Trata-se de uma das expressões mais duras de se ouvir. Sobretudo, quando dita a um pai por um filho. Infelizmente, não é tão raro que isso aconteça.
O relacionamento entre pais e filhos já foi tema de uma bela canção da Legião Urbana, “pais e filhos”. Nessa canção, há um trecho em que se lê: “Você culpa seus pais por tudo, e isso é absurdo. São crianças como você, o que você vai ser quando você crescer?”. Os pais de hoje foram os filhos adolescentes de ontem, ou, se preferir, os adolescentes de hoje serão os pais caretas de amanhã. O que muda, então?
Mudam os papéis, claro, e, com eles, as responsabilidades e as preocupações. Quando adolescentes, nos preocupamos com o quê? Ora, nos preocupamos com a barriga, com o rosto, com o corpo, com o namoro, com a roupa, o mp12, a net, o passeio... Invoco outra canção popular brasileira, do grupo Titãs, “a vida até parece uma festa”. O problema é que a vida não é uma festa. Pelo menos não deveria, né?
E a vida dos pais, como é? Bem, alguém tem de pagar todas as “preocupações” dos adolescentes! A academia, o mp12, o celular, a roupa, tudo isso custa caro. Aí o pai tem de acordar cedo, dormir tarde, trabalhar muito, descansar pouco, gastar menos com suas coisas, enfim, é só responsabilidade.
Inevitavelmente, nesse momento dá-se o conflito. “Eu quero”, diz o adolescente. “Não tenho dinheiro”, responde o pai. “Eu quero um celular igual ao do meu colega”, pede o menino. “Não sei pra que você quer um celular?”, responde o aborrecido pai. “Ah, mainha, todas as minhas colegas têm...”. “Vai falar com seu pai, pra você ver...”. E assim vai. Sem nunca chegar a lugar nenhum.
Obviamente, eu estou me baseando em famílias em que, bem ou mal, há diálogo. Não sei se vocês sabem mas, há pais e filhos que ainda estão no estágio primitivo de comunicação: grunhidos e sinais. Ainda não se apoderaram da linguagem verbal ou preferem não fazer uso desse meio de comunicação.
Então, pra os que falam é que escrevi esta pastoral. Escrevi, apenas, para que NÃO falem o que muito comumente se ouve nos diálogos acirrados entre pais e filhos: “Eu te odeio!”
Será que odeia mesmo? Será que esse “ódio” vem por que não se ganhou um celular ou um tênis? Se foi por isso, pergunto: Seu pai vale menos que um celular? Um tênis vale mais que sua mãe?
Cuidado com as palavras, especialmente, quando se está com raiva. Elas podem ferir e marcar por um longo, longo tempo.
Não odeie. Ame.
Pense Nisso.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
EU TE ODEIO!
21:08
Sem Comentários
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário