segunda-feira, 2 de julho de 2012

Você ou o inferno!


Meditação baseada em Romanos 9.3:

Religião estranha, esse cristianismo. Como é possível entender uma doutrina que ensina que o fiel deve batalhar para manter um bom relacionamento com o Seu Deus, por meio de horas e horas de estudo bíblico, de oração, de participação em cultos públicos e outras atividades espirituais e, de repente, apenas por amor aos demais fiéis, desejar distanciamento desse Deus?

Pois é, por mais complicado que seja compreender algo assim, é exatamente isso que Paulo nos ensina. O apóstolo amava seus compatriotas com tamanha intensidade que, se preciso, a fim de vê-los salvos, seria capaz de separar-se de Cristo. Mais: O velho discípulo disse que seria melhor ser maldito (anátema) do que ver seus irmãos perdidos.

É difícil aceitar ou entender, mas não é nenhuma novidade. A essência do evangelho está no amor a Deus e ao próximo. A evidência maior do amor é a disposição em fazer o outro feliz. No caso de Deus, o que O deixa feliz é a nossa obediência (Jo. 14.15; 15.14). Todo aquele que diz amar a Deus deve obedecê-lo.

Devemos obedecer à ordem de congregar-nos (Hb. 10.25), de meditar na Palavra (Sl. 119.97), de orar (1 Ts. 5.17), de participarmos da Santa Ceia (1 Co. 11.23-32), de santificarmos (Hb. 12.14), de cuidar dos órfãos e das viúvas (Tg. 1.27) e de evangelizar os que estão perdidos (Mt. 28.18-20).

O bem-estar do outro deve ser colocado acima do nosso. Cristo fez isso quando Se entregou para morrer naquela cruz horrível. Ele não veio para fazer a Sua vontade, mas a do Pai. Jesus estava sempre colocando a satisfação do outro (do Pai, dos eleitos) acima da sua. Cristo é o nosso exemplo. O que Ele fez, devemos fazer também.

Dessa forma, o desejo de Paulo está de acordo com o que o homem de Nazaré nos ensinou. As palavras de Paulo foram: “Porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne” (Rm. 9.3).

Infelizmente, essa não é uma atitude muito comum entre os evangélicos de hoje. Estamos tão absortos nos nossos problemas, nas nossas dificuldades, na nossa vida que, raramente, temos tempo para preocupar-nos com a vida do outro, quanto mais desejar salvá-la, se para isso for necessário investir tempo e/ou recursos pessoais.

Imagine – mesmo que seja uma tarefa por demais difícil – uma família em que o homem desejasse ir para o inferno a ver sua esposa infeliz; em que uma mulher desejasse perder a comunhão com Cristo a deixar esfriar o romance com o esposo; em que os filhos desejassem a condenação a desobediência aos pais. Que família, não é mesmo?

Por que não pode ser assim, se somos filhos de Deus? Se temos Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas, por que não conseguimos imitá-lo justamente no ponto principal de Seu ministério, o amor?

Não espere sua esposa começar a seguir o exemplo de Cristo, homem, comece você a amá-la acima de tudo. Mulher, não espere a mudança do seu marido. Mude você! Filho, não espere ter pais dedicados a você, dedique sua vida a seus pais.

Se for muito difícil fazer isso, peça ajuda a Deus. Para Ele, não há impossíveis.

Rev. Renato Arbués.


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