Meditação baseada em
Marcos 2.1-12.
O livro “O Peregrino” narra a viagem do cristão desde a
Cidade da Destruição até a Jerusalém Celestial. Trata-se de um clássico da
literatura cristã. A narrativa foi elaborada por John Bunyan enquanto estava
preso, na Inglaterra em 1678.
Após vencer diversos obstáculos, o viajante finalmente chega
ao Paraíso. É o ápice do livro. Porém, há uma informação que poucos leitores
atentam para o real significado: Ao lado
da porta do Céu está a porta da Perdição. Bunyan está nos advertindo acerca
do perigo de caminharmos sem o olhar fixo no objetivo final.
Você precisa
de tudo que deseja?
Na fase inicial do Seu ministério, Jesus concede bênçãos que
inauguravam a era messiânica, tais como o perdão dos pecados. Após ensinar em
áreas pouco povoadas, Jesus retorna a Cafarnaum. Lá, entra numa casa e volta a
dedicar-se ao Seu ministério fundamental: O ensino da Palavra.
A essa altura, a casa já estava tomada por diversas pessoas.
Era impossível entrar, muito menos sair. Isso torna ainda mais dramática a
situação do paralítico. Como entrar? Por onde entrar? “Pelo teto!”, deve ter
dito alguém. “Então, tá”, respondeu outro. Tente imaginar a surpresa de Jesus.
Enquanto pregava, baixam um homem paralítico pelo telhado. A cena chamou a
atenção de Jesus, que manifestou Sua admiração com a atitude do paralítico e de
seus amigos (v. 5).
É impossível não atentar para o fato de que a primeira bênção
que o paralítico recebe é o perdão dos seus pecados, conforme o verso 5. O
homem que estava sofrendo recebeu o que mais precisava. Mas será o que ele mais
queria? Imagino que ele tenha ficado extremamente decepcionado com as palavras
de Jesus.
O perdão dos pecados restaurava a comunhão do pecador com
Deus. Fora precisamente para isso que Cristo veio. Ele veio para restaurar a
relação entre o homem e Deus. Mas a questão é: ERA ISSO QUE O HOMEM QUERIA?
Aqui está um ponto importante da vida cristã. Será que as
pessoas que buscam a Cristo estão à procura do que precisam ou do que desejam?
Será que precisamos de prosperidade ou a desejamos? Será que é mais importante
ter muito dinheiro ou uma consciência tranquila? É melhor ser rico ou ser servo
no Reino de Deus?
Pessoas estão sempre insatisfeitas e por isso estão sempre à
procura de algo. Infelizmente, muitas delas não sabem exatamente o quê estão procurando. A razão disso é
que nem todas sabem o que, de fato, precisam. Confundir DESEJO com NECESSIDADE é
um erro muito comum, mas, que pode provocar uma tragédia.
Veja o caso de Judas. Ele confundiu desejo com necessidade e
acabou se perdendo por pouco. Andou o tempo todo no caminho certo, mas como
procurava pela coisa errada, deu com a porta que conduz à perdição.
Qual é a nossa real necessidade? Talvez não tenhamos
conseguido o que mais desejamos, por estar buscando o que não precisamos. Pessoas
com crise conjugal buscam paz, e precisam. Mas, antes, precisam corrigir a
relação! Pessoas doentes buscam cura, e precisam. Mas, às vezes, precisam mesmo
é de conforto, força, paz.
Como em “O Peregrino”, ao lado da porta do paraíso está
localizada a porta da inferno. A menos que saibamos bem o que buscamos,
corremos o sério risco de desejar o que não necessitamos e encontrar o que não
queríamos.
Rev. Renato Arbués.
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