“Tudo
quanto o Senhor quis, ele o fez, nos céus e na terra, o mar e em todos os
abismos” (Sl. 135.6)
O salmo
135 é um louvor a majestade de Deus. O salmista convida todos os que assistem
na casa do Senhor a louvar o Seu bendito nome porque Ele é o grande Deus. No
verso 5, ele afirma: “Com efeito, eu sei que o Senhor é grande e que o nosso
Deus está acima de todos os deuses”. Em seguida, uma série de ações divinas são
mencionadas para confirmar a verdade de que não há ninguém que possa contrariar
o desejo de Deus. Nações são destruídas juntamente com suas divindades porque a
vontade do Senhor o quis.
Mas, afinal,
o que quer dizer vontade? Um forte desejo ou uma determinação? Quando falamos
da vontade de Deus, queremos dizer que ela não é senão expressão do seu Ser
onipotente e onisciente. Se Deus é onipotente, Ele realizará tudo o que está
incluído nos Seus propósitos; e se Ele é onisciente, não cometerá erros nos seu
plano original, nem terá necessidade de alterar o seu propósito original.
De acordo
com Benjamim Warfield: “Na infinita sabedoria do Senhor de toda a terra, cada
evento se realiza com precisão no seu próprio lugar. Nada, por pequeno e
estranho que seja, ocorre sem estar prescrito, ou fora do controle de Deus”.
Assim, o
que quer que aconteça na história da humanidade, acontece em virtude do fato de
estar de acordo com o eterno plano de Deus. Pense comigo: “Se alguma coisa
ocorre contra a vontade de Deus, então Satanás e o homem devem ser iguais ou
superiores ao Criador!”. Sim, porque imagine uma situação: Deus ordena uma
coisa, mas eu faço outra. Isso quer dizer que eu tenho poder para contrariar
uma ordem divina. Logo, parece que meu Deus não é tão onipotente e poderoso
como dizem as Escrituras Sagradas.
Mas
alguém pode objetar que um Deus assim não pode ser bom, pois Ele permite que
muita coisa ruim aconteça e que muitas pessoas boas morram e vão para o
inferno. O que podemos dizer? À luz da Bíblia, Deus será visto de modo
perfeitamente consistente tanto quanto condena uns, como quando perdoa outros;
tanto quanto revela seu soberano juízo e justiça sobre os pecadores que não se
arrependem, como quando declara Sua graça soberana, perdoando livremente
àqueles que escolheu em Cristo Jesus, antes da fundação do mundo.
Neste
momento, convém ler o que Paulo escreveu aos romanos, no capítulo 9.15: “Terei
misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e me compadecerei de quem me
aprouver ter compaixão”. Ora, como alguém pode argumentar contra a Palavra de
Deus?
Novamente,
alguém poderá objetar: “Mas, pastor, Deus pode até chamar uns para o céu, mas
não posso aceitar que Ele escolha alguém para o inferno!”. Pra uma pessoa que
pensa assim, eu tenho uma palavra. Aliás, uma confissão. Eu também tive muita
dificuldade para aceitar essa verdade. Até que percebi que, antes de aceitar
alguma coisa, eu preciso entender. Não é uma atitude sábia rejeitar antes de
conhecer. Para facilitar o entendimento dessa verdade, vamos ler mais um texto
de Paulo.
Rm.
9.10-13: “E não ela somente, mas também Rebeca ao conceber de um só, Isaque,
nosso pai. E ainda não eram gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o
mal (para que o propósito de Deus quanto à eleição prevalecesse, não por obras,
mas por aquele que se chama), já lhe fora dito a ela: O mais velho será servo
do mais moço. Como está escrito: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”.
Em outras
palavras: Sem levar em conta o bem ou o mal em relação aos dois homens (Jacó e
Esaú), Deus fez de Jacó o objeto do seu amor e Esaú o objeto de sua ira. Por
quê? Para que seu propósito divino, de acordo com a eleição (ou escolha de
pessoas ou eventos que realizam sua vontade), “ficasse firme”.
O Deus
das Escrituras não se desculpa pelo fato de ter determinado deixar a maioria
dos homens passar a eternidade sob o seu juízo, dando-lhes exatamente aquilo
que merecem, ao mesmo tempo em que, também, determinou ordenar para a salvação
alguns que, igualmente, são merecedores do juízo, porque é do seu agrado agir
assim para mostrar sua natureza de graça, misericórdia e amor na presença dos
anjos eleitos.
Mais uma
vez, vamos ao texto sagrado: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para
alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts. 5.9).
Em suma,
a vontade de Deus prevalece em tudo, incluindo na vida e na morte, na salvação
ou condenação. Continuaremos esse estudo no próximo programa.
Rev.
Renato Arbués.
Adaptado
do livro “TULIP”, Duane Edward Spencer, Casa Editora Presbiteriana, 1992.
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