Somos presbiterianos. Nosso sistema doutrinário tem na
Soberania de Deus a mais importante de todas as doutrinas. É ela que sustenta
todo a nossa fé. É por ela que podemos confiar no Pacto Eterno, na Salvação, na
Perseverança dos Santos, na Santa Igreja. Mesmo a Presciência tem seu
fundamento nos decretos eternamente planejados e firmados na Soberana decisão
do Pai.
Porém, como presbiterianos, também estimamos a Graça Divina.
Graça essa soberanamente administrada em nossas vidas, suprindo todas as nossas
necessidades, aliviando nossas ansiedades, respondendo as mais íntimas dúvidas
que acolhemos. Se a Soberania divina é o alicerce da nossa fé, a graça
maravilhosa é o teto, que nos protege das chuvas do desânimo, do calor do
orgulho e do frio do egoísmo.
“Sendo justificados
gratuitamente por Sua graça” (Rm. 3.24);“Porque pela graça sois salvos” (Ef. 2.8); “Que nos salvou, e nos chamou com uma santa vocação; não segundo as
nossas obras, mas segundo o Seu propósito e graça que nos foi dada em Cristo
Jesus antes dos tempos eternos” (2
Tm. 1.9). Sem a graça de Deus não seríamos quem somos, não teríamos o que
temos, não esperaríamos o que nos está reservado, e não desfrutaríamos da
confortante e santa presença do Senhor em nossa vida. Tudo nos vem pela Graça.
E só ela nos basta.
A graça. A graça maravilhosa que nos tirou das trevas e nos
colocou no reino da luz. A graça que superabundou onde havia pecado. A graça
que acalma nosso coração nos momentos de desespero e de dor. É somente pela
graça que somos salvos, santificados, amados e, finalmente, glorificados. Como
é linda a nossa fé, além de coerente, inteligente, fidedigna, ainda tem o
mérito de nos consolar por meio da verdade eterna e redentora, presenteada aos
eleitos pelo Santo Espírito de Deus.
Em tempos difíceis, precisamos ouvir o excelente conselho de
Jeremias: “Prefiro trazer à memória o que
me pode trazer esperança” (Lm. 3.21).
Não sei você, mas eu, honestamente, jamais precisei tanto de esperança quanto
nesses dias. Sempre que vejo famílias sofrendo por falta de diálogo, de
humildade, de submissão à vontade de Deus; sempre que vejo jovens sedentos
pelos frutos do pecado, cegos pelo deus deste século; sempre que vejo a
desilusão, a fraqueza espiritual, a falta de objetivos; enfim, em cada novo
amanhecer, a menos que tenhamos bem firme em nossa memória o que nos pode
trazer esperança – a graça de Deus – há muito teríamos desistido.
Como bom presbiteriano, exalto a graça de Deus em minha vida
e confesso que, sem ela, não passaria de um simples miserável, condenado
justamente pela santidade divina. Contudo, ao Soberano Senhor de todas as
coisas aprouve estender Sua compaixão e misericórdia a mim, me salvando graciosa e gratuitamente. Hoje, “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim” (Gl. 2.20).
Lembre-se disso, meu irmão. Quando se sentir desanimado,
reflita sobre a Graça Maravilhosa. Ela é, sem dúvida, nossa maior fonte de
esperança e reavivamento em dias tão difíceis.
Amém.
Rev. Renato Arbués.
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