segunda-feira, 30 de abril de 2012

Buscando o Vivo entre os mortos!



O cristianismo de nossos dias tem vivido uma situação paradoxal. Por um lado, há uma radiante celebração pelo número de convertidos, por outro, uma insistente e cansativa reclamação vinda dos púlpitos pela inexpressividade do testemunho cristão neste mundo tenebroso. Como explicar tal situação?

Houve um tempo, muito distante, em que as Escrituras eram a primeira referência quando o assunto era a vida cristã. Questões como “é certo namorar com descrentes?”, “um cristão pode beber vinho?”, “o homossexualismo é certo ou errado?”, entre outras, eram logo tratadas da seguinte maneira: “Vejamos o que a Bíblia diz”.

É certo que muito do que é (e foi) dito “de acordo com a Bíblia”, na verdade, não passava de preferência ou preconceito de líderes e suas denominações. Talvez por isso, muitas das respostas “de acordo com a Bíblia” foram ignoradas, quando não rejeitadas por completo.

E aí? Bem, quando a Bíblia não fala o que as pessoas querem, restam duas opções: submeter-se humildemente à sua autoridade ou rebelar-se.

Se adotarmos o critério de considerarmos cristãos apenas aqueles que se submetem humildemente à autoridade bíblica, talvez os números não provocassem tanta comemoração. Contudo, no que diz respeito ao testemunho, à influência cristã neste mundo em trevas, certamente, seríamos reconhecidos como luzes e sal da terra.

Tristemente, portanto, o paradoxo pode começar a ser respondido a partir desse ponto. Embora haja muitos crentes, nem todos são praticantes da verdade (Tg. 1.22). Dos púlpitos, ouvimos muitas dicas extraídas da psicanálise, da psicologia, da filosofia, da sociologia. Jamais duvidei da capacidade que Freud teve para analisar certos comportamentos humanos. Mas não acho que ele saiba algo sobre a depravação total, a necessidade de justificação e a natureza da maravilhosa graça divina.

Conversando com adolescentes e jovens cristãos sobre o futuro, dificilmente se ouve de um deles o desejo de estudarem Teologia e se tornar pastor. Querem cursar Engenharia, Medicina, Direito. Estão certos. Estão totalmente certos. Não se pode aprender a amar algo que se desconhece. Muitos cristãos de hoje, infelizmente, desconhecem a Palavra de Deus.

Creio que as palavra do anjo que recebeu as mulheres que foram ao túmulo de Jesus deveriam ser consideradas pelos pregadores modernos antes de sentarem em seus escritórios para escreverem um sermão: “Por que buscais entre os mortos ao que vive?” (Lc. 24.5). Tais palavras precisam ser levadas a sério por aqueles que preferem usar o púlpito para tagarelar sobre atualidade, comportamento ou auto-ajuda.


À lei e aos profetas!

Se todos os pregadores lessem mais a Bíblia, estudassem Teologia mais seriamente e deixassem a sabedoria deste mundo em segundo plano, possivelmente, perderíamos muitos animadores de auditório, mestres de auto-ajuda, psicanalistas de sessões coletivas, em compensação, ouviríamos com temor e tremor verdadeiros atalaias.

É isso.

Rev. Renato Arbués.

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