Dias interessantes, os nossos. Sob todos os aspectos. O que
era certo ontem, hoje é errado. O que era errado ontem, hoje é tolerável. O que
era tolerável ontem, hoje é banalizado. A desestrutura moral parece ter afetado
a sociedade em todas as suas instituições: igreja, escola, família, Estado,
etc.
Na igreja, valores antes absolutos, vão, pouco a pouco, relativizando-se.
Como exemplo, menciono a relação do crente com sua congregação. Não faz muito
tempo, era impensável um crente passar uma semana sem congregar-se com os
irmãos. Os prazos alargaram, porém. Hoje, os crentes regulam a sua presença na
igreja de acordo com suas prioridades: Faculdade, trabalho, descanso, lazer. “Buscai, pois, em primeiro lugar todas as coisas”
– parece ser o lema da igreja atual. “O
reino de Deus (igreja, oração, leitura da Bíblia, culto doméstico, reunião de
oração) com o tempo será acrescentado”. O mais impressionante, no entanto,
é que as pessoas continuam a falar de si como comprometidas com Deus e o Seu
reino. Pois é, nem a mentira e a hipocrisia incomodam mais a um bom número de
cristãos de hoje.
Na escola, a coisa parece ir de mal a pior. Fala-se muito dos
alunos. Também pudera, são desobedientes, irresponsáveis, inconsequentes,
ingratos, irreverentes. Claro, alguns se salvam. Mas são poucos. Na escola
também encontramos professores que tipificam o título desta pastoral: Reclamam
o tempo todo do salário, reclamam dos alunos, reclamam da sala de aula;
reclamam de tudo e de todos. Menos de si mesmos. E o ambiente escolar, antes
nossa segunda casa, hoje mais parece um segundo inferno.
A família também vai ruim. Pais ausentes, filhos mimados,
Deus esquecido. Família era um porto seguro, um paraíso. Representava
segurança, carinho, amor. Hoje, as famílias abrigam sob o mesmo teto inimigos
contumazes: marido x mulher, pais x filhos,
irmão x irmão. Basta escolher o dia e a hora e se preparar para o
confronto. Lar como uma pequena igreja? Coisa rara.
E o Estado? Denúncia de corrupção, comprovação de corrupção, premiação à
corrupção. Políticas públicas? Todas as que incentivam e promovam a imoralidade
são patrocinadas e apoiadas pelos órgãos públicos. As que visam a manutenção de
comportamentos e valores conservadores são rejeitadas e taxadas como
“preconceituosas”, “retrógradas” e “inúteis”. Bem advertiu Isaías: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal;
que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o
doce, por amargo!” (Is. 5.20).
Que temos feito para melhorar tudo isso?
Rev. Renato Arbués.
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