Ao criar a humanidade à Sua própria imagem, Deus a
presenteou com atributos por meio dos quais ela poderia refletir certos
aspectos dEle mesmo. Isso é bem ressaltado pelos termos “imagem” e “semelhança”,
os quais devem ser entendidos numa perspectiva bíblica adequada. Sabemos que
uma imagem (estátua) de um herói morto é diferente do herói real: a imagem é
feita de pedra, ao passo que o herói consiste de carne e sangue.
Quando Gn. 1.26 fala de “imagem” e “semelhança”, está
se acentuando uma dimensão de identidade,
personalidade. Como Deus é pessoa, assim a humanidade também o é e, sendo
pessoa, reflete “qualidades” divinas, como sua “retidão e verdadeira santidade”
(Ef. 4.24) e seu “conhecimento” (Cl. 3.10). A humanidade foi criada real. O
Criador Soberano criou a humanidade como membro da família real divina (Gerard
van Groningen).
Foi assim, para que uma relação fosse estabelecida.
Uma relação entre Deus e a humanidade. Essa relação é um aspecto essencial do
pacto. Aliás, a ideia fundamental do pacto é ligação. Deus ligou-se a Si mesmo ao homem como ligou a humanidade
a Si mesmo. Infelizmente, a Queda trouxe separação. A confiança, indispensável
para comunhão íntima, foi quebrada. Quando pecaram, Adão e Eva morreram para
Deus; Sua vontade, para eles, tinha sido posta de lado.
As consequências da desobediência de nossos primeiros
pais foram danosas: Estabeleceu-se um senso de vergonha e medo em relação a
Deus. Eles não poderiam mais defrontá-lo, tinham medo de serem vistos por Ele.
Esta incapacidade afetou as relações entre homem e mulher.
Em resumo: tendo rejeitado seu “status” real, eles o
perderam; tendo recusado sua posição real, tornaram-se prisioneiros do pecado e
de Satanás; desobedecendo a Deus, tornaram-se escravos de Satanás. A humanidade
caída tornou-se realeza destronada e escravizada.
Mas Deus não os abandonou. Ele providenciou meios para
que essa imagem fosse restaurada. Começou por confrontá-los. Três perguntas
foram feitas. Vamos considera-las.
(continua)
Rev. Renato Arbués.
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