” (a = não, sem + nomos = lei,
norma). Portanto, quando as pessoas perdem qualquer referência de valores,
passando a conduzir suas vidas de acordo com suas motivações e aspirações
pessoais, faz-se o estado de anomia.
Durkheim
acerta o diagnóstico, porém, erra o remédio. Sua descrição do problema do
homem, a meu ver, beira à perfeição. Mas não há Deus em sua sociologia. O que
ele propõe é uma (re)adequação às normas. Como fazer isso? Ele não pode dizer.
Nesse ponto, não consigo evitar a comparação com Paulo Freire e seu discurso
acalorado em favor da “libertação” do homem. Freire insiste em que o homem se
liberte das opressões da sociedade, do capital, das ideologias... Como? Pela
educação. Educação formulada por quem? Baseada em quais princípios? Ora, os
princípios e a base são aqueles construídos pelo próprio homem! Soa como se
alguém dissesse a um peixe que, para se livrar da condição de peixe, deveria
recorrer aos conselhos de outros peixes. Não por acaso, alguém chamou Paulo
Freire de “o teólogo sem Deus”.
O
ponto é que Durkheim e Freire não conheceram o Espírito Santo. O problema do
homem não é falta de normas ou de educação. É falta de Deus: “Contudo, não quereis vir a mim para terdes
vida” (Jo. 5.40). A violência habita o mundo desde o dia em que Adão e Eva
desobedeceram ao conselho divino. Caim matou Abel por desobediência e
distanciamento de Deus. O que acontece hoje, infelizmente, é a mesma coisa: O
homem se afastou de Deus!
Leia
Durkheim e Freire e veja o quanto o homem está perdido e precisando
desesperadamente de ajuda. Leia a Bíblia e veja quão maravilhosa fonte de ajuda
está disponível aos miseráveis pecadores que, tristemente, preferem ouvir os
peixes.
Rev. Renato Arbués.
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