domingo, 3 de maio de 2020

O que fazer nas horas de crise? (Fim)


Ler Isaías 7.10-14
Comentário
O reino de Judá passava por uma situação delicada. Ameaçado pela aliança entre Israel (reino do Norte) e Síria, por um lado e na perspectiva de ter de enfrentar a poderosa Assíria num futuro bem próximo. Depois de ouvir a palavra profética de Isaías, de que Deus ajudaria ao reino de Judá, o rei Acaz teve de decidir por um caminho: Fez aliança com Tiglate-Pileser III, o rei da Assíria.
Até aqui, vimos o caráter de Deus. O SENHOR havia feito uma aliança eterna com Davi e, agora, essa mesma aliança era a razão de Sua preocupação com um descendente de Davi, mesmo que se tratasse de um homem ímpio e idólatra. Aprendemos que Deus é fiel e que as circunstâncias da vida não mudam isso. O Senhor quis ensinar a Acaz que em meio a circunstâncias ameaçadoras, não devemos nos voltar para o poder humano. Deus não nos abandona na adversidade. Ele não esquece de Suas promessas. O Senhor jamais ignora a Aliança eterna que estabeleceu comigo, com você e com nossos filhos.
Também vimos o caráter de Acaz. Era tipicamente um homem do nosso tempo. Incapaz de confiar em Deus, ele apelou aos recursos humanos, como a construção de aquedutos e a aliança com a Assíria. Acaz também era um tremendo hipócrita. Recusou o sinal oferecido por Deus não por amar e temer ao Senhor, mas por confiar totalmente na Assíria. Como muitos de nosso tempo, Acaz era ligeiro para citar a letra da lei, mas não conhecia o espírito dela. Ou seja, ele usou um princípio da Lei para negar a própria Lei.
Vejamos Isaías, o profeta.
 Introdução
Isaías é o exemplo de um homem convencido de uma verdade. O dicionário Houaiss define convicção como “uma crença baseada em provas ou em motivos particulares”. Isaías, ao longo de sua vida, viu por diversas vezes a ação de Deus. Ele sabia que Deus não mente, que é poderoso e fiel. Por isso, neste episódio que estamos considerando, salta aos olhos a convicção de Isaías.
Isaías estava convencido da verdade de Deus. Tanto é assim, que, em obediência ao Senhor, Isaías levou o próprio filho à presença do rei (Is. 7.3), o que poderia colocar tanto a sua vida quanto a de seu filho em perigo, conforme a reação do soberano. Quando Jesus disse que o primeiro mandamento é “amar a Deus sobre todas as coisas”, estava ensinando que precisamos submeter a Deus, se preciso, não só o nosso bem-estar, mas o da nossa própria família. Aqueles que possuem essa convicção, transmitem-na para seus filhos e procuram fazer com que eles façam parte de tudo o que se refere à comunhão com o Pai Celestial.
Isaías estava convicto da falsidade de Acaz. Ele conviveu com o rei durante muitos anos, o que lhe permitiu conhecer o caráter daquele homem. Diante da recusa ao sinal divino, veja como Isaías reagiu (Is. 7.13): “Então disse o profeta: Ouvi, agora, ó casa de Davi; acaso, não vos basta fatigardes os homens, mas ainda fatigais ao meu Deus?” Veja como a NVI traduz essa passagem, deixando-a mais clara para nós: “Disse então Isaías: "Ouçam agora, descendentes de Davi! Não basta abusarem da paciência dos homens? Também vão abusar da paciência do meu Deus?
Isaías sabia que Acaz estava mentindo, o que causava aborrecimento a Deus. Acaz era um canalha que prometia coisas sem a intenção de cumpri-las; que elogiava falsamente; que dizia o que os outros queriam ouvir. E Isaías sabia muito bem disso.
Por fim, Isaías estava convencido de seu chamado. Não deve ter sido fácil para ele, saber que Deus estava sendo sincero na oferta de ajuda, enquanto Acaz era dissimulado ao fingir aceitá-la. Mas nem uma coisa nem outra desestimularam Isaías. Quando se tem um chamado da parte de Deus, deve-se cumpri-lo, independentemente dos resultados. Não fomos chamados para converter as pessoas, mas para evangelizá-las; não fomos chamados para endireitar as pessoas, mas para aconselhá-las e discipliná-las. Estamos convictos de nosso chamado? De nossa missão?
 Aplicação
Essa rica história traz-nos lições valiosas sobre três personagens: Um Deus misericordioso e fiel; um Rei hipócrita e medroso; um Servo convicto de sua missão. Num mundo conturbado como o nosso, esses três personagens podem ser vistos ainda na atitude das pessoas.
Deus continua estendendo o Seu amor e misericórdia, exigindo entrega e confiança; os homens continuam fingindo acreditar em Deus, usando palavras bonitas para esconderem comportamentos enganadores; servos de Deus, apesar das circunstâncias continuam convencidos de quem é Deus e que vale a pena entregar totalmente a vida a Ele.
 Conclusão
Dias difíceis exigem pessoas com caráter cristão inabalável. Faça a sua parte, meu irmão, minha irmã. Não olhe circunstâncias, continue em frente na sua missão dada por Deus. No fim, a vontade soberana do Senhor será feita. Amém!

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