terça-feira, 14 de agosto de 2012

A FIRME VONTADE DE DEUS!


“Tudo quanto o Senhor quis, ele o fez, nos céus e na terra, o mar e em todos os abismos” (Sl. 135.6)
O salmo 135 é um louvor a majestade de Deus. O salmista convida todos os que assistem na casa do Senhor a louvar o Seu bendito nome porque Ele é o grande Deus. No verso 5, ele afirma: “Com efeito, eu sei que o Senhor é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses”. Em seguida, uma série de ações divinas são mencionadas para confirmar a verdade de que não há ninguém que possa contrariar o desejo de Deus. Nações são destruídas juntamente com suas divindades porque a vontade do Senhor o quis.
Mas, afinal, o que quer dizer vontade? Um forte desejo ou uma determinação? Quando falamos da vontade de Deus, queremos dizer que ela não é senão expressão do seu Ser onipotente e onisciente. Se Deus é onipotente, Ele realizará tudo o que está incluído nos Seus propósitos; e se Ele é onisciente, não cometerá erros nos seu plano original, nem terá necessidade de alterar o seu propósito original.
De acordo com Benjamim Warfield: “Na infinita sabedoria do Senhor de toda a terra, cada evento se realiza com precisão no seu próprio lugar. Nada, por pequeno e estranho que seja, ocorre sem estar prescrito, ou fora do controle de Deus”.
Assim, o que quer que aconteça na história da humanidade, acontece em virtude do fato de estar de acordo com o eterno plano de Deus. Pense comigo: “Se alguma coisa ocorre contra a vontade de Deus, então Satanás e o homem devem ser iguais ou superiores ao Criador!”. Sim, porque imagine uma situação: Deus ordena uma coisa, mas eu faço outra. Isso quer dizer que eu tenho poder para contrariar uma ordem divina. Logo, parece que meu Deus não é tão onipotente e poderoso como dizem as Escrituras Sagradas.
Mas alguém pode objetar que um Deus assim não pode ser bom, pois Ele permite que muita coisa ruim aconteça e que muitas pessoas boas morram e vão para o inferno. O que podemos dizer? À luz da Bíblia, Deus será visto de modo perfeitamente consistente tanto quanto condena uns, como quando perdoa outros; tanto quanto revela seu soberano juízo e justiça sobre os pecadores que não se arrependem, como quando declara Sua graça soberana, perdoando livremente àqueles que escolheu em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo.
Neste momento, convém ler o que Paulo escreveu aos romanos, no capítulo 9.15: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e me compadecerei de quem me aprouver ter compaixão”. Ora, como alguém pode argumentar contra a Palavra de Deus?
Novamente, alguém poderá objetar: “Mas, pastor, Deus pode até chamar uns para o céu, mas não posso aceitar que Ele escolha alguém para o inferno!”. Pra uma pessoa que pensa assim, eu tenho uma palavra. Aliás, uma confissão. Eu também tive muita dificuldade para aceitar essa verdade. Até que percebi que, antes de aceitar alguma coisa, eu preciso entender. Não é uma atitude sábia rejeitar antes de conhecer. Para facilitar o entendimento dessa verdade, vamos ler mais um texto de Paulo.
Rm. 9.10-13: “E não ela somente, mas também Rebeca ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que se chama), já lhe fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
Em outras palavras: Sem levar em conta o bem ou o mal em relação aos dois homens (Jacó e Esaú), Deus fez de Jacó o objeto do seu amor e Esaú o objeto de sua ira. Por quê? Para que seu propósito divino, de acordo com a eleição (ou escolha de pessoas ou eventos que realizam sua vontade), “ficasse firme”.
O Deus das Escrituras não se desculpa pelo fato de ter determinado deixar a maioria dos homens passar a eternidade sob o seu juízo, dando-lhes exatamente aquilo que merecem, ao mesmo tempo em que, também, determinou ordenar para a salvação alguns que, igualmente, são merecedores do juízo, porque é do seu agrado agir assim para mostrar sua natureza de graça, misericórdia e amor na presença dos anjos eleitos.
Mais uma vez, vamos ao texto sagrado: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5.9).
Em suma, a vontade de Deus prevalece em tudo, incluindo na vida e na morte, na salvação ou condenação. Continuaremos esse estudo no próximo programa.

Rev. Renato Arbués.
 Adaptado do livro “TULIP”, Duane Edward Spencer, Casa Editora Presbiteriana, 1992.


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